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NAQUELE MESMO DIA.

Tata se voluntariou para cuidar da Melchior naquela noite. Era a primeira noite que a jornalista ficaria no hospital, ela queria ir embora no momento que abriu os olhos, mas não podia.

Ela ia ficar em observação por alguns dias para ver como seu corpo reagiria as cirurgias que foram feitas.

O medo dela ter outra parada cardíaca era enorme e todo cuidado era pouco.

- Não precisava ficar. - Lunna sussurrou e Tata negou com a cabeça. - As enfermeiras são legais, elas cuidariam muito bem de mim.

- Lunnita, não importa a circunstâncias da situação, eu nunca vou abandonar você. - Tata garantiu e apertou a mão de sua amiga. - Sempre estarei a sua disposição.

- Obrigada por tanto. - Lunna agradeceu. - eu sinto que um caminhão passou por cima de mim. - fez o trocadilho e Tata fez careta.

- Você não deveria fazer piadas desse tipo. - Tata disse negando com a cabeça. - Ainda mais que quase morria por causa de um caminhão.

- Mas não morri, eu estou aqui. - Lunna disse e apertou a mão da atriz.

- Você me assustou de verdade. - Tata suspirou e Lunna forçou um sorriso. - Eu.. eu tive tanto medo de te perder, não saberia como viver sem você.

Essa era a primeira vez que Tata se mostrava vulnerável naquela situação toda. Ela sempre gostou de se mostrar de forte, ainda mais quando sabia o quanto Bonner era "sentimental". Tata queria ser forte por ele, por seus amigos.

Ser "fraca" não estava em seus planos.

- Desculpa por quase te matar do coração. - Lunna pediu manhosa. - Prometo que não vai voltar a acontecer.

- É pra prometer mesmo ou ta em seus planos ter outro acidente de carro? - Tata questionou e a mesma gargalhou, logo fechou seus olhos ao sentir uma dor. - Não rir, vai abrir seus pontos.

- Quero ir embora. - Lunna fez bico.

- Infelizmente você ainda vai passar alguns dias aqui no hospital. - Tata disse e a mesma bufou. - E olha, vou dar uma saída rapidinho, tem uma pessoa querendo falar com você.

- Comigo? Quem é? - Lunna perguntou curiosa.

Tata sorriu e apontou para a persiana da janela, mostrando Pedro no lado de fora andando de um lado para o outro. Melchior sorriu ao vê-lo tão nervoso dessa forma.

- Você não tem ideia do quanto ele está se sentindo culpado. - Tata sorriu de canto. - Conversa com ele, por favor. - pediu e se levantou da poltrona ao lado. - Estarei lá em baixo, qualquer coisa só me ligar. - disse e depositou um beijo na testa de sua amiga.

E assim, Tata se afastou indo em direção a porta, abriu a mesma e saiu do quarto. Lunna piscou seu olhos quando observou Tata tocando no ombro de Pedro e falando algo, o quê fez os dois desviarem seu olhar para a janela e olhando através da persiana.

Lunna sorriu, levantou sua mão com cuidado e chamou seu noivo para dentro, ela observou ele engolindo em cheio, olhando para a Tata que apenas acenou com a cabeça e logo saiu.

- Vem logo, seu bobão. - Lunna chamou e ele riu ao negar com a cabeça.

Pedro do lado de fora, levantou sua mão e percebeu a mesma trêmula, tocou na maçaneta e abriu aquela porta de madeira, entrou no quarto, fechou a porta e andou até sua noiva.

- Senta aqui. - Lunna chamou e apontou para a beirada da sua cama.

- Não, eu tenho medo de te machucar. - Pedro sussurrou e ela rolou os olhos.

CANTADAS ― PEDRO GUILHERME Onde histórias criam vida. Descubra agora