Sarah

19 3 1
                                    

Tudo parecia correr como esperado, tinha quase que certeza que conseguiríamos quando de repente a porta se abriu e dois seguranças armados entraram no lugar. Olhei para Gabriel e depois para o que tínhamos nas mãos tendo a certeza que era tudo ou nada, se queríamos sair vivos dali, teríamos que lutar.

Ele ainda tinha uma carga no taser que estava segurando e a usou, por sorte conseguiu atingir um dos seguranças, mas enquanto ele se livrava do cara o outro teve êxito em me prender, pois o chicote de choque disparou uma carga muito leve e não serviu para a intenção de neutralizar a ameaça.

Confesso que entrei em pânico quando o homem me agarrou e com o braço ao redor do meu pescoço colocou uma arma na minha cabeça.

- Acho bom ficar quieto – disse ele para Gabriel.

- Eu faço o que quiser só deixe que ela vá embora – disse e o pavor que vi nos olhos do meu marido me fez ter a certeza que Gabriel se entregaria se isso garantisse a minha sobrevivência.

Não podia deixar que isso acontecesse, por isso tirando coragem não faço ideia de onde lembrei uns golpes de defesa pessoal que a minha treinadora da academia ensinou quando uma das suas alunas foi atacada no centro da cidade.

Juntando toda a força dei uma cotovelada bem forte nas costelas do homem e com meu braço bloqueie a mão dele que segurava a arma, Gabriel acompanhando o meu gesto veio ao meu socorro e juntos, conseguimos neutralizar o segurança.

- E agora? – perguntei desesperada.

- Vamos fugir – respondeu ele me puxando pelo braço.

Corremos para a saída e com alívio nos deparamos com a brisa da noite. O único problema era o alarme que tinha começado a soar.

Minhas pernas em pânico se prendiam ao chão, ao mesmo tempo em que minha cabeça me mandava correr desesperadamente, por sorte Gabriel estava comigo e me mantinha em movimento.

- Vamos – disse puxando minha mão para que corrêssemos para a mata.

Enquanto corríamos, nós podíamos ouvir os gritos dos seguranças chegando até o prédio.

- Creio que a festa acabou – disse Gabriel quando ao longe identificamos a voz de Jason.

- Pelo visto sim – disse enquanto continuávamos a correr, buscando algum esconderijo.

Cinco minutos depois, Gabriel me puxou para que seguíssemos pela esquerda, que nos levava para algumas grutas, não aquela que servia de atração para os convidados e que nós dois nos divertimos, e sim, presente da natureza para dois pais desesperados em fuga.

- Já avisou o iate? – cochichei para Gabriel quando nos escondemos no escuro da gruta.

- Sim – disse.

- Teremos que ir até o píer? – perguntei preocupada, pois sabia que seria um lugar fácil para os capangas do Jason nos pegarem.

- Não temos como ir até lá, daremos a volta e eles nos pegarão na outra praia – contou.

- Está bem e vamos agora? – perguntei ansiosa.

- Sim, deixe apenas eu verificar que estamos sozinhos e seguimos – disse e se afastou para a saída da gruta, porém segurei sua mão e fomos juntos.

- Ninguém fica para trás. O que acontecerá para um servirá para os dois – disse.

E assim seguimos para a escuridão e depois de alguns minutos percebemos que toda movimentação ocorria longe de onde estávamos o que nos dava certa vantagem para corrermos até a praia.

- Vamos – disse Gabriel me puxando.

- Sabe como chegar à outra praia? – perguntei, pois não lembrava esses detalhes.

- Sim, não lembra os mapas que estudei com o segurança do mexicano? – perguntou enquanto avançávamos em direção ao mar.

- Ah, sim – disse me lembrando.

Creio que depois de uns dez minutos de caminhada, sentimos a brisa do mar o que nos tranquilizou mostrando que estávamos na direção certa. O quanto antes nós estivéssemos longe daquela ilha, melhor.

- Vamos – disse Gabriel fazendo com que eu adiantasse o passo no sentido da praia.

Quando nossos pés já tocavam a areia ouvimos o barulho de quadriciclos se aproximando.

- Gabriel, se chegarmos à praia ficaremos desprotegidos – disse nervosamente.

- É o único jeito.

- E onde está o iate? – perguntei angustiada.

- Calma, vamos procurar um lugar na praia em que possamos nos proteger em primeiro lugar – disse racionalmente.

Fizemos o que ele disse e ficamos atrás de uma pedra, enquanto da posição em que estávamos escondidos olhávamos o mar em busca da nossa carona.

Depois de alguns minutos vimos um barco se aproximando da costa, iluminado apenas pela luz da lua, o iate com toda certeza permanecia no escuro para disfarce e proteção.

- Eles estão vindo – sussurrou Gabriel apontando para o mar.

- E eles também – disse e mostrei as lanternas que se aproximavam, com toda certeza a segurança de Jason.

Segurei a mão de Gabriel em pânico, a ansiedade me devorava de um jeito que não sabia como meu coração continuava batendo no peito.

- Estaremos a salvo antes que eles cheguem – sussurrou Gabriel.

Olhei para ele em busca de sentir a esperança das suas palavras, porém em seus olhos via o medo que também devia dominar os meus.

CASADOSOnde histórias criam vida. Descubra agora