5.2

3.1K 323 112
                                    

DIAS DEPOIS.

- Não, não pode ser, não pode ser verdade. - Lunna comentou ao passar suas mãos em seu rosto incrédula. - Eu não aceito isso.

- Perdemos. - a voz de Eric Faria saiu embolada. - Nós perdemos para a Croácia nos pênaltis.

A jornalista soltou o microfone no chão e olhou envolta do estádio, encontrando com os torcedores em mistos de sentimentos. Alguns choravam desesperamente, outros estavam em choque com aquele resultado e uma boa parte estava revoltados e gritando:

" faltava quatro minutos, que merda você fez, Tite?"

De fato... faltava quatro minutos e tinha sete no ataque. Lunna não aceitava aquilo, não aceitava que faltava quatro minutos, não aceitava que tinha sete no ataque e aceitava menos ainda que um garoto inexperiente havia batido o pênalti inicial e Neymar não bateu.

Era pra ele ter batido e foda-se que ele sempre é o último batedor. Em jogos importantes não se brinca.

A morena se abaixou lentamente no gramado e passou suas mãos em seu rosto, parando com as mesma em cada uma de sua bochecha e sentiu sua visão ficando turva das lágrimas.

Ela só queria aquilo...Chorar, apenas.

Ali, ela teve vários flashblack dos momentos que viveu naquele país. Da eufória dos torcedores cantando e provocando todos os rivais, do quanto eles estavam empolgados e confiantes com o hexa, e no fim, naquele momento eles estavam em um completo caos de sentimentos.

Ela não estava acreditando naquilo. Ela não aceitava que o sonho do hexa havia sido adiado mais uma vez. Não naquele ano que tinha tudo para o Brasil ser campeão, tudo andava tão bem...

O problema era esse. Confiar demais em algo, faz a dor ser maior.

Melchior desviou seu olhar e observou Tite saindo do gramado e deixando seus jogadores sozinhos no campo. Ela bufou de raiva com aquela atitude do técnico e se levantou.

- Covarde, tomare que leve um soco de um torcedor. - Lunna resmungou irritada. - Como que ele é capaz de abandonar os meninos nesse momento?

A jornalista puxou o crachá ─ o mesmo que seu noivo havia lhe dado─ que estava no bolso de sua calça, colocou sobre seu pescoço, limpou as lágrimas rapidamente e saiu andando em direção ao campo. Ao se aproximar, ela mostrou o crachá para o segurança, que foi liberada logo em seguida.

Ela olhou envolta de todos e sentiu seu coração se partir ao encontrar com todos chorando sem parar. Ela andou até Antony, que a abraçou fortemente e chorou mais ainda no ombro dela. Alguns minutos depois, andou até Neymar e o abraçou rapidamente, falou algumas palavras de conforto para os demais jogadores e depois desviou seu olhar para sua frente.

Ela encontrou com Richarlison chorando sentado no gramado e com sua camisa no rosto, aquela cena partiu o coração da jornalista. Então, Melchior andou até ele, se abaixou e abraçou ele fortemente.

- Tá tudo bem. - Lunna sussurrou e acariciou as costas do jogador.

- Me desculpa, eu juro que tentei. - Richarlison falou com a voz embolada do choro. - Eu fiz o meu melhor. Eu tentei até o fim, juro que tentei. - disse desesperado.

- A culpa não foi sua. - Lunna disse e apertou ele mais ainda no abraço. - A torcida sabe que você fez o melhor, vai ficar tudo bem, eu te garanto.

Richarlison apertou a mesma no abraço pela última vez antes dele afastá-la e a olhá-la.

- Ele precisa de você. - Richarlison sussurrou e olhou para pedro que se encontrava deitado no gramado e com suas mãos no rosto. - Vai lá, eu vou ficar bem.

- Não se culpe, por favor. - Lunna pediu e ele concordou com a cabeça. - E qualquer coisa, eu te levo para o cabaré. - brincou e ele sorriu de lado.

Lunna se levantou do gramado, olhou para o Richarlison pela última vez e logo se afastou dele, indo em direção ao seu noivo.

A morena sabia que aquilo não séria fácil e ela tinha que tirar forças da onde nem tinha para consolar o seu noivo.

Ao chegar perto dele, ela deitou ao lado esquerdo do Pedro, tirou uma mão do rosto do jogador e segurou a mesma, logo apertando ela ─ aquela forma era dela mandar conforto ─.

Pedro desviou seu olhar e olhou para sua noiva e ali, Lunna sentiu seu coração se partindo ao encontrar o rosto do jogador molhado de lágrimas e seus olhos vermelhos.

- Eu estou aqui com você. - Lunna sussurrou e forçou um sorriso.

- Me perdoa. - Pedro pediu em um sussurro. - Me perdoa por ter falhado e não ter te dado o hexa como prometi. - disse. - Só me perdoa, por favor.

- A culpa não foi sua, meu amor, e nunca vai ser, espero que você coloque isso na sua cabeça, porque não vou permitir ver você se culpando por algo que não estava em seu alcance. - Lunna disse e levantou sua mão, levando ao encontro do rosto do Pedro. - Você é o menos culpado dessa derrota. - garantiu e acariciou o rosto dele.

- Eu queria tanto ser campeão, queria poder te dar orgulho. - Ele disse fazendo bico de choro. - Mas, eu falhei e te decepcionei.

- Ei, ei, nunca mais repita isso, por favor. - Lunna mandou e o encarou. - Eu sinto um orgulho imenso de você e chego a dizer que sou a mulher mais orgulhosa desse mundo todo. - garantiu e sorriu.

Pedro ficou em silêncio e Melchior apertou a mão dele como conforto, se aproximou dele mais ainda e encostou a sua testa na do jogador.

- Eu estarei sempre aqui segurando a sua mão. - Lunna garantiu e Pedro forçou um sorriso. - E vamos passar por essa dor juntos.

- E sou grato por isso. - Pedro disse a olhando. - Obrigada por tanto. - agradeceu sincero.

- Eu te amo, viu?

- Eu também te amo. - Pedro respondeu e depositou um beijo na testa da garota.

Eles não estavam ligando para o fato de estarem deitados no gramado no meio do estádio. Eles só queriam aquele conforto que cada um passava para si.

Lunna era o refúgio que Pedro precisava naquele momento e ela sabia disso.

Fofinhos de mamãe!🥺

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Fofinhos de mamãe!🥺

CANTADAS ― PEDRO GUILHERME Onde histórias criam vida. Descubra agora