47- Filho do inimigo

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"Eu realmente vou me sentir melhor se eu simplesmente esquecer?"

*****

Aquela noite Jhony e o Chef Young estavam muito cheios de olhares, não demorou para Eric perceber que estavam planejando um encontro a noite, ficou pensativo a tarde toda sobre Max. Lembra de quando decidiu se afastar de casa do pai e vir atrás do que queria de verdade, estava bastante animado com essa ideia, com certeza agora que estariam mais próximos um ao outro, achou que Max não ia ficar bravo com a surpresa, que seria tudo maravilhoso entre eles, na verdade apenas se iludiu.

Pensou em aproveitar que o Chef e Jhony iam a um encontro e passaria na casa de Show, estava ansioso, tudo pareceu tão estranho, primeiro Max concordou,  respondeu as mensagens, depois ele simplesmente  parou de responder novamente, pelo menos queria uma explicação, assim que acabou o trabalho demorou  um pouquinho escolhendo uma roupa, não era mais adolescente, mas se sentia exatamente assim, o frio na barriga, as mãos soando.

Finalmente achou uma roupa que gostava e saiu rumo a casa de Show. Era sempre bom fazer uma surpresa pra quem a gente gosta. Mas as palavras do Chef estavam latejando em sua cabeça...

"...Deixe ele tentar da mesma forma que você tentou, se não der certo ele terá você para consolá-lo já que é dessa forma que você deseja..."

O Chef não sabia que isso nem era verdade, que ele tentou mas o progresso que fez foi mínimo ou quase zero, só obteve uma promessa mentirosa de uma mente confusa.
Eric não ficou mais que segundos na frente do local, viu de longe as pessoas bebendo e saiu. Estava sentado em um banco agora na pracinha, mas não sabia a quanto tempo.

Gostava de Max a quanto tempo mesmo? Quase 3 anos. Ponderou que se ele merecia uma chance com a pessoa que gostava, então Max também merecia com o rapaz loiro certo? Isso era justo.

Chance? Nunca nem teve chance. Sorriu, aquilo doia, mas sorriu, devia ser doloroso para Max também. Imaginou se o pai não tivesse negócios escondidos e não fugisse daquele modo a anos atrás, ele e Max teriam tido uma chance de verdade? Iam conviver diariamente e o outro se apaixonaria? Ou não, não teria uma chance mesmo em um cenário diferente?

Pegou o celular, tinha salvo conversas que tiveram durante todo esse tempo, conversas que não podiam competir com o cara loiro que nem sabia se já estava a tempos dando moral a Max, mas que agora parecia interessado, e isso bastava para fazer o coração apaixonado de Max muito feliz. Apagou uma a uma das inúmeras conversas, era como arrancar pedaços do coração. Tinha as fotos que salvava das redes sociais de Max, olhava atentamente cada um antes de apagar.

Agradeceu mentalmente a Max por ter sido seu amigo nesses anos, isso o ajudou bastante, era difícil viver como seu pai queria que ele vivesse. A última coisa que não conseguiu apagar foi o contato de Max do aparelho, na mente só o desejo de que aquele rapaz pudesse ser feliz. Aquilo era difícil, quando terminou estava ofegante, o rosto molhado sem nem se dar conta de que estava chorando.

Aquelas palavras do Chef

"...se não der certo ele terá você para consolá-lo já que é dessa forma que você deseja..."

Não, não era dessa forma que ele desejava que as coisas fossem. Mas as outras palavras de Young eram conselhos valorosos, devia se amar, mais e acima de tudo, mesmo que isso fizesse essa dor ser tão aguda no seu peito.

Pensou no próximo passo que daria agora, o Chef tinha sido tão gentil com ele. O melhor era se dedicar ao restaurante e voltar ao plano original de juntar dinheiro e ir para outra cidade assim que tivesse condições, com certeza logo o pai o encontraria, nunca teve chance de levar seu romance a diante, deu um passo muito maior que a perna dessa vez. Antes de se levantar do banco recebeu uma notificação do jogo.

The two brothers Onde histórias criam vida. Descubra agora