Sarah

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O meu pânico estava tentando me dominar, porém sabia que tinha de me segurar pelo meu próprio bem, o do meu marido e o dos meus filhos.

Pensava em como sair daquela situação e no que diabos o Gabriel se meteu, o problema que não conseguia chegar a uma solução para primeira e na segunda opção tinha a certeza que ele me devia uma grande explicação.

Os capangas nos colocaram novamente no furgão escuro que não nos permitia ver nada do lado de fora. Ficamos muito tempo dentro daquele carro quando enfim eles pararam e abriram a porta para que descêssemos.

Fomos guiados até uma espécie de cabana e logo na sala encontramos nossos filhos sentados assistindo TV.

- Mãe, pai – gritaram em nossa direção.

Todo o tempo éramos observados por seguranças armados. Era impossível não sentir medo do que estava acontecendo.

- Vocês estão bem? – perguntei abraçando Ricardo enquanto Gabriel mantinha Joyce em seus braços.

- Estamos – disse Joyce.

- Vamos para casa? – perguntou Ricardo.

Olhei para Gabriel na esperança que ele tivesse alguma ideia para fugirmos e ele felizmente percebeu colocando seus argumentos em ação.

- Não há como negociarmos? – perguntou Gabriel para um dos seguranças que sentimos que estava na liderança.

- Guarde os seus argumentos para ilha, advogado, ninguém trairá as ordens do chefe – respondeu com desdém.

Percebemos que realmente não havia mais nada a ser feito. Olhei para o meu marido e pela primeira vez me faltou palavras para conversar com os nossos filhos, por isso fiquei aliviada quando ele tomou a frente.

- Crianças, eu e a mãe de vocês teremos que resolver um problema muito sério para um dos meus clientes e ficaremos fora, enquanto isso esses homens protegerão vocês de qualquer problema e peço encarecidamente que os obedeçam.

- Como é? Fomos sequestrados, pai. Sequestradores não são seguranças – disse Joyce.

- Digamos que o sequestro foi para o bem de vocês. É uma longa história e não temos como explicar melhor no momento – disse Gabriel.

- Filha, é só obedecer e cuidar do seu irmão, estaremos de volta o quanto antes – disse.

- Eles tomaram o meu celular – disse Joyce.

- Joyce, só precisamos que obedeça a esses homens e que cuide do seu irmão. Quando voltarmos, explico o que aconteceu – disse Gabriel continuando com a explicação.

A maneira segura e direta do Gabriel falar conteve um pouco dos ímpetos adolescentes da Joyce fazendo com que ela e o Ricardo entendessem que o problema era sério e precisavam nos obedecer.

- Quando vocês voltam? – perguntou Ricardo.

- Na segunda – feira estaremos aqui e iremos todos para casa – disse Gabriel me abraçando e mantendo Joyce em seus braços, dessa forma demos um grande abraço em família.

- Está na hora de irem – disse o segurança que acreditávamos ser o líder.

- Cuidem um do outro e não causem problemas que tudo ficará bem – disse nervosa e fiquei feliz pelos meus filhos sorrirem em concordância.

Gabriel segurou firme a minha mão enquanto deixávamos a casa para lutarmos em uma briga que com toda certeza não era nossa.

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