Gabriel

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Tinha que admitir que não fazia ideia de como chegaríamos perto do servidor de Jason. O prédio era uma verdadeira fortaleza, as instruções dadas pelos seguranças do mexicano não ajudavam muito.

E não podia compartilhar de forma clara com a Sarah essas apreensões, pois era notório o quanto estava nervosa, mesmo depois de termos vivido um dos melhores sexos das nossas vidas.

Podia afirmar sem convencimento que para ela foi tão bom e completo quanto para mim, pois o tesão estava explicito no rosto da minha mulher.

Quando chegamos ao quarto fomos descansar, porém acabei levantando um pouco antes do despertador tocar, pois queria analisar as informações que tínhamos em nosso poder, tentando encontrar uma maneira de invadirmos o prédio.

Se conseguíssemos ainda aquela noite a lancha que viemos até a ilha nos daria o sinal para que voltássemos até o cais e assim poderíamos ir embora. De volta para casa e longe de toda aquela loucura.

- Analisando as fotos que tiramos? – perguntou Sarah despertando também antes do toque do celular.

- Sim, para ter uma ideia de como poderíamos entrar.

- E conseguiu pensar em algo?- questionou esperançosa.

- O problema são os seguranças, não sei como passaremos por eles – disse preocupado.

Sarah saiu da cama e se aproximou da cadeira em que estava sentado em frente à mesa. Colocou a mão no meu ombro e por alguns minutos observou o meu celular com as fotos do caminho até o prédio.

- Talvez eu tenha uma ideia de como passaremos pelos guardas – disse e se encaminhou para a mala, pegando em seguida um nécessaire.

- Qual a ideia? – questionei ansioso.

- Podemos parar os guardas com isso aqui – disse colocando um pote de remédio na minha frente.

- O que é isso? – questionei interessado.

- Remédios para dormir, e pelo que sei são uma verdadeira bomba – disse Sarah.

- Entendi que seria uma boa arma, mas como faremos com que eles bebam? Pois assim que nos virem a primeira coisa que farão é nos mandar embora e pode chegar ao conhecimento de Jason a situação e estaremos correndo risco direto de morte – disse pensativo.

Ela ficou calada por um tempo, creio que buscando uma maneira de agir quando veio com outra ideia que com toda certeza seria a ideal apesar de todo o custo que seria coloca-la em pratica.

- Teremos que esperar a troca da guarda e rendê-los, assim entramos no prédio e roubaremos as informações – disse séria.

- Sabe que seria um risco imenso de sermos pegos e precisaremos de tempo para receber o sinal do iate do mexicano.

- Depois que deixarmos o prédio nos esconderemos na ilha até recebermos o sinal, que por falar nisso, como eles nos avisarão?

- Através de um bip para o relógio que me deram – disse o mostrando.

- Rendermos os guardas significa que precisaremos de uma arma – disse Sarah.

- Com toda certeza – falei preocupado. – Sarah, tem anos que não pego em uma arma e ainda tem que são dois guardas e não podemos fazer barulho.

- Sem contar as câmeras – disse ela, lembrando um grande detalhe.

- Pois é. Vimos que se movimentam a cada meia hora, ou seja, nosso tempo já seria reduzido – falei preocupado.

- Não acho que precisaremos mais que meia hora para plugar o pen drive e depois fugir opinou ela.

- Isso se não tiver mais gente dentro do prédio – disse.

- Rendemos os guardas e trocamos de roupa com eles para entrarmos no prédio, usaremos os uniformes como disfarce.

- A porta de entrada é através de biometria – falei.

- Depois que rendermos os guardas encostar o dedo de um deles no dispositivo de leitura com toda certeza será o menor dos nossos problemas – disse Sarah, torcendo o canto da boca, igual fazia quando me vencia nos jogos de estratégia que brincávamos em família.

- E como renderemos os guardas? Não temos armas e sem contar que não temos o mínimo treinamento militar – comentei frustrado.

- Eu sei, porém queremos sair daqui vivos e salvarmos os nossos filhos, portanto força de vontade será a nossa melhor arma – disse ela. Era engraçado que apesar do temor que estávamos vivendo dávamos um jeito de nos apoiarmos.

- Sarah, pode ser um discurso bonito, porém não é prático.

- Eu sei, porém já viu os brinquedos do BDSM hardcore? Pode ter certeza que entre eles nós encontraremos as armas que precisaremos para render os guardas.

- Quais brinquedos? – perguntei entre curioso e interessado.

- Existe um chicote que provoca choque elétrico, poderíamos usa-los. Claro que terei de participar com você de alguma cena em que eles estejam presentes para que possamos pegá-los.

Refleti por alguns segundos e conclui que a ideia era muito boa, o meu medo é que não tínhamos treinamento.

Mas admito que nós tínhamos o estimulo maior do que qualquer dinheiro que fosse pago a mercenários.

- Poderia ser bastante útil, pegaríamos dois e agiríamos juntos contando com o fator surpresa para nos ajudar com os seguranças.

- Foi o que pensei.

- Temos que localizar essa sala de brinquedos para pensar em como roubaríamos dois chicotes desses, não acho uma boa ideia participarmos de qualquer tipo de interação, porque seria um tempo que não temos – disse pensativo.

- Não será difícil principalmente se dissermos aos funcionários da mansão que queremos experimentar BDSM hardcore e assim que nos levarem a sala especifica pegamos o que precisamos e saímos da mansão – completou Sarah.

- Amor, esse é um mundo que desconheço, aqui não existem pudores, não sei como procurar os detalhes – disse preocupado.

- Digamos que esse é um mundo que pesquiso bastante e sei de algumas coisinhas, claro que nunca colocamos em pratica – disse torcendo a boca de maneira insinuante – mas acredito ser o suficiente para o que precisamos nesse momento.

- Quer tentar o sexo dessa maneira? Hardcore, não é assim que chama? – perguntei confuso depois de pensar sobre as informações que me deu e em como no seu rosto ficava claro a apreciação.

- Se eu estiver com você, enfrento qualquer desafio. Lembrando que nada foi fácil desde que chegamos e se sobrevivermos e estiver disposto a novas experiências... – disse ela, deixando claro que realmente estava disposta a inovações, quanto a mim o que posso dizer é que só precisava me integrar melhor sobre o assunto.

- Está bem, um passo de cada vez. Vamos nos arrumar para essa festa e nos prepararmos para a nossa fuga pela ilha.

- Como nos prepararmos? – perguntou Sarah.

- Não sei, vê se tem algo que precisamos levar para sobrevivermos até que nos encontrem - disse.

- Ah entendi – completou, percebendo que faríamos uma espécie de Largados e Pelados, sem estarmos pelados na floresta.

E assim com os planos traçados começamos a nos arrumar para a festa e analisamos o que no quarto podia nos ser útil quando fugíssemos pela ilha até o contato com o iate.

Estava concentrado olhando novamente as fotos que tirei e analisando as imagens dos tais chicotes de choque que a Sarah me mostrou, quando a minha mulher saiu do banheiro pronta para a festa.

O que posso dizer? O meu queixo foi parar no chão. Ela estava perfeita, linda, sexy, sensual, provocadora, enfim como disse, perfeita. Aquela festa prometia muito.

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