108- 🔥 Chaves 🔥

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Eric acordou cedo, o domingo começou chuvoso como o dia anterior, o clima não estava tão frio, mas era gostoso para ficar na cama, e sua cama estava particularmente quente nessa manhã. Achou que voltar para aquela casa fosse algo extremamente difícil, mas percebeu que não eram tantas lembranças assim, seu pai sempre foi ausente na maior parte do tempo, e quando estava por perto só sabia brigar e impor suas vontades.

Já sua mãe tinha mais dificuldade em se adaptar, vez ou outra ela parava e parecia absorta em pensamentos, ela mesma disse para eles começarem do zero, uma nova vida, mas Eric sabia que era mais fácil falar do que fazer, justamente por isso ficou  grato quando Thahan chegou para ajudá-los com a mudança e a colocar tudo no seu devido lugar.

Apresentou o veterinário como seu amigo, se conhecem a tão poucos dias, mas mesmo sentindo uma ligação forte com o outro, não quer acelerar nada, se der tempo ao tempo essa relação provavelmente vai durar, vai ser sólida e bonita. Não quer forçar as coisas, dessa vez vai com calma.

Mas como ter calma? Thahan está deitado ali na mesma cama, dormindo profundamente, o sono tranquilo o rosto delicado uma pele macia e cheirosa a alcance de sua mão.
Depois de ajudar a colocar tudo em ordem os três comeram a comida que Thahan trouxe, Dará elogiou muito a boa mão da mãe de Thahan, mais que isso, ela se sente grata por seu filho ter boas pessoas ao seu lado.

Depois de jantarem ficaram conversando e foi ficando tarde, então o veterinário acabou ficando para dormir, agora estão ali lado a lado, dormiram nos braços um do outro a noite toda, não se atreveriam a fazer nada mesmo querendo, essa era a primeira visita a casa de Eric, então Thahan também se conteve, mas era difícil para os dois, a vontade de repetir a primeira noite era grande, o cheiro o gosto, queriam sentir tudo de novo mais uma, duas, três vezes.

Antes de dormir Thahan ficava passando a ponta do nariz de forma provocativa em toda extensão do pescoço de Eric, então o mais novo segurou seu rosto e o beijou nos lábios durante muito tempo, era excitante chupar a língua doce de Eric, era mais excitante ainda a força com que Eric pressionava sua boca contra a do mais velho, chegou a ser doloroso, mas era uma dor deliciosa, a vontade de se tocar e se aliviar era uma tortura para ambos, mas venceram aquela noite.

Agora Eric admirava aquele rosto lindo os lábios levemente inchados, acariciou de leve a boca avermelhada e se inclinou para despertar o mais velho com um beijo, mas Thahan abriu os olhos nesse mesmo instante, seus lábios se entreabriram também e sugou o dedo de Eric para dentro da sua boca, chupando ele de forma sedutora, acariciando com a língua enquanto mantinha os olhos fixos no do rapaz com cheiro doce.

- Pare de me provocar, estou tentando me segurar, mas não sei até quando vai durar a minha resistência.

Thahan ri e solta o dedo do outro, levantando um pouco o corpo da um beijo barulhento nos lábios de Eric.

- Apartir dessa semana vou começar meu estágio e você vai voltar a estudar, vamos estar um pouco ocupados, vai demorar pra gente se ver de novo assim.

- Vai ser difícil eu sei, mas vamos fazer dar certo... Você vai tentar não vai? Me prometa...

- Vamos fazer dar certo, tentar... eu prometo.

Os lábios dos dois se uniram em seguida, as línguas se entrelaçam e dançam da forma mais erótica possível explorando cada canto da boca um do outro, para Thahan tudo é mais doce a cada minuto até mesmo a saliva quente daquele garoto tem a lembrança de morangos.

Sabiam tão pouco um sobre o outro, e aquilo não era necessariamente um pedido de namoro, era mais uma doce promessa de que iriam tentar fazer aquele incêndio que se iniciou entre eles em um elevador durar, Eric tinha receio, voltar a estudar, o estágio do veterinário, seu trabalho no restaurante, ajudar a mãe a se estabilizar, conhecer a família de Thahan. Queria manter aquele novo amor em meio a tanta coisa que pode vir a ser empecilho para eles, e espera do fundo do coração ser capaz de conseguir...

*****

Sinn não diz nada, está chateado, depois de alguns dias de muito sexo, começando no restaurante, passando por um hotel e finalizando na casa de Chai, agora ele precisa partir, tem um trabalho para uma revista em Taiwan, é algo que já estava agendado e que não pode de forma alguma recusar, quando contou ao novo amante sobre esse trabalho, o outro não pareceu reagir, nem bravo, nem triste, sua expressão era neutra.

