21- Hóspede

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Alguns dias antes...

- O que significa isso?

Mond está sério a menos de uma hora seu irmão tinha entrado em casa acompanhado de um rapaz, o garoto parecia doente e mal levantou o olhar para encarar Mond, logo Klahan o instalou em um quarto de hóspede e foi para o escritório explicar para o irmão tudo que tinha acontecido na noite passada, acabou contando toda a história como ela era, não precisava ter segredos ou esconder nada de seu irmão. Agora Mond queria saber o que significava tudo isso?

- Já te expliquei, é como eu disse.

- Está apaixonado por esse garoto?

- Não... sabe que eu não... Enfim você sabe...

- Está com pena dele então?

Não era só Mond quem queria saber a resposta para essa pergunta, Wat que estava escondido ouvindo a conversa deles também gostaria de saber isso.

- Ele pediu ajuda, e é o que eu quero fazer, será que pode me entender?

- Não posso, por que nunca te vi fazer esse tipo de solidariedade antes. Mas é claro que a história dele é péssima. Não podemos negar que deve ser doloroso nem gente como a gente vive assim. Então posso tolerar a presença desse garoto se é isso que esta me pedindo para fazer.

Agora Pawat não quer escutar mais nada, ele se arrasta de volta para o quarto. O corpo ainda dolorido pela gripe. Senta na cama sem saber como processar os pensamentos. Klahan não estava sendo diferente do que sempre foi, nada ia mudar na atitude do mais velho. Mas pena?

Não tinha tempo realmente para sonhar com o futuro agora. Saifah ia vir atrás dele mais cedo ou mais tarde, podia demorar alguns dias já que o mais velho não gosta de escândalos.

Não podia voltar para casa. Seu acordo com Klahan tinha acabado também, agora era mais um hia de verdade, um irmão mais velho cuidando do mais novo. Sua relