Está tudo bem?

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POV VALENTINA

Depois do ocorrido da ultima sexta eu decidi que ia me dedicar ao meu filho, não posso confundir mais a cabecinha dele, eu estaria presente em sua vida tanto quanto Luiza estaria. Domingo cedinho eu já estava pronta pra passar o dia com ele e nos divertiríamos bastante. A programação foi parque de manhã,  a tarde fomos almoçar no restaurante que ele gostava e no inicio da noite iriamos ao cinema. Meu filho já não estava tão irritado comigo e isso já era um bom sinal. Combinei com Luiza que ele dormiria comigo e como o Leo ainda estava com catapora eu passaria na escolinha para avisar que ele faltaria alguns dias.

-Mamãe, eu ainda vou ter festinha? – Estávamos andando pelo shopping de mãos dadas.

-Claro meu amor, a mamãe já está organizando tudo. – Ele sorriu e continuamos andando. – Vai ser uma festa linda.

-Oba, eu quero muitos doces. - Concordei com a cabeça e Malu avistou alguém de longe. – Olha é a tia Larissa.

-Leo que surpresa! – A professora se aproximou e abaixou pra cumprimentar meu filho. – Está tudo bem?

-Eu "tô" doidoi. – Larissa me olhou confusa.

-Oi Larissa, o Leo está com catapora, inclusive ia amanhã avisar a diretoria que ele não poderá ir por alguns dias.

-Oi Valentina, que pena Leo. – Ela fez um carinho no cabelinho do meu filho. – Vou sentir sua falta nas aulas, espero que você melhore logo, vocês já estão indo embora?

-A mamãe e eu vamos ao cinema. – Leo disse empolgada. –Você quer ir com a gente tia? A mamãe Luiza não veio. –Leo fez uma carinha triste.

-Filho, a Larissa deve ter outro compromisso.

-Na verdade eu não tenho comporomisso nenhum. Eu ia adorar Leo. – Larissa abriu um sorrisão pra mim. – Se você não se importar, é claro.

-Não tem problema. – Sorri simpática. – Vamos comprar o ingresso, já está quase na hora da sessão.

Por sorte conseguimos comprar a poltrona ao lado da nossa e Leo me fez comprar varias guloseimas pra assistir o filme. Quando o filme começou e Leo estava sentada entre nós duas e quase  não piscava os olhinhos, ele e eu éramos apaixonados por animações, assistíamos qualquer coisa. Larissa vez ou outra olhava pra mim e apenas sorria de lado, eu nunca olhei pra ela com outros olhos, mas não podia negar sua beleza. O filme terminou e Leo saiu tagarelando pelos corredores do shopping de mãos dadas comigo e a professora.

-Mamãe, podemos comprar batatinhas? – Leo perguntou quando avistamos a praça de alimentação.

-Podemos filho, mas você ainda aguenta batatinhas depois de um balde de pipoca? – Meu filho sorriu sapeca.

-Confesso que eu também estou com fome. – Larissa disse divertida.

-Vamos de pizza então? – Larissa concordou e nos acomodamos em uma das mesas.

Enquanto esperávamos a pizza conversávamos sobre trivialidades, e riamos das graças que Leonardo fazia na mesa, meu filho me fazia sorrir por qualquer bobeira. Em determinado momento da conversa Larissa perguntou onde Luiza estaria e Leo logo respondeu.

-As minhas mamães não namoram mais. – Larissa me encarou curiosa e Leo continuou. – Mas elas continuam sendo minhas mamães.

Sorri com a explicação da meu filho e Larissa tentou disfarçar a curiosidade na notícia.

-Pois é, Luiza e eu resolvemos seguir novos caminhos. – Bebi um gole do suco e sorri sem graça.

-Sinto muito Valentina. – Ela fez um carinho em minha mão por cima da mesa. – Se você precisar de qualquer coisa não hesite em me procurar.

-Obrigado Larissa.

