A gente acabou nem fazendo a tal visita para conhecer o local. O assunto importante que os meus pais tinham para resolver acabou começando mais cedo. Ele até tentou procurar algum dos funcionários do quadragésima primeiro para nos apresentar, mas todos estavam ocupados ou almoçando.
Claro que ele só perguntava aonde eles estão, pois tenho a certeza que se ele explicasse o motivo ou mandasse chamar eles apareceriam, afinal de contas ele é o chefe, mas não, ele estava sendo compreensivo, entendendo a indisponibilidade dos funcionários, e aquilo até que era sim admirável.
O Sargento Mor teve o trabalho de tirar a mim e a Skylar do quadragésimo primeiro para o seu carro como se fôssemos duas crianças .
— Existe algum lugar em específico que vocês gostariam de visitar? - Ele perguntou assim que ligou o carro e eu só olhei para a Empresa, a grande empresa dos meus pais.
Não deu para conhecermos ela como queríamos, mas ele tentou. Ele tentou ser...atencioso comigo. Era estranho.
— Eu só quero ir para cas...
— Na verdade, sim. - A Skylar falou me interrompendo e eu olhei curioso para ela, pois se bem me lembrava, ela havia dito que não conhecia Minneapolis. — Desculpe se estiver sendo ousada demais mas eu gostaria de comer e não acredito que possa aguentar até chegar em casa. - Falou com uma expressão dramática.
— Devo deduzir que o " Não possa aguentar até chegar em casa" é um eufemismo para " Vou morrer se não comer imediatamente? - O Sargento Mor perguntou com uma expressão curiosa e meio engraçada.
— Exatamente, sargento. - Ela falou deitando a cabeça no encosto do banco. — Sendo bem sincera, eu acho que já estou alucinado. - Falou dramática e o sargento Mor acenou.
— Tudo bem então. - Falou guiando para só ele sabia onde.
...
O local mais próximo que a gente achou de onde estávamos foi um fastfood, dois quarteirões depois das grandes instalações Royce and Prince. O Sargento Mor não se deu ao trabalho de ficar lá ou entrar connosco, ele disse que ficaria esperando a gente terminar e nos levaria para casa.
Eu sinceramente não tinha fome alguma, estava cansado, queria simplesmente tomar um banho quente e me deitar, mas obriguei o meu organismo a aceitar pelo menos um café gelado e me perdi olhando a Skylar literalmente devorando o pedido. Quando ela terminou, ela ficou me encarando séria, como se quisesse perguntar alguma coisa mas estivesse hesitando, como se estivesse considerando fazer ou não.
— Você está tentando me dizer alguma coisa? - Perguntei para ela que recostou no assento.
— Você tem algum tipo de problema com os seus pais?
Aquilo me pegou desprevenido, estava esperando qualquer coisa, menos aquilo.
Quer dizer então que ela já tinha notado? Eu precisava fingir mais.
— Por...- A pergunta nem sequer estava saindo diretamente da minha boca. — Porque está perguntando? - Ela cruzou os braços.
— Não se assuste, eu não estou tentando deixar você desconfortável ou assim, se não quiser falar não tem problema algum eu só...- Ela pareceu pensativa, olhou momentaneamente para as ruas de Minneapolis pelos vidros do estabelecimento. — Visto de fora a sua família parece ser maravilhosa. - Ela olhou pra mim. — Não estou dizendo que não é. - Ela se justificou sem eu nem ter dito nada. — Mas você parece...- Ela pensou um pouco mas logo desistiu e deu de ombros. — Sei lá.
Ah.
Eu honestamente não queria falar sobre aquilo, mas também não queria ficar em um silêncio desconfortável.
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Curiosidade Incessante
RomanceThadeo Mikk sempre achou que as suas crenças a respeito do erotismo eram muito vagas e superficiais e dessa forma nunca se deu a devida oportunidade de mergulhar no mar do prazer e sensualidade, bem como da devassidão e obscenidade. Ocasiões e opor...