capítulo 17.

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Cheryl Blossom pov.

- por que me trouxe aqui? - ri baixinho, enquanto andava e chutava a areia.

- eu quero que desconte a sua raiva em grito. - ela murmurou, se sentando em frente ao mar.

era literalmente de noite e Toni tinha me trago para passear na praia.

- ok... eu não entendi. - me sentei ao seu lado.

- eu quero que coloque as suas emoções para fora, ué. e bem alto. - explicou. - pode gritar o quanto quiser, ninguém vai ouvir você aqui. [N/A: não levem pro duplo sentido, pf, a toni ta sendo uma fofa].

- eu não vou gritar. - ri totalmente sarcástica. é claro que não vou ficar gritando igual uma louca.

e como resposta, Toni gritou bem alto mesmo. para ser sincera, eu acho que esse foi o grito mais alto que já ouvi em toda a minha vida.

- para!! - ri baixinho, tapando a sua boca.

- quero te encorajar. - ela também riu. - acredite, é libertador. eu nunca te mandaria fazer nada que fosse ruim.

- eu não tenho um motivo certo para gritar. - dei de ombros, voltando a olhar para o céu.

- nem o seu pai? - Toni murmurou. suspirei pesado e lentamente, eu me virei para ela. - tudo o que você queria dizer para ele, pode gritar. finge que eu nem estou aqui.

ela ficou em silêncio e eu também,

e ao fechar os olhos por um longo tempo, o meu pai me veio na mente.

e me veio nos meus pensamentos, ele me batendo... gritando comigo, me deixando de castigo por um final de semana e abusando sexualmente de mim.

- EU TE ODEIO, PAI!!!

foi o que eu gritei.

e eu não parei por aí.

- você acabou com a minha vida, você destruiu tudo. - continuei gritando como se ninguém pudesse me ouvir. - eu odeio você, eu odeio o que você faz comigo!

eu não me dava mais importância se Toni estava ali ou não. eu não estava com vergonha.

e pela primeira vez... eu estava sem medo ao tocar em seu nome.

eu só estava com raiva, tristeza, dor.

e as lágrimas começaram a cair, quanto mais eu gritava, mais dava vontade de gritar.

- eu odeio saber que você nunca vai me amar como uma filha merece!!! - foi a última coisa que gritei.

e por um segundo, por ao menos um segundo, todo aquele peso foi embora.

tudo o que eu queria lhe falar, eu falei, mesmo que não tenha sido para ele.

sem nem pensar direito no que estava fazendo, me joguei nos braços de Toni.

e ela me abraçou, ela me acolheu.

a garota da cadeira ao lado - Choni.Where stories live. Discover now