Gabriel

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Invés de irmos para casa, nós fomos para uma pousada que ficava a algumas quadras de onde morávamos, precisava de um lugar seguro para deixar a minha família enquanto pensava em como entraria em casa.

Precisávamos de roupas e dinheiro, meus dólares escondidos no piso da sala seriam de grande valor para patrocinar a nossa fuga, fora os saques nos cartões de crédito que pensei em fazer para ajudar a nos manter pelo maior tempo possível.

- Não podemos ir até em casa de peito aberto, com toda certeza eles estarão nos esperando – disse Sarah.

- Sei disso. Por isso pedi na recepção o computador deles emprestado e vou acessar a minha conta pessoal para vermos as nossas câmeras, assim saberemos o melhor momento de agir – disse e Sarah me olhou contente ao se lembrar que tínhamos como vê o que estava acontecendo na nossa casa.

Acessei o meu usuário e rapidamente abri o aplicativo das câmeras, ficando surpreso com o que acabava de ver. Toda a nossa casa tinha sido revirada.

- Destruíram as nossas coisas – disse Joyce.

- O que estavam procurando? – perguntou Sarah, porque não sabiam do nosso envolvimento.

- Souberam ontem quando saímos da ilha e estão atrás dos documentos que tenho contra o sócio brasileiro de Jason. Além do que os meus sócios querem saber o que fato eu tenho contra eles.

- Mas você não fazia ideia do envolvimento do Lauro e da Cibele – disse Sarah.

- Sim, porém agora eu sei e os documentos que estão em minhas mãos podem ter uma nova interpretação.

- Estavam guardados em casa?

- Sim, mas pelo que estou observando o lugar do meu esconderijo eles não encontraram.

- O cofre no chão da sala? – perguntou Sarah.

- Exatamente – disse com um sorriso.

- E agora, pai? O que vamos fazer?

- Irei até nossa casa para buscar o que precisamos e quando voltar, nós seguiremos viagem.

- Vou com você – disse Sarah.

- E as crianças? – perguntei preocupado.

- Ficarão aqui, controlando os nossos passos e nos avisando em caso de perigo – disse decidida.

Não queria que ela corresse risco, porém sabia que se fossemos os dois levaria muito menos tempo e o quanto antes, nós estaríamos longe de perigo.

Soltei o ar que estava preso nos pulmões e olhando para a minha família resolvi concordar com o que Sarah havia dito e com o celular do Ricardo em mãos virei para as crianças, organizando o plano já estabelecido.

- Vamos nos falar pelo celular da Joyce. Fiquem de olho nas câmeras e qualquer coisa nos avise.

- Certo, pai – disse Joyce depois de olhar para o irmão.

Eu e Sarah vestimos uns casacos e colocamos bonés nas cabeças que tínhamos comprado em uma lojinha próxima ao hotel, tudo para que não chamassem muita atenção para nós dois, e seguimos para a rua.

- E agora? – perguntou Sarah.

- Vamos para a rua no fundo da nossa casa e entramos pela área de serviço.

- Boa ideia.

Claro que antes de nos aproximarmos da casa, observamos com todo o cuidado e ciente de que era possível, ajudei Sarah a pular o muro de casa e em seguida fiz o mesmo, logo depois que o Ricardo desativou o alarme do sensor de movimento que tinha colocado na porta do fundo que dava acesso a casa, nós entramos.

- Vamos – disse Sarah ao abrir a casa.

Assim que nós entramos, eu fui à busca do dinheiro e Sarah dos itens que precisaríamos, fazendo duas bolsas com roupas para toda família, tudo corria bem até que quando nos encontramos na sala para sair, recebemos uma mensagem da Joyce dizendo que havia movimento suspeito no jardim.

- Gabriel – sussurrou Sarah.

- Calma – disse.

Andei até a janela da sala e puxando de leve a cortina vi dois homens observando a frente de nossa casa e o pior, eles se encaminhavam para a porta.

- Vamos sair daqui – disse Sarah caminhando em sentido a área de serviço.

- O que nos garante que também não estejam no fundo? – perguntei para Sarah.

- E agora o que fazemos? – questionou.

Olhei para Sarah e tive uma ideia, quando ouvimos a maçaneta da porta sendo forçada. Mandei mensagem para o meu filho e segurei a mão da minha mulher, torcendo para que o meu plano desse certo.

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