Quartos separados

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POV VALENTINA

Voltar pra casa estava sendo uma verdadeira prova de fogo. Era ótimo estar perto do meu filho diariamente, mas era complicado ignorar a existência de Luiza. Eu ainda estava magoada, aquele maldito papel assinado rachou meu coração, e mesmo Luíza mostrando que queria esquecer esse divórcio eu ainda não conseguia. Não guardar rancor é algo que eu preciso aprender.

O problema maior estava em resistir às provocações de Luiza, todos os dias era um desfile de lingerie, ela fazia questão de usar o perfume e as roupas que eu gostava, tentava me agradar em pequenos detalhes e isso me deixava muito pensativa.

Quem estava feliz com a minha volta era o meu carinha, Leo era só alegria e até o rendimento na escola melhorou segundo Larissa. Minha aproximação com Larissa era outra coisa que eu precisava resolver, não quero dar esperanças a ela, e por isso vou ter uma conversa franca com ela.

{...}

Hoje é o dia da despedida de solteiro de Igor, marcamos de ir beber em um barzinho e depois iríamos em uma boate de stripper. Danilo foi quem montou o roteiro e eu não me opus, Igor merece se divertir hoje. Tudo estava indo tranquilo, eu estava conseguindo me distrair, mas tudo veio a baixo quando encontramos a turma e Luiza com o Rodrigo a tira colo. Não consegui disfarçar minha cara de chateação, o cara era um pé no saco e passava o tempo todo colado em minha ex mulher.

-Está tudo bem, Valen? —Marcela notou meu desconforto e olhou para onde Luiza e Bia dançava. — Essas mulheres ainda vão nos matar.

Eu tentava não ficar encarando Luiza, mas ela dançava sensualmente e o aquilo sob efeito do álcool não estava sendo legal. Beatriz de afastou dela e meu sangue ferveu quando o babaca se posicionou atrás dela dançando quase colado. Igor me pediu calma com o olhar, mas a raiva me dominou quando ele o virou e tentou beija-lá.

Sai sem pedir licença, minha vontade era de descer a porrada naquele imbecil, ver Luiza o defendendo era o fim. Eu não queria admitir, mas aquilo estava me corroendo de ciúmes.

Assim que cheguei ao lado de fora avistei um táxi, perguntei se estava disponível e entrei, mas antes de fechar a porta Luiza se acomodou ao meu lado.

-Luiza volta lá pro seu amiguinho. —Eu não estava nenhum pouco afim de discutir aquela hora, dei o endereço da minha avó e ela me interrompeu.

-Valentina para com isso. —Ela deu o endereço do nosso apartamento e o taxista olhava sem saber. —Você quer ter essa discussão na frente do nosso filho?

Suspirei pesado pedindo o motorista pra seguir o endereço que ela havia passado, não iria brigar com ela na frente da minha avó e do meu filho. Cruzei os braços e seguimos pra casa.

O silêncio era sepulcral, ninguém ousou dizer uma sílaba se quer. Em poucos minutos o táxi estacionou em frente ao nosso prédio, paguei o homem e desci sem esperar por Luiza. Subimos em silêncio e quando eu estava seguindo para o quarto, ela me impediu.

-Quer me explicar o motivo de tanta raiva? —Luiza me puxou pela mão e questionou com calma.

-Eu estou cansada Luiza.— Eu precisava dormir, dormir pra esquecer essa noite.

-Valentina eu não estava fazendo nada demais, eu não deixaria Rodrigo me beijar. —Sorri de lado.

-Não era o que parecia. —Eu disse quase inaudível, e me lembrei que ela era uma mulher livre agora. —Luiza, você faz o que quiser da sua vida, você é uma mulher divorciada, só não esqueça que temos um luta no tribunal.

-Não coloque o José no meio do seu ciúmes. —Eu não queria colocar o José no meio, mas a mãe dela pode usar tudo contra nós. E também eu não ia admitir que estava com ciúmes.

Diga que me ama! - (VaLu Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora