Gabriel

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Encontramos Juan na cabine do capitão e óbvio que tínhamos de saber das novidades.

- Afonso manda agradecer o que fizeram, ainda não conseguiu telefonar para falar com vocês, pois está tomando as providências cabíveis junto a Interpol e o FBI para as prisões de toda a quadrilha.

- Sem problemas. O que nos interessa é justamente estar sabendo que as prisões começaram a serem feitas.

- E nós, já estamos chegando? Quando veremos os nossos filhos? – perguntou Sarah, visivelmente ansiosa.

- Chegaremos em vinte minutos, se forem ao deck já conseguirão ver a costa e o cais. Os filhos de vocês já estão lá com o nosso pessoal esperando a nossa chegada.

- Graças a Deus – disse Sarah um pouco mais controlada.

- E depois como será, Juan? – perguntei preocupado.

- Deixamos vocês em casa para que possam tomar as providências necessárias, pois seria bem interessante ficarem longe até a poeira baixar – disse.

- Concordamos com a sua ideia e já traçamos as metas para que isso aconteça - disse.

- Certo. Devem estar com fome, tem comida na cozinha podem ir até lá e quando menos esperarem estarão em casa – concluiu com um sorriso simpático, bem diferente da cara sisuda que costumava ter sempre.

Como sabia que a Sarah estava com fome não demorei mais na conversa e fomos em direção à cozinha.

Depois de colocarmos um café com leite nas canecas e pegarmos alguns pães que estavam dentro de uma cesta, sentamos em frente à pequena mesa que servia de apoio.

- Nossa! Nunca um café com leite foi tão gostoso – disse Sarah.

- Com certeza – respondi com um sorriso.

- Enfim, para onde vamos quando pegarmos as crianças – perguntou preocupada.

Olhei para ela sério e gesticulei que conversaríamos depois. Felizmente ela entendeu a minha preocupação e ficou quieta.

Por mais que tivéssemos agido de acordo com o Afonso, não era por isso que poderia considera-los totalmente confiáveis.

Terminamos de comer e fomos para o deck o que mais desejávamos era ver a costa e onde atracaríamos, pois nos dava a sensação de que aquele problema poderia finalmente acabar.

- Estamos próximos – disse Sarah.

- Sim – respondi e quinze minutos depois nós atracávamos.

Assim que descemos do iate, Juan e mais dois homens nos acompanharam até um furgão que para nossa felicidade assim que a porta se abriu nossos filhos saíram do veículo vindo ao nosso encontro.

- Vocês estão bem? – perguntamos um para o outro ao mesmo tempo, fazendo até mesmo o sisudo Juan dar um sorrisinho.

Com a nossa resposta afirmativa e a das crianças, pude enfim respirar, aliviado, sabendo que a minha família estava bem, mesmo depois do problema que tinham se metido por minha causa.

- Vamos para casa? – perguntou Joyce.

- Vamos e depois faremos uma viagem – anunciei.

- E a escola? – perguntou Ricardo.

- Iremos tirar umas férias – completou Sarah.

Juan se aproximou para nos dar as últimas instruções.

- José e Pablo seguirão com vocês até em casa e ficarão até que juntem suas coisas para viajar, uma maneira que Afonso encontrou de mantê-los um pouco seguros.

- Ok. Obrigado, será de grande ajuda – disse.

E com o pensamento que o fim estava próximo sobre Afonso, Jason e seus sócios e os meus sócios entrei no furgão com a minha família, pensando que talvez aquelas férias antecipadas fossem o que nós quatro estávamos precisando para dar uma nova guinada no relacionamento.

Segurando a mão de Sarah e observando nossos filhos sentados nos bancos mais atrás me sentia tranquilo, quando do nada um carro em alta velocidade se chocou com o nosso.

E um pensamento cruzou a minha cabeça de que a paz ansiada ainda não estava pronta para nos receber.

CASADOSOnde histórias criam vida. Descubra agora