Sarah

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Andei com Gabriel até a gruta, deixando evidente o nosso poder de observação, pois todos os detalhes por menor que fossem precisavam ser registrados.

Ao chegarmos, nós nos deparamos com um ambiente digno de uma luxuosa tenda árabe. Com a estrutura natural das pedras que protegiam o lugar podíamos fantasiar com o cenário das mil e uma noites.

Havia um enorme puff, repleto de almofadas de seda branca e cacharrel pendurado pelo ambiente dividindo espaços com diversões em forma de brinquedos como por exemplo a cruz de Santo André.

Também em um canto estava uma mesa de buffet com frutas, doces, chocolates, água e vinho. Continuando em um dos ambientes, vimos dois homens se beijando enquanto uma mulher apenas observava e se masturbava.

Na parte central estavam uns três ou quatro casais, digo isso, pois não dava para mensurar muito bem só no que víamos, enfim em uma orgia que excitava até o maior dos puritanos.

Gabriel segurou minha mão com mais força, creio que sentia a mesma excitação que eu.

- Quer se juntar ao grupo? – sussurrei perto do seu ouvido, fazendo com que me olhasse do jeito provocador que sempre me enlouqueceu no inicio do nosso relacionamento.

- Não sou adepto da ideia de compartilhar a minha mulher, mas prendê-la naquele brinquedo com os véus me deixou com ideias – disse sexy.

- Podíamos experimentar – disse, olhando para o brinquedo e esquecendo totalmente do que tinha ido fazer naquela gruta.

- Precisamos procurar um caminho pela mata que leve até o prédio em formato de cofre – disse Gabriel com sensatez, jogando um balde água fria nas minhas intenções.

- Eu sei, porém veja as câmeras – disse sinalizando com o queixo. – Se passarmos por aqui sem aproveitarmos nada e nos embrearmos na mata acredito que pode chamar muita atenção – disse sincera.

Gabriel me olhou por alguns segundos e creio que raciocinando sobre onde estávamos, o que viemos fazer e a nossa louca oportunidade de terapia de casal, puxou-me para os seus braços e olhando fixamente para a minha boca deu-me um beijo que fez as minhas pernas tremerem. Caramba! Não imaginava que depois de tantos anos de casados ainda conseguíssemos fazer com o que tesão esquentasse o nosso sangue daquele jeito.

A medida que o beijo acontecia não percebi que Gabriel me levava em direção ao brinquedo dos véus, que depois descobri pela plaquinha ao lado que se chamava os "véus de Salomé".

- Como isso funciona? – perguntei cochichando para Gabriel.

- Não faço ideia, mas vamos descobrir – disse me olhando com um toque de malvadeza que confesso deixou-me bastante excitada.

O brinquedo era uma mesa com mais ou menos dois metros de comprimento e um metro e meio de largura com buracos em lugares que serviriam para pernas, braços, cintura e pescoço.

- Sete véus de Salomé – disse Gabriel – Cada véu um buraco – observou colocando a mão na minha bunda, confesso que com aquele pano fino do micro vestido qualquer mínimo gesto safado da parte dele era facílimo de ser sentido.

- Exige criatividade – disse o provocando.

Um casal e mais algumas pessoas tinham chegado a gruta e nos observavam.

- Não preferem a gaiola desmontável? Esse brinquedo não ficou como o planejado – observou um dos funcionários.

Gabriel o olhou por alguns segundos e depois com uma das mãos levantou o meu queixo e disse algo que mexeu com os meus nervos.

- Somos capazes de incendiar qualquer coisa, basta que os dois estejam na mesma sintonia. Você concorda comigo, amor? – perguntou com um jeito tão peculiar, só nosso que fez a minha libido bater na ponta mais alta do termômetro.

- Sem duvida – respondi mordendo de leve o lábio inferior.

- Quando me falaram de vocês disseram mesmo que usam o normal para esquentar o sexo a dois. – disse um homem de mais ou menos cinquenta anos, muito bonito e com um sotaque que tudo indicava que fosse americano ou inglês. O que me fez pensar sobre o Jason.

- Creio que o convencional pode se tornar algo alucinante. Jason, acertei? – perguntou Gabriel estendendo a mão e pelo visto com a mesma dúvida que eu.

- Sim e vocês Bete e Rafael Torres. Bem- vindos a minha humilde casa – disse com uma arrogância que fez o meu estômago dar voltas na barriga.

- Pensei que só nós conheceríamos a noite na festa. Fico feliz com o encontro – disse Gabriel enquanto eu apenas sorria suavemente assim como as duas mulheres que estavam com ele. Era visível que o cara curtia submissas.

- Eu também, pois posso ver ao vivo vocês dois em ação, afinal se me excitei com a gravação do que fizeram na piscina imagine vendo de perto – observou.

Tive que engoli o pânico com o que aquele homem acabava de dizer, agora éramos obrigados a chamar a atenção, fazer com que ele tivesse tesão em cenas de um casal convencional, ou seja, sem muitos brinquedos. Pelo visto era assim que a Bete e o Rafael Torres eram conhecidos.

Ele sorriu de uma maneira bem perversa e foi até duas poltronas de formatos estranhos que só entendi quando ele se sentou depois de ficar nu e uma das garotas se acomodou no espaço entre as suas pernas que dava para ela sentar. Uma posição ideal para um boquete, enquanto a outra garota se deitou na outra poltrona no sentido contrário ao convencional, ou seja, a posição lhe dava visão apenas do Jason e seu sexo ficava ao alcance da mão dele para toca-la como quisesse.

Olhei para Gabriel e de uma determinada maneira esperava entender o que ele queria quando disse que nós dois faríamos bom uso dos sete véus de Salomé, pois como autora hot, sempre tento imaginar muitos cenários sexys, porém com aquele brinquedo não vinha nada a cabeça.

Esperava que o meu marido tivesse pensado em algo realmente explosivo, pois para começar os olhares de Jason e dos demais estavam focados em nós.

Minhas apreensões só diminuíram quando Gabriel me olhou e vi o fogo e o desejo que tínhamos entre nós e estava esquecido nesses últimos tempos em nosso casamento.

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