Estiveram juntos aqueles dias, se entregando um ao outro de forma tão aberta e prazerosa, achou que tinha criado uma conexão, um vínculo, mas será que se enganou? Será que isso ia durar alguns dias como a outra pessoa que foram apenas 3 dias e depois acabou?

Qual era o problema de Chai? Por que ele não falava nada? Será que estava achando que Sinn ia abandonar ele igual o seu ex fez durante um almoço?

- Você quer tomar banho comigo?

- Já tomamos muitos banhos juntos, já deu para perceber que é melhor irmos separados ou o banho vira outra coisa.

Chai responde de forma calma, está sentado na cama, as costas apoiadas contra a cabeceira da cama, só um lençol cobre da cintura para baixo. Sinn está com a cara um pouco fechada, sentado na ponta da cama sem nenhuma peça de roupa no corpo.

Não sabe bem o que dizer agora, são parceiros sexuais? Talvez nem isso? Não pode ter uma reação exagerada, mas gostou tanto de Chai, não quer que eles acabem assim. Sente que precisa tomar alguma atitude, respira fundo e espanta o mal humor que começou quando eles iniciaram a conversa sobre ele precisar ficar duas semanas fora por causa do trabalho. Sinn não conhece tão bem Chai quanto gostaria, mas sabe que o rapaz de belo sorriso gosta de uma coisa em particular, atitude.

Sinn pula para cima da cama, de joelhos está agora e vai engatinhando devagar até Chai que arregala os olhos surpreso na mesma hora, Sinn parece um gatinho, só falta ronronar, mas para espanto de Chai o barulho que o outro faz é bem parecido. Chai na verdade estava um pouco chateado ao descobrir que o rapaz ia ter uma viagem de trabalho tão longa, e isso logo depois de perceberem que tinham essa afinidade, e não só na cama, queria conhecer ele melhor, ter uma nova chance e quem sabe vir a amar alguém de verdade, e os planos mudaram de uma hora para outra.

Mas aquilo o ronco baixo e rouco, aquele homem nu de rosto perfeito engatinhando até ele, sua intimidade mudou de tamanho na mesma hora, se sentia quente, estava exausto de tanto sexo, e seu  membro acordava assim do nada? Com um simples gesto do outro ?

Era visível para Sinn como Chai estava, o lençol fino entregava tudo, ele levou a boca até a barra do lençol sob a barriga do outro, e foi com os dentes que tirou o que cobria a parte que ele queria ver agora, ereto e com a ponta brilhante já molhada, Sinn passou a língua nos lábios com desejo de provar aquele corpo.

- Na gaveta...-Chai falou baixo, quase um sussurro, seus olhos não se desviam do corpo esbelto e bem desenhado na sua frente de forma alguma.

"Camisinha?"

Sinn pensou e desviou o olhar e estendeu a mão para a gaveta, achava que tinham acabado com todas as camisinhas já, inclusive fizeram com e sem elas, ao abrir a gaveta entre outras coisas não tem uma caixa com camisinhas.

- Elas não estão aqui...

- As chaves, pegue as chaves.

Sinn pega as chaves e se senta sobre o estômago de Chai, o membro do outro roçando de leve na sua bunda, o que está quase levando os dois rapazes a loucura, mas Sinn se controla pois está intrigado olhando as chaves em suas mãos.

- Você comentou que não tem casa fixa aqui, essas são as cópias das chaves da minha casa... quando voltar da sua viagem se eu estiver no trabalho venha direto para cá e descanse e espere por mim.

- Está...me dando as chaves da sua casa?

- Não pense coisas estranhas, não é nada de mais eu apenas...

Não é nada de mais? Sinn joga os braços ao redor dos ombros do outro e finalmente cola seus lábios nos lábios de Chai, as chaves significam confiança e que o outro vai esperar ele retornar, não sabe se isso tem futuro, se isso vai dar certo, se Chai pode entender seus gostos peculiares na cama, mas sabe que acabou de receber a chance de conhecer melhor alguém, de participar da sua vida, transitar por sua casa, mal pode esperar para esse trabalho acabar e ele reencontrar uma pessoa da qual ainda nem se separou.

Para Chai é difícil se expressar para alguém que ainda não conhece tão bem, apenas aquele desejo incessante os une agora, então espera que ao dar as chaves, Sinn compreenda sua real intenção que é a possibilidade deles terem algo sólido no futuro.

The two brothers Onde histórias criam vida. Descubra agora