capítulo 23

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Capítulo por LENNON.
📍RIO DE JANEIRO — RJ.

— A gente pode conversar? — pergunto de novo pela falta de resposta, e ela assente.

Ela senta na beirada da cama e eu puxo uma cadeira que tava ali, e sento de frente pra ela. Fiquei em silêncio tentando começar, tentando saber por onde eu poderia começar a falar.

— Pode falar. — a voz dela sai baixa chamando minha atenção, olhei pra ela e assenti.

— Tu sabe que eu sempre fui sincero, eu não gosto de mentiras, cê sabe disso, mas eu tenho mentido pra mim há um tempo, eu não percebi antes mas agora que eu peguei a visão, isso tá me incomodando demais e não tem como ficar assim.

— Pra mim você queria conversar sobre a gente, esse clima estranho que se instalou entre nós, sobre o que aconteceu no dia do ensaio. — ela fala e agora já nem me olhava mas.

— Tem haver com isso também. — respiro fundo e ela olha pra mim. — Queria te pedir uma coisa, antes de tudo. Lua, vamos ser sinceros um com o outro como sempre fizemos? — ela assente. — Lua, de uns meses pra cá, alguns sentimentos se fizeram presente, me trazendo receio do que eu estava sentindo. Um tempo atrás a gente sentou pra conversar sobre una sentimentos que estava nós deixando confusos, e hoje a conversa não é muito diferente, só muda o fato de eu não estar mais confuso, eu tenho certeza do que eu tô sentindo e mesmo sem saber as consequências e no que vai resultar, eu vou arriscar falando a verdade, falando o que eu sinto por você.

— Lennon...

— Lua, de início eu até achei que eu estava confundindo as coisas, confundindo os sentimentos por nunca ter tido essa relação que a gente tem desde que nos conhecemos, por medo do que poderia acontecer eu me fiz acreditar que eu só confundi os sentimentos por conta da gente sempre estar sempre juntos, por conta da nossa conexão. Eu me fiz acreditar que era só amizade, mas não é Luana.

Me aproximei mais, e segurei a mão dela.

— Lua, eu não sei o que você tá sentindo, mas eu sei que alguma coisa tá te incomodando. Pode falar pra mim, a gente não pode ficar nesse clima ruim por não ter coragem de falar o que tá sentindo.

— Eu entendo o que você está sentindo, porque eu também tô sentindo isso, já faz um tempo. — ela fala e me olha com os olhos marejados. — Naquela época, eu também menti pra mim mesma me fazendo acreditar que foi só uma confusão de sentimentos e que nós dois éramos apenas amizade.

Ela termina de falar e pisca deixando as lágrimas descerem pelo rosto dela.

— Lua, eu posso me relacionar com qualquer mulher, mas é só contigo que eu me sinto completo, só você me faz eu me sentir absurdamente bem, só contigo que é tudo diferente, só com você que eu esqueço de todos os meus problemas. Papo reto mesmo, não vou e nem quero estender mais isso que tá machucando nós dois desse jeito. — falo pra ela que aperta minha mão. — Eu te amo, sempre te amei, e eu tô te falando isso como homem, não como o teu amigo. Eu não sei o que vai ser daqui pra frente depois de eu ter te falado tudo isso, mas eu precisava te falar isso.

— Eu também te amo, e também não estou falando isso como sua amiga. Eu tive medo de falar dos meus sentimentos e isso abalar nós dois, tive medo de não ser recíproco e tive diversos outros medos. Mas agora ouvindo de você que é tudo totalmente recíproco, eu me sinto em aliviada, me sinto tranquila, mas ainda tenho receio de muita coisa.

— Eu quero muito ficar contigo, quero muito iniciar essa fase da nossa vida, e só depende de você, Lua.

— Eu só tenho medo.

— Não precisa, minha preta.

— E a reação de todo mundo, será que eles vão, sei lá, aceitar?

— Acho que geral já imaginava isso, só nós dois não queríamos enxergar. E também a gente não deve nada pra ninguém, a gente pode fazer o que tiver afim. — ela sorriu assentindo, e secou o rosto. — Cê tá afim de fazer acontecer, nós dois? — toquei no rosto dela fazendo um carinho.

— É o que eu mais quero. — a voz dela saiu embargada, e em seguida ela sorriu pra mim.

Sorri e me aproximei mais, segurando o rosto dela, colei nossos lábios e ela segurou minha nuca aprofundando um beijo, e encerrou com uns selinhos.

Sorri e me aproximei mais, segurando o rosto dela, colei nossos lábios e ela segurou minha nuca aprofundando um beijo, e encerrou com uns selinhos

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