Gabriel

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Nunca pensei em transar com a minha mulher diante de outras pessoas e que pegaríamos fogo daquela maneira. Fico feliz por ter me enganado, porque aquele sem duvida foi uma das melhores transas que já tive na vida, julgando até as que tive com a Sarah.

Fiquei intrigado quando a Sarah me contou sobre a câmera. O que Jason queria filmando as pessoas ali presentes? E para onde eram enviadas as informações que as câmeras captavam?

Muito provavelmente todas as imagens eram enviadas para a bendita CPU. Ela devia armazenar tudo que Jason queria descobrir e manter arquivado.

- Acho que depois de um banho devemos dar um passeio pela ilha – disse a Sarah quando entramos no quarto.

- Ótima ideia. Mas temos que voltar para nos arrumarmos para o evento da noite onde conheceremos Jason e assim não levantaremos suspeitas.

- Claro.

E com esse pensamento tomamos banho juntos como há muito tempo não fazíamos, voltando a intimidade que tínhamos abandonado ao longo dos últimos anos.

- Continuamos nos personagens? – questionou Sarah quando coloquei a mão na maçaneta.

- Claro. É a nossa maior segurança.

- Pelo que li dos nossos papeis, eles são um casal excêntrico – disse em tom de cochicho.

- Demonstramos na piscina um pouco da excentricidade de sermos um casal convencional que tem gostos peculiares – disse com um sorriso convencido.

- Pelo visto gostou muito do que fizemos – observou provocadora.

- Não faz ideia do quanto – disse e saímos para o corredor.

- Quem sabe não experimentamos mais algumas coisas? – sugeriu de maneira provocadora.

- Bem, vamos viver o momento – disse apenas e segurei sua mão quando um homem passou por nós dois e perguntou se não queríamos nos divertir com ele e seus parceiros, isso mesmo, parceiros em uma sala de jogos. - Agradecemos, mas no momento estamos querendo dar uma volta pela ilha – completei.

- Pelo que aconteceu na piscina já vi que são do tipo que gostam do ar livre – falou ele e seguiu pelo corredor.

- O comentário sobre nós dois já está rodando os convidados – disse Sarah enquanto seguíamos em direção a porta principal que dava acesso ao jardim.

- Pelo visto, sim. Um casal visivelmente tradicional que pega apenas no olho no olho sem adereços – disse e a peguei pela cintura puxando ao meu encontro.

Sarah riu do meu gesto e automaticamente suas mãos foram para o meu pescoço e quando nos olhamos algo dentro de mim disse que sairíamos vivos daquele fim de semana, pois ainda tínhamos muito que viver.

- Precisamos ter foco – disse ela com os lábios próximos aos meus.

- Você tem razão. Mas é que tem muita coisa acontecendo dentro de mim ao mesmo tempo.

- Eu sei. Acontece o mesmo comigo – disse ela.

Beijei os seus lábios de leve e tirei as suas mãos do meu pescoço e voltando a realidade entrelacei nossos dedos, seguindo pela trilha que saia dos limites da mansão indo direto para a ilha.

- Posso ajudar com alguma coisa? – perguntou um dos funcionários da mansão, quando notou que seguíamos em direção ao prédio com formato de cofre.

- Estamos apenas passeando e vendo os espaços da ilha se é que me entende – disse insinuando que procurávamos espaços especiais.

- Ah! Entendi. A gruta, o dack e o gazebo estão para o lado oposto, basta retornarem encontrarão plaquinhas sinalizando o caminho – disse parado a nossa frente.

- E o que acontece se continuarmos nessa trilha? – questionou Sarah.

- Nada demais, apenas seguirão até o píer por aonde chegaram.

- Mas tem aquele prédio no caminho. Tenho certeza que pelo formato dele o lugar deve ser repleto de brinquedos interessantes – disse Sarah de uma forma frívola para que não chamasse a atenção para a intensidade do nosso real interesse na informação.

- Não. O prédio fica restrito a administração da ilha e também aos negócios particulares do anfitrião – respondeu secamente.

E ali tivemos a certeza de que no prédio em formato de cofre estava o que precisávamos a CPU de Jason.

- Ah! Obrigada pela explicação. Vamos querido, creio que podemos nos divertir na gruta – disse Sarah.

- Ótima opção – disse concordando, pois era fato de que insistir com o funcionário chamaria muita atenção.

Voltamos pelo lugar que viemos e quando percebemos que estávamos sozinhos, Sarah deu lugar ao seu desespero.

- Como chegaremos até o prédio? Fazer o que o mexicano está querendo será impossível, ele matará toda a nossa família.

Respirei fundo e decidi não me abater e precisava que a Sarah ficasse na mesma frequência.

- Estamos em uma ilha, e devido a essa geografia eu acredito que com certeza existe outro caminho. Não podemos desistir – completei a olhando nos olhos.

Ela soltou o ar de vez e me olhando diretamente nos olhos, questionou:

- O que faremos?

- Vamos achar a tal gruta e quem sabe não conseguimos fazer uma trilha de lá até o prédio, vi algo parecido em um filme – disse torcendo a boca.

- Seguiremos o roteiro de um filme? – questionou nervosa, enquanto a levava pela mão na trilha da gruta.

- É, dará certo. Precisamos de fé e usar a razão apenas na hora devida – disse me voltando para puxa-la e lhe dar um beijo daquele tipo que no inicio do nosso casamento a Sarah dizia que a deixava com as pernas bambas.

- Dará certo – disse Sarah em um murmúrio quando nos afastamos.

- Esse é o pensamento – disse e voltei a entrelaçar nossos dedos e juntos, seguimos pela trilha até a gruta para descobrir o que o lugar poderia nos ajudar.

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