83 - Fuga

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Thun está escondido, des de que ligou para Saifah ficou andando pelo resort, pensou que seu irmão ia pegar o primeiro avião, e aparecer do nada ali, então ficou esperando isso acontecer, queria ver o "show", mas não queria que Saifah o arrastasse para casa junto. Estava perto da área onde ficava o quarto que viu seu irmão entrar logo depois do almoço, na verdade achou que ia precisar esperar muito até a chegada do mais velho, mas a surpresa foi que não demorou quase nada para ele ver um monte de homens com a cara nada boa vindo em direção ao quarto do irmão.

A briga começou logo na porta com os seguranças. Thun pensou no que deveria fazer, eram homens mandados por Saifah? Se sim com certeza iriam levar Pawat em segurança de volta para casa. Thun suspira fundo, já era hora de voltar para casa, logo alguém do resort chamaria a polícia e aquilo ia virar um caos.
Por que seu irmão mais velho não veio ele mesmo? Por que usar esses homens esquisitos para levar Pawat? "Um tapa de hia Saifah e P'Wat iria sem falar nada."



Estava preso nesse pensamento enquanto levantava do seu esconderijo quando viu os homens saindo do quarto, se escondeu novamente. Os últimos dois que saíram apoiavam Pawat que parecia desacordado, as roupas curtas e claras manchadas de sangue, Thun leva a mão aos lábios para não gritar, agora está com os olhos vermelhos, irritados, as lágrimas não descem, mas seus olhos estão marejados.



" O que eu fiz? "



Não tem muito tempo para pensar ou se arrepender, não sabe o estado do irmão ou o que os homens fizeram com ele, mas o segue de longe, um pouco antes de chegar ao estacionamento vê que Pawat está recobrando a consciência e lutando de forma tão fraca para se soltar que os homens nem se importam. Os outros homens já entraram nos carros, eram dois veículos só estão para fora ainda os dois que apoiam o irmão, Pawat tropeça nos próprios pés e cai, um dos homens permanece de pé, parece irritado e caminha até o carro enquanto o outro se abaixa para levantar Pawat, mas ele próprio levanta e tenta correr, o homem chega a rir, sabe que o jovem não vai longe de forma alguma, sua perna está ferida ele mal da um passo sem cambalear. O homem nem o segue imediatamente de tão inútil que é a tentativa de fuga. Um descuido, um segundo, é tudo que Thun precisava.




*****



Pawat acha que é esse o fim, mas não vai cair sem lutar, tentou se defender no quarto, tem cortes e hematomas no corpo todo para provar isso, mas não podia vencer, sua perna doia muito e tinha levado muitos socos e chutes, mas ainda podia tentar correr, mas era frustrante, mal se movia.
Estava quase caindo novamente quando sentiu um braço envolver sua cintura, e uma força maior o impulsionar para frente. Reconheceu a pessoa pela voz.


- Corre hia, ou nos dois vamos morrer.


Pra onde eles podiam correr? De um lado o mar, do outro uma densa floresta, no meio o resort, os homens já saíram do carro e estão perseguindo eles, o adolescente é rápido, mas com um manco a tira-colo não é tão fácil assim correr enquanto se apoiam um no outro.
A intenção de Thun é ir para a mata, claro, além dos perigos de homens que os perseguem nada melhor que se embrenhar no meio do mato, mas Thun não tem tempo de elaborar plano nenhum e Pawat sabe disso.


Eles caem e levantam uma, duas, três vezes, mas não param, o barulho de tiros é um incentivo a não parar de correr.


*****


Ratt está verificando o pescoço de um dos subordinados de Klahan, não tem batimentos assim como o outro, ambos mortos a cena no quarto é no mínimo caótica, um dos seus subordinados vem do banheiro balançando a cabeça, nada lá, mas pela expressão dele Ratt sabe que teve luta, não levaram o garoto sem lutar.
Ele levanta e se volta para Klahan que está na porta a postura parece de alguém calmo, mas os olhos estão sombrios.

- A polícia já está chegando, tenho contatos na delegacia, infelizmente não tem como evitar que investiguem no resort, então é melhor a gente ir, vamos procurar com nossos meios, enquanto eles fazem as buscas deles. Vamos fazer isso sim?

Klahan acente sem dizer uma palavra. Ratt não imagina o que ele está sentindo, na verdade ele sabe, todas as sensações do sequestro de Gus vem a tona, mas o mais velho é diferente de Ratt em muitos aspectos, até na maneira de se portar durante uma crise.

- Chefe...-Um subordinado de Klahan entra correndo no quarto- Um dos hóspedes viu eles no estacionamento, disseram que tinha um rapaz com a descrição do senhor Pawat, ele foi levado por outro garoto, eles foram na direção da floresta e os homens foram atrás, isso não faz muito tempo, foi um pouco antes da gente chegar.

- Não deixe ele dar essa informação a polícia, nós mesmos vamos resolver isso...-Klahan se volta para Ratt- Certo?

- Vamos resolver.

Ratt só concorda e vai para o carro buscar sua arma, não tem jeito melhor de retribuir o que tantas pessoas tinham feito por ele, ia retribuir arrancando algumas cabeças.


*****


Kan não para de olhar no relógio o tempo está passando, onde está Gear? Se vira para voltar para o hospital mas derrepente avista o carro do seu esposo, no banco do passageiro está um loiro sorridente. Não Gear não ia conseguir sair de casa sem levar Phat junto, Kan suspira fundo e sorri enquanto os seus esposos saem do carro, ele está indo ao encontro deles quando sente que uma mão segura firme seu braço. Se volta para ver quem é e se surpreende com o par de olhos verdes que o encaram.

-Senhor enfermeiro, não vai mesmo me passar seu número?

Kan vira o olhar a tempo de ver dois pares de olhos lhe olhando com uma expressão atordoada.

"Que merda"

The two brothers Onde histórias criam vida. Descubra agora