a garota da cadeira ao lado - Choni.

capítulo 42.

Toni Topaz pov.

- eu acho que... eu sinto. - confessei para Verônica. - algo pela Cheryl. eu sinto.

- ah, meu Deus! eu sabia!! - sorriu enorme.

- por que isso parece legal para você? isso não é nada legal! - cruzei os braços. - Cheryl nunca sentiria nada por mim.

- você não pode ter certeza. - disse pensativa. - ela pode sentir algo, só tem medo. ela já te contou sobre a Heather?

assenti.

- então sabe o quanto foi difícil para ela. - murmurou, para que ninguém ouvisse a conversa. - a Cheryl sempre foi intensa. nunca gostou de ninguém, mas quando gostou, fez de tudo por ela.

- até que o seu pai a tirou dela. - completei.

- exato. - assentiu. - Cheryl disse que não iria mais se apaixonar por ninguém, disse que não iria mais acreditar no amor. aí eu perguntei, "e se você se apaixonar?".

- o que ela respondeu? - eu estava curiosa, confesso.

- que ninguém iria saber, que ela iria evitar ou esconder. para sempre.

『...』

Cheryl Blossom pov.

duas semanas depois.

- podemos conversar? - ouvi a voz de Verônica ecoar pelo quarto.

- se vier falar sobre a Toni, não. - respondi sem olhar nos seus olhos.

- do que você tem medo, exatamente? - entrou, fechando a porta.

- do amor.

- se liberta disso, tá bom? vai viver a história que te pertence. - se sentou na cama.

- nenhuma história de amor me pertence. - falei sem olhá-la, não queria manter o contato visual com ninguém.

- você tem uma com a Toni. não pode ficar fugindo disso para sempre. - disse ela. - cerejinha, olha para mim.

virei o meu olhar para ela, ainda receosa disso.

- te falaram que amar pode doer, mas quem te disse que você está proibida de amar?

- e-eu... só amei... a Heather. - eu sabia que não estava certa do que estava falando. - e ela se foi.

- você está amando a Toni e sabe disso! nada te impede dessa vez, Cher... - Verônica murmurou e eu sorri fraco. ela disse "Cher". Toni me chama assim.

bufei, me sentando na cama.

- e não se preocupa com o tempo que você levou para amá-la, não fica pensando que foi muito rápido. o amor é assim, imprevisível. só acontece. - se virou para mim. - o que importa agora, é o que você sente.

- eu acho que não deveria ter acontecido, mas eu não sei como aconteceu. tipo... éramos amigas, eu a via como amiga, mas acho que no fundo, nunca fomos só amigas. isso é loucura! e se ela não sentir o mesmo?

- a Toni está caidinha por você, não tenha dúvidas disso. então vai, levanta daí, deixa esse medo de lado e vai amar, da forma que você nunca amou e sempre mereceu ser amada.

- não, eu não vou fazer isso. não vou me arriscar por causa de uma paixão que talvez nem dê certo. - balancei a cabeça negativamente, tentando afastar essa vontade. eu sou mais forte, eu consigo evitar isso.

- você só vai saber se tentar. e não é uma paixão qualquer, é lindo e nítido a forma que existe amor sim. - ao ouvi-la dizer, eu fiquei quieta. - não tem nada que te impeça. vai..

- obrigada, cha-cha. - sorri para ela, saindo do quarto em seguida.