Gabriel

39 3 2
                                    

Jamais imaginei viver uma cena daquelas, participar de uma orgia daquela maneira e em companhia da minha esposa era algo de fato impensável. Porém, descobri que gostei e me deu uma sensação de macho alfa que é capaz de proteger a pessoa que ama e por isso algo dentro de mim fazia com que confiasse que tudo daria certo e conseguiria proteger minha mulher e os meus filhos.

Quando nos vimos na trilha sabia que agora era tudo ou nada. E o principal, não permitiria que a Sarah se machucasse, por isso na minha cabeça estava sempre à situação de que se nos pegassem a protegeria a qualquer custo de modo que conseguisse sobreviver para quem sabe salvar os nossos filhos.

Com o caminho memorizado, dei a mão a Sarah e levando conosco as armas que conseguimos para render os seguranças partimos rumo ao que acreditava ser o começo do fim dos nossos tormentos.

Repetimos todo o caminho que fizemos aquela tarde, porém evitamos que qualquer pessoa nos visse na trilha que levava até a gruta assim como as câmeras instaladas no circuito, enfim seguimos em meio aos arbustos dos arredores.

Confesso que quando ficamos em frente ao prédio em formato de cofre, a ansiedade aumentou o medo que me dominava, porém olhei para a minha mão onde os meus dedos estavam entrelaçados com os de Sarah e fiz o que qualquer pessoa que protege aqueles que ama, pode fazer, engolir o medo e seguir em frente.

- E agora? – sussurrou Sarah quando paramos atrás de um arbusto bem próximo a entrada do prédio.

- Torcemos para que a troca da guarda seja por agora e aí colocamos o plano em ação – disse.

Para a nossa sorte a troca foi feita dez minutos depois e assim que tudo voltou ao silêncio, entreguei um dos tasers a Sarah e fiz sinal que era hora de agir. Ela assentiu visivelmente nervosa, porém não me questionou, pois sabia que era o único jeito de termos sucesso no nosso plano.

O êxito do nosso plano contava com o fator surpresa, por isso nos separamos e cada um seguiu por um lado diferente com a intenção de assim derrubarmos os seguranças.

Não podíamos fazer nenhum tipo de barulho e como tínhamos consciência de que era nossa melhor proteção diante de guardas treinados parece que alguém lá em cima ouviu as nossas preces e antes que eles nos percebessem os atingimos com os tasers, fazendo com que caíssem no chão tremendo.

- Seguranças abatidos. Como entramos no prédio? – perguntou Sarah.

- Vamos precisar do dedo de um deles – disse e Sarah me olhou preocupada.

- Calma, basta que me ajude e o levamos até o dispositivo de biometria – disse apontando para um dos caras deitado no chão.

- Ok – respondeu mais satisfeita com a minha resposta.

Como o cara estava desmaiado, eu o estiquei por um braço e Sarah pelo outro e o levamos até a biometria, todo o tempo torcendo para que não houvesse mais guardas ou observadores nas câmeras.

Quando a porta se abriu eu respirei um pouco mais aliviado, por tudo está correndo como imaginávamos e torcia para que continuasse assim.

Arrastamos o cara para dentro para caso precisássemos sair com o auxílio da biometria e entramos no prédio, que na verdade era uma grande sala com escada para o andar de cima.

- Esperava que tivesse mais segurança – disse Sarah.

- Com a festa estão confiando nas câmeras e que estamos em uma ilha, fugir é muito difícil - concluí.

- Por que está dizendo isso? Acha que teremos problemas com o barco? – perguntou nervosamente.

- Daremos o sinal, porém tenho certeza que eles não conseguirão nos pegar no píer que chegamos. Agora não vamos pensar nisso, temos que seguir com o que planejamos. Colocamos o pen-drive e saímos daqui antes que sejamos descobertos.

- Está bem - disse.

E seguindo as instruções que recebemos no iate, encontramos a CPU e finalmente colocamos o pen-drive, parecia que a sorte realmente nos sorria e quando segurei a mão de minha esposa para sairmos do lugar, luzes vermelhas se acenderam piscando terrivelmente, quando a porta principal se abriu de repente.

Olhei para Sarah e tivemos a certeza que se queríamos sobreviver, teríamos que lutar.

CASADOSOnde histórias criam vida. Descubra agora