94- Olhar

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A expressão de Max nesse momento era uma incógnita para Mond, quando abriu a porta do carro o moreno entrou direto, mas ao sentar no banco do passageiro ele parou e ficou o observando

- Você está machucado?

A mão de Max vai vagarosamente até o rosto ensanguentado do loiro que acompanha o movimento sem desviar o olhar nem por um segundo

- Não é meu...

Os dedos de Max passeiam carinhosamente pelas bochechas do loiro que não expressa nenhuma reação, só continua olhando para os olhos preocupados e ao mesmo tempo assustados do mais novo

- Pra onde você quer ir? - Max afasta alguns fios de cabelo que outrora eram loiro e agora estavam alaranjados - me deixe dirigir...

-... - Mond segura a mão de Max - eu dirijo, vamos pra minha casa!

- Você tem certeza disso? - Max leva a mão de Mond a boca e deposita um beijo terno - vamos pra minha casa...

- Não creio que seja uma boa...

- Vamos! Essa hora papai deve estar resolvendo qualquer problema por aí, mas de qualquer forma ele nunca foi de implicar com quem levamos pra lá!

- Então quer dizer que N'Max já levou muita gente pra casa - Mond da um sorriso malicioso - pensei que seria o primeiro nisso também...

- P'Mond, vamos! - Max olha pra baixo envergonhado, só não leva as mãos ao rosto pois ainda segurava a de Mond - me deixe dirigir...

- E você sabe? - Mond da um sorriso de lado

- P'Mond! - Max olha sério pro loiro que sorri ainda mais - já disse que não sou uma criança!

- Se o meu carro sofrer um arranhão... - Mond sorri com malícia - eu vou ser obrigado a te castigar!

- P' eu já disse que sei dirigir - Max solta o cinto de segurança de Mond - venha, vamos trocar de lugar...

O loiro arrasta o corpo para o banco ao lado enquanto o outro assume o volante de seu carro, quando vira o rosto para dizer algo para Max o outro está bem próximo ao seu rosto, estava puxando o cinto para Mond

- P'... eu só...

O silêncio toma conta do carro quando a mão de Mond vai até a nuca de Max e o puxa para um beijo, quando os lábios se tocam as bocas se abrem no mesmo instante para que as línguas se encontrem, Max explora a boca de Mond com vontade, uma de suas mãos já estão também na nuca do loiro e a outra apoiada na perna do mesmo, o beijo é calmo, sem pressa, as línguas dançam juntas dentro das bocas que se movem devagar, algumas pequenas mordidas nos lábios fazem Max gemer de leve na boca do loiro que sorri dentro do beijo e quando se dá conta afasta o corpo...

- Vamos... - Mond se ajeita no banco e coloca o cinto - você não queria tanto dirigir...

Max olha curioso para Mond, mas resolve não falar nada, coloca a cinto e começa a dirigir a caminho de casa, casa essa que ele não comparecia a alguns dias, não sabia a reação do pai ao vê-lo, mas o que lhe preocupava nesse momento mesmo era a reação de seu irmão mais velho, internamente ele estava rezando para que P'Ratt não estivesse lá, e se tiver que P'Gus esteja ao seu lado, o cunhado realmente deixava seu irmão mais tranquilo...

Mond olha pro lado e observa o garoto que dirigia atento com os olhos na estrada, era incrível a paz que somente a menção do nome de Max estava trazendo atualmente para a confusão que estavam sendo os seus dias, se lembra vagamente do dia que adormeceu tranquilo quando o nome do mais novo veio em sua mente após a noite cansativa que teve com aqueles irmãos, a forma que o seu subconsciente o fez dirigir ao encontro do Nong, o olhar preocupado do menor para ele, Mond não consegue desviar o olhar, como aquele rosto tão jovem foi capaz de fazê-lo quebrar a regra primordial que ele seguia fielmente a tantos anos, a imagem de Max levando colheres de comida a sua boca, o reflexo do sol que entrava pela janela e refletia nos olhos animados do menor fizeram o loiro esquecer de tudo que acontecia fora daquele quarto, ele percebe quando o rosto de Max fica corado e um sorriso tímido faz o rosto tão atento ficar mais relaxado

The two brothers Onde histórias criam vida. Descubra agora