The two brothers

38- Mãe

Chaisee é uma menina rica, mimada e tem sempre tudo o que quer, dizem que quando a gente tem tudo sem muito esforço, acaba não dando grande valor e isso é um fato bem real, e com ela não era diferente, a vida era gastar o dinheiro da família, ser uma menina nesse tipo de posição tem seus pros e contras claro, o maior pró era todo luxo e conforto com que vivia e o maior contra era não ser dona do próprio destino.

Quando casou um casamento forçado e arranjado por causa dos pais, não amava Earth, achava ele egocêntrico e avarento além do caráter do homem ser extremamente duvidoso. Ele parecia o tipo de homem que faria qualquer coisa por dinheiro e nisso ela estava bem certa desde o início.
Não importa como, os meios, as mentiras. O importante para ele eram os resultados. Então enganar, mentir e dinheiro fácil eram o seu negócio. Mas ele era já cotado para ser o sucessor do pai na empresa, a única condição era o casamento, era um negócio sólido, próspero e de milhões que ele não perderia de forma alguma.

O primeiro filho do casal Saifah, nasceu como uma cópia do pai, desde sempre, o rosto o gênio as manias, os mau caráter, tudo. Ainda muito novo se destacava na escola, estudava bem, era melhor que todos e mal ao extremo também. Todos tinham medo, os colegas, professores. Por que mesmo ele fazendo bullying ou até mesmo batendo em outras crianças, nunca era expulso ou repreendido.

O dinheiro do seu pai comprava tudo e todos. Sendo assim a diretoria do colégio aceitava tudo que vinha do pequeno psicopata como era conhecido na escola.

Chaisee não se envolvia muito nisso, o filho era problema do pai. Os dois se entendiam bem e ela preferia se abster, continuar em sua vida desconectada dessa terra onde o objetivo era só gastar, comprar, viver o luxo do qual podia desfrutar.
Quando o segundo filho veio foi uma luta, a criança nasceu com uma anomalia, um defeito de formação no coração, logo nos primeiros dias de vida quase morreu, mas o pequeno Pawat parecia que ia lutar com todas as forças pela vida e assim foi. Ainda pequeno vivia internado e até passou por uma cirurgia e Chaisee de certa forma detestava ter aquela criança doente.

O marido ignorava a existência do menino, o filho mais velho se preocupava mais com o próprio umbigo, então sobrava para ela aquela tarefa árdua de acompanhamento com o pequeno doente. Nisso seu irmão Daw que era médico ajudava bastante, inclusive depois do nascimento do sobrinho e com essa doença do pequeno o rapaz até voltou a estudar e se especializou em cardiologia, passando assim as ser o médico particular do sobrinho.

O menino quando tinha uns 4 anos já não era um fardo para a mãe que contratou uma enfermeira como babá da criança para ele ser monitorando 24 horas. A única coisa que o pai fez por ele na verdade foi um seguro de vida no nome da criança. Chaisee sabia que por trás devia ter algo, já que o marido não dava ponto sem nó. Mas não se atentava muito naquilo, naquele tempo grávida do terceiro filho, e a única coisa que podia pensar é que se viria agora um outro sádico igual o pai ou um doente igual a Pawat. Aquilo estava consumindo sua mente e por algum motivo a menina rica que podia ter tudo o que o dinheiro podia comprar desistiu de viver.

Se era depressão, se era peso na consciência, se era esgotamento mental, isso ela não sabia identificar e nem queria procurar ajuda médica para resolver, estava cansada de ser mulher de um homem tão arrogante e mal, de ser mãe de um garoto que maltratava outras crianças sem um pingo de remorso, de ter um filho doente. De viver aquela vida onde podia ter tudo, absolutamente tudo, mas no fundo não queria nada, só paz!

Estava no quarto, a barriga grande, não conseguia nem sentir muito pelo bebê que nem teria a chance de vir e ver esse mundo nojento. Em uma mão um copo com água, na outra um punhado de remédios. Seus olhos estavam turvos pelas lágrimas que rolavam em abundância pelos seu rosto. Estava tão concentrada naquele momento final em sua mente passando um verdadeiro filme da vida luxuosa e triste que viveu.