Mudamos de assunto e comemos pizza enquanto Leo se acabava nas suas batatinhas. Meu filho já estava ótimo, tirando a coceira da catapora. Já eram quase nove da noite quando decidimos ir embora.

-Você está sem carro? – Perguntei Larissa ao ver que ela abria o aplicativo de carro. – Te deixo em casa.

-Não precisa se preocupar. – Ela hesitou de inicio, mas logo em seguida aceitou a carona.

A casa dela não ficava tão longe, e fomos o caminho comentando sobre algumas musicas que tocava na radio enquanto Leo cochilava na cadeirinha.

-Hoje ele cansou. – Virava a esquina da rua de Larissa quando vi Leo dormindo tranquilo.

-O passeio foi bom. – Sorri e ela retribuiu. -Obrigada pela carona, pelo cinema e pela pizza.

-Eu que agradeço pela companhia. – Estacionei o carro em frente sua casa e ela soltou o cinto.

-Gostaria de repetir mais vezes. – Larissa disse e eu fiquei sem resposta, já tinha muitos anos que eu não sei como retribuir flertes. –Podemos marcar pra você me ensinar tirar algumas fotos.

-É pode ser. – Sorri sem graça e me lembrei de que Leo queria convidar a professora para o seu aniversario. – Larissa, no dia 18, iremos fazer festinha pro Leo, ele gostaria que você fosse, e eu também.

-Vou adorar. – Larissa se aproximou e puxou meu rosto deixando um beijo na bochecha. – Até mais Valentina.

Fiquei meio que sem reação e ela desceu do carro passando pelo portão e entrando em casa. Liguei o motor e parti pra casa da minha vó, o dia já havia sido longo demais.

Flashback on:

O tempo passava corrido, meus dias na escola de arte da Bélgica eram puxados e eu quase não estava tempo para pensar em outra coisa. Meu peito rasgava de saudade de Luiza e da minha vó, mas ultimamente eu conversava com elas algumas horinhas no domingo que eu tinha um tempinho livre. Já ia inteirar o decimo nono mês em que eu estava fora do meu país e eu só queria terminar o curso logo e voltar ao Brasil.

-Ei Valentina. – Diana era uma colega de classe que me ajudou a me adaptar ao curso. – Vamos almoçar?

-Vamos. – Ela era a única pessoa que me tratava bem, a galera tinha um certo preconceito por eu ser brasileira e ser a mais nova deles.

Diana devia ter seus 25 anos e era uma mulher muito interessante, porem eu só pensava em uma, que devia nem me querer mais a essa altura do campeonato. Não dá pra manter um relacionamento a distância, onde não se tem tempo de falar ao telefone. Eu já tinha notado que Luiza e eu tínhamos esfriado bastante, e sei que era devido à distância, e agora que ela estava na faculdade o meu medo era ela conhecer pessoas mais interessantes e mais presentes

-Tá pensando na sua garota? – Diana perguntou com seu inglês carregado.

-Não consigo parar de pensar nela. – Suspirei fundo.

-Eu posso tentar tirar ela da sua cabeça. – Diana e eu estávamos esperando o horário da aula, sentadas no jardim. Ela segurou minha mão e eu senti uma coisa estranha. – Você e eu podemos ir até o meu dormitório.

-Diana, eu acho que não rola. – Puxei minha mão e me levantei. – Me desculpe, mas eu tenho namorada.

Sai sem esperar resposta, fui pra minha casa eu não tava com animo de assistir mais aulas. Resolvi ligar pra Luiza, mas chamou até cair. Fiquei ali pensativa e fui dar uma olhada na nova rede social que estava bobando, abri o facebook e a primeira foto que vi me deixou bem chateada. Luiza estava abraçada a um cara em um restaurante e o sorriso dela estava incrivelmente lindo. Chorei em silêncio e eu decidi focar no meu curso e voltar o mais breve para o Brasil. Não vou perder a mulher da minha vida assim tão fácil.

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Aí aí aí

Diga que me ama! - (VaLu Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora