07- Convite

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Alguma coisa estava estranha com o anjo entrando na casa de shows, ele olhava atento para todos os lados, parecia com receio de algo, não viu ninguém ao lado dele, Max ficou observando do topo da escada a movimentação abaixo.

- Algo em que eu possa ajudá-lo senhor? - Chai está ao lado de Max

- Apenas observado a movimentação - Max se vira pro homem - aliás, temos quantos homens armados aqui?

Chai levanta a blusa mostrando uma arma

- Até as garçonetes andam armadas aqui senhor - Chai solta a blusa - as vezes temos visitas inesperadas e precisamos estar precavidos!

- Achei que aqui era um local pacífico - Max levanta a sobrancelha e volta a atenção ao seu anjo - mas pelo jeito, não é tanto assim...

- Bom senhor, qualquer coisa pode me chamar - Chai pega uma outra arma que tinha do outro lado da cintura e entrega ao chefe - melhor o senhor também ficar protegido.

Max olha pro homem, não gosta muito de armas mas sabe que não tem muita escolha, pega a arma e coloca na cintura, após isso se despede de Chai com um sorriso e desce as escadas, não sabia exatamente como fazer, o que falar, mas depois de tantos anos e vários desencontros ele queria conversar com Mond novamente.

*****

Mond estava entediado, faziam alguns meses que não saia de casa para diversões do tipo que usaria sua nova amiga faca, o Olimpo estava mais tranquilo, depois da perca de um de seus bebês a dois anos atrás ele não os levava muito a campo de batalha, eram raras as ocasiões onde Mond tirava um deles para acabar com a paz e sossego dos inimigos.

Naquela tarde, Mond acabou ouvindo uma conversa de uma cobrança de dívidas em específico, mas não era uma comum, um grupo de homens haviam desviado uma carga que deveria ser entregue a Ratt, mas como os homens disseram que pagariam em uma data específica e eram conhecidos acabou que se deixou passar, porém essa data já havia se prolongado por muito tempo e a cada vez as desculpas eram menos aceitáveis, dessa vez eles iriam com toda força para ou recuperar o valor, ou eles pagariam com a vida.

Mond deveria ter se tocado que as coisas poderiam não dar muito bem quando os homens não apresentaram nenhum plano, só queriam ir de peito aberto e cobrar a dívida, Mond havia se acostumado com aquele rapaz dos planos, seu primo que era muito meticuloso quando se tratava de cobranças de dívidas, ou até do chato de seu irmão que nunca fazia nada por impulso, sempre planejava tudo com muita calma e paciência; mas a falta de diversão fez com que Mond entrasse no meio dessa conversa e se oferecesse para ir junto com os homens, ele nem sequer consultou Klahan que com certeza ficaria muito bravo, ele só foi atrás de um pouco de diversão.

No caminho os homens só falavam em como iriam entrar e fazer a cobrança normal de dívidas, eles estavam em dois carros, conversavam pelo comunicador, eram em oito homens contando com Mond, quando chegaram no local de costume Mond já estranhou a falta de movimentação, normalmente haviam homens armados pra fora, mas dessa vez não havia ninguém e ele já começou a se atentar ao detalhes ao redor, quando os homens desceram dos carros entraram três na frente, quatro no meio e Mond por último, era um local próximo ao centro em um beco um pouco escuro mas de fácil mobilidade, Mond como sempre não tinha uma arma em mãos, somente a faca e isso o deixava em desvantagem em caso de trocas de tiros, por isso foi o último a entrar

- Protejam o senhor - os gritos são ouvidos vindo de frente e um dos homens que foi com Mond cai no chão baleado

Mond não olha duas vezes, tenta verificar se tem mais homens por perto para ir pra combate corpo a corpo mas não tem tempo, os homens que estavam a sua frente o cercam e começam a atirar, eles puxam Mond pelo braço no sentido contrário das balas, eles correm de costas enquanto atiram, alguns são atingidos de raspão, mas é nítido que são em número menor então resolvem sair, quando eles estão fora do beco na rua cada um acaba indo pra um lado, só que ainda estão sendo perseguidos por outros homens, Mond vê uma porta chamativa em sua frente, era uma casa de shows aparentemente, ele olha ao redor para verificar se estava sendo seguido, talvez porque ele fosse o último e acabou não sendo marcado pelos homens, nenhum foi atrás dele, mas de qualquer forma Mond resolve entrar naquela porta.

O local estava cheio, muita pessoas e música alta, algo que não era tipico do cotidiano de Mond, mas já que ele estava ali não ia perder a oportunidade de aproveitar o ambiente e quem sabe conseguir algum tipo de diversão, já que Sinn estava viajando com a familia para fora do País e ele não havia se envolvido com ninguém por esses dias.

"Max"

Os olhos de Mond e Max se cruzam no momento que que o menor está no último degrau da escada e Mond está indo em direção ao bar, eles se olham por alguns minutos, Mond não sabe exatamente em que pensar, o enfermeiro sorridente havia crescido bastante desde a última vez que haviam se visto na festa de fim de ano a muito tempo atrás, Max estava mais alto, um rosto lindo e os olhos redondos permaneciam com o mesmo brilho.

- Olá senhor enfermeiro - Mond se aproxima com um sorriso em direção a Max

- Olá P'Mond - Max junta as mãos em forma de respeito

- Parece que você não é mais a criança que eu conheci a um tempo atrás - Mond tem um sorriso malicioso nos lábios

- P'Mond - involuntariamente Max leva as mãos ao rosto ao sentir que estava ficando corado

- Ainda com as mesmas manias - Mond se aproxima um pouco mais - posso te convidar para uma bebida?

Max não sabe o que responder, afinal estava ali para trabalhar, mas... ele teria uma nova oportunidade de conversar com o anjo assim tão facilmente?

The two brothers Onde histórias criam vida. Descubra agora