Apesar das preocupações de Ivy, as coisas deram certo para nós duas.
Passamos mais uma semana na velha casa, mas precisávamos sair se não quisessemos que vizinhos desconfiassem. Foi então que saímos dali dispostas a ter qualquer dinheiro para conseguir se manter, e passávamos a noite no mesmo quarto de hotel com a desculpa de estar a serviço da igreja. Ivy ajudava carroceiros e donos de barcos, fazendo pequenos serviços para eles. Eu vendia comida do mar em um pequeno restaurante perto do rio. Era o que nós tínhamos, e após ter algum dinheiro, juntamos e conseguimos arranjar uma casa de três cômodos, mas que era suficiente.
A casa pequena era afastada do centro onde a gente trabalhava e não tinham muito vizinhos próximos a não ser alguns animais noturnos que ficavam nas árvores.
Tudo precisava ser muito escondido, muito oculto.
Eu não gostava disso, mas passar as tardes e noites com Ivy me faziam esquecer toda a preocupação existente em meu peito. Durante o dia nós podíamos fingir para os outros, mas durante a noite éramos namoradas que se amavam.
Nos amávamos tanto que certo dia eu desejei me casar com Ivy e chamar as únicas pessoas que pareciam ser meus amigos durante a minha vida. Eu chamaria Diana e Hannah, Catalina e Patrick, mesmo que ele não comparecesse, porque havia me ajudado. Eu compreendia que nosso amor precisava ser inexistente para outras pessoas, mas Ivy podia me amar, e eu podia amá-la também.
Quando eu estava no meu trabalho, as minhas colegas e a chefe perguntavam se eu não tinha um namorado para trabalhar no meu lugar. Eu sorria e balançava a cabeça.
Um dia, uma mulher sentou em uma das mesas externas do restaurante e eu percebi que ela escrevia. Sua letra era bem desenhada, ela sorriu quando viu meu interesse.
— Eu sou Terry Willians — Ela disse, me cumprimentando. Apertei sua mão após deixar o café sobre sua mesa. — Vai me ver muito por aqui, sou uma escritora e este é o melhor lugar para pensar.
— Você publica livros? — Eu quis saber.
— Vários deles — Ela me disse, animada. — E Veja só, não são apenas romances. Você pode me achar em qualquer livraria de Londres.
— Se eu escrevesse... Como poderia ser publicada também?
Terry pegou um guardanapo e pegou uma caneta do seu bolso. Em seguida anotou um nome.
— Marcy Jeremy é quem publica para mim. Ela gosta de livros escritos por mulheres.
Então mais tarde, naquele dia, enquanto Ivy estava sentada em meu colo sobre nosso sofá, eu confessei que escrevia e que poderiam conhecer nossa história. Ela sorriu, Ivy era preocupada, e disse que mesmo me apoiando tinha medo que soubessem sobre nós duas.
Ivy e eu tínhamos o prazer de dividir a mesma cama e ter muitas outras noites de amor, e ela sempre confessava seu amor por mim, então nosso amor se intensificava a cada dia e eu queria inspirar as pessoas com isso.
Mas eu respeitei sua decisão e não mostrei meu diário para ninguém.
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Convent | ⚢
Storie d'amore"Maria Cortez é levada para um convento. A causa disso? Sua escolha de ser livre, e não querer seguir os passos religiosos da mãe. Lá, conhece Ivy Lowell, uma das garotas enviadas pela avó, que a mandou para lá após descobrir que ela havia se 'desvi...