Klahan já viu os olhos de Pawat tristes por vários motivos, mas nunca imaginou que veria por uma briga tão boba, eles tinham brigado pela manhã, já faz alguns dias que vem tendo pequenas discussões, mas dessa vez a briga aconteceu de fato.
O mais novo, está agora no último ano da faculdade, tem estagiado na empresa que é sua por direito mas onde a mãe é quem administra, ele quer começar de baixo, todos entendem e apoiam isso. Fora isso no tempo livre ele tem feito alguns trabalhos fotográficos como um passa tempo, mas acabou sendo chamado por uma emissora local para fazer algumas fotos para alguns documentários. Foi nesse ponto que as discussões entre o casal começaram, a equipe jornalística esteve cobrindo alguns desastres naturais e Pawat acompanhou para o registro fotográfico, mas chamou muito atenção dele como muitas crianças acabam ficando órfãos e o problema que são as instalações como orfanatos não terem uma estrutura tão adequada.
Até aí tudo bem, já que ele convenceu a mãe a apoiar financeiramente algumas instituições, ele mesmo gostava de fazer visitas e doações de cestas básicas mensais.
Nada disso seria um problema se no processo Pawat não tivesse se apaixonado por outro homem.Klahan agora se sente irritado e confuso, Pawat está com aquele olhar triste depois da briga que tiveram. Agora mesmo está deitado no quarto desanimado, olhos fundos, sem muita vontade de fazer nada além de ficar lá manhoso. Klahan se irrita ao ponto de sair chateado de casa, pede ao motorista para levá-lo pra ver o outro amor de Pawat, sabe que tem que resolver essa questão antes que as coisas fiquem piores.
***
- Está mesmo rindo de mim?
- Não Senhor...
O advogado de confiança está sim rindo disfarçadamente de Klahan, trabalhando a tanto tempo com o temido mafioso, nem em seus sonhos imaginava que veria uma cena dessas.
- Senhor está tudo pronto...- A assistente social está sorridente, entra na sala e entrega uma grande bolsa a Klahan.
- Preciso levar tudo isso? Eu vou comprar tudo novo de qualquer maneira...
- É o básico que tem aqui, não vai durar muito de qualquer maneira...
- Essa bolsa enorme? O básico?
O advogado agora ri de forma sonora ao que o chefe responde jogando a bolsa sobre ele que a segura ainda sorrindo.
Klahan coloca as mãos nos bolsos e suspira fundo olhando para dentro do berço no canto da sala, lá dentro o outro homem que conquistou o coração do seu marido, os olhinhos são enormes e escuros, o cabelo cheio também muito negro e liso, a pele branquinha avermelhada nas bochechas e nas mãos em punho que o pequeno agita enquanto faz um som engraçado com a boca.
- Você também está rindo de mim coisinha?
- Senhor, não parece que está feliz com isso, então por que vai levá-lo?
Klahan suspira e olha cansado para o advogado que encara o bebê com um sorriso bobo nos lábios.
- Primeiro Wat veio com uma conversa sobre um dia adotar uma criança, depois só falava de como os desastres tinham enchido os orfanatos, e por fim falava dessa coisinha no café, almoço e jantar.
Chegou ao ponto de a gente discutir quando eu falei que não queria mais saber desse assunto. Acredita nisso? Ele realmente levantou a voz para mim? Eu sou o que? O marido, o seu hia, e essa coisinha aqui chegou agora quem ele pensa que é?O advogado morde os lábios para não rir mais, realmente Klahan mudou, ainda era áspero e indiferente diante dos negócios, mas para Pawat ele sempre se dobraria completamente, só que dessa vez é diferente o chefe se faz de difícil, mas pelo modo que correu no orfanato, adotar aquele pequeno bebê, não parece um ato que fez apenas por capricho ou para mimar o esposo, o advogado sente que tem muita coisa que o mafioso apenas não consegue admitir, uma delas é que está de acordo com aquela adoção des de antes de assinar os papéis.
O motorista entra na sala está ofegante, carrega um bebê conforto nos braços.- Desculpa a demora chefe, foi difícil achar isso...
- Sem problemas, coloque a coisinha aí dentro e vamos pra casa.
- Eu???
- Quem mais? Olha pra minha cara, parece pra você que eu sei carregar um bebê?
Klahan sai na frente irritado enquanto a moça que os observava da porta vai ajudar o motorista a acomodar o bebê, o advogado corre atrás de Klahan tentando carregar a bolsa do neném e a sua própria pasta e papéis, parecem um bando de homens desajeitados aos olhos da assistente social, mas ela acredita que eles logo pegam a prática.
***
Pawat está na penumbra do quarto, a noite caiu e tudo esta escuro agora, tem um bico nos lábios e um semblante abatido, mas teve a tarde toda para pensar sobre a briga que teve com Klahan, acaba que a raiva vai embora, já sente saudades do seu hia na verdade, brigaram por uma bobeira, é verdade que ficou muito triste pelo pequeno bebê, queria ajudar e dar um lar a ele, durante o trabalho voluntário ajudou a achar família para algumas crianças e se sentiu satisfeito com isso, mas o bebê que geralmente os casais querem primeiro, foi ficando para trás, o que fez crescer no seu peito a afeição e a certeza que era o destino, talvez devesse adotar ele, mas Klahan foi categoricamente contra, depois dessa tarde de reflexão acaba que entende os motivos do mais velho, ele deve querer sossego, viver bem eles dois já é suficiente para seu hia, o desejo de ter uma família enorme vem de si mesmo, Klahan faz um trabalho perigoso também, e chegando em casa ele só quer ficar abraçado, vendo um filme, ou fazendo algum programa a dois, vem de uma família onde foi só ele e o irmão por tanto tempo que dificilmente se acostumaria com outra forma de família. Dentre todos esses pensamentos Pawat finalmente se conforma com a realidade, e quer levantar bem cedo no dia seguinte e ajudar a arrumar uma família para o bebê sem nome que ele carinhosamente apelidou de Tay.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The two brothers
FanficFIC DE NÚMERO 4 Mond deixou algo no ar, e viemos mostrar o futuro dele e do irmão Klahan que ficou em aberto 🫣 Dois irmãos que trabalham pra máfia se encontram de repente em meio a uma rede de mentiras e conspirações por conta de um garoto que o m...