Gabriel

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- Eles ficarão bem – disse em um sussurro para Sarah.

- É o que espero. Não sei o que faria se nossos filhos se machucassem – disse olhando-me entre nervosa e zangada.

- Faria qualquer coisa para protegê-los do que está acontecendo. Não fazia ideia da verdade escondida nesse caso – disse tristonho.

- Eu disse e por isso, esse é o único motivo de estar ao seu lado nesse momento – respondeu zangada.

- Sarah, sei que temos muito que conversar, porém lhe peço que aguarde a nossa volta para casa, pois acredito que para isso acontecer precisaremos mais do que nunca ser o casal parceiro de que nos orgulhávamos – disse, mantendo nossos dedos entrelaçados.

- É o mais sensato, porém...

Quando Sarah tentou argumentar o carro parou, pelo visto tínhamos chegado ao porto.

- Hora de seguirem viagem – disse o segurança, abrindo a porta da vã.

Desci primeiro e ajudei a Sarah que me olhou nervosa, por isso passei o braço ao redor da sua cintura tentando dar a ela um pouco de segurança.

- No barco receberão as instruções necessárias para quando chegarem à ilha – disse o segurança.

Estava muito nervoso sobre o que aconteceria e se estaríamos seguros de que não me reconheceriam. Afonso garantiu que Felipe não participaria do fim de semana e que Jason não sabia dos detalhes do que o sócio brasileiro aprontava com os negócios.

- Gabriel, a coragem acabou. Confesso que estou morrendo de medo – disse Sarah em um sussurro.

- Estamos juntos e jamais deixarei que lhe machuquem – disse e antes que ela me respondesse um segurança se aproximou.

- Entrem no barco, precisamos seguir viagem – disse.

- Como lhe disse, temos um ao outro e para mim é o que basta – disse para Sarah enquanto entrava no barco e a ajudava a subir no mesmo.

Ela sorriu pela primeira vez desde que fomos sequestrados, era bom sentir que tínhamos um pouco da nossa parceria de volta.

- Descendo as escadas tem uma cabine onde encontrarão roupas e informações sobre as pessoas que assumirão a identidade e depois mostrarei como hackearão a CPU do Jason – disse o segurança.

Fizemos o que ele disse e quando entramos na cabine tivemos alguns minutos de paz desde que fomos sequestrados no restaurante.

- Sarah, será apenas o fim de semana e estaremos em casa em breve – disse ajoelhando-me aos seus pés.

Ela soltou o ar frustrado e passou a mão pelo meu rosto.

- Quando voltarmos para casa, quero que você desmanche a sociedade e se afaste de todas as pessoas que nos colocaram nessa suíte.

- Não se preocupe vou reestruturar toda a minha carreira e os culpados responderam por seus crimes.

- Temos tanto para conversar, porque sabemos que o nosso casamento está literalmente na UTI e a parceria que me pede para o fim de semana será bem difícil – disse tristonha.

- Sarah, eu te amo. Sei que estamos distantes um do outro e que enfrentamos problemas, mas acredito em nós dois e sei que superaremos esse fim de semana como faremos o nosso casamento voltar aos eixos.

Antes que ela me respondesse, bateram a porta da cabine.

- Prontos para aprenderem sobre como hackearão o Jason? – perguntou o que acreditávamos ser o líder dos seguranças.

- Claro, acho que precisamos de todas as informações possíveis para que tudo saia como o esperado – disse.

Dito isso fiquei de pé e ajudei Sara a fazer o mesmo, saímos do quarto e seguimos pelo estreito corredor do iate até uma sala maior onde mais dois homens e alguns computadores nos aguardavam.

- Podem sentar, Juan ensinará tudo que precisam sobre invadir um computador.

Durante a meia hora seguinte, enquanto o iate avançava mar a dentro, Juan nos ensinou o que fazer quando encontrássemos a CPU de Jason.

Quando terminou, Sarah questionou sobre o casal que nós nos faríamos passar.

- Para evitarmos qualquer tipo de surpresa, acho que seria interessante sabermos mais sobre os dois.

- Rafael e Bete Torres – disse o segurança qie agora sabíamos que se chamava Antônio.

- Isso – disse eu e Sarah.

- Colocarei disponível o link da biografia dos dois, podem ler até chegarmos ao nosso destino, lembrando que a suíte de vocês tem as roupas e acessórios necessários para o disfarce.

Voltamos para a cabine com um tablet contendo as informações que precisaríamos.

- Meu Deus! Isso é loucura. Seremos pegos – disse Sarah.

- Não. Conseguiremos nos disfarçar e sairemos dessa ilha com a informação que precisamos para salvar a nós e aos nossos filhos – disse de maneira positiva.

Sarah apenas me olhou como se eu tivesse dito que unicórnios existiam e correu para o banheiro da cabine se trancando em seguida.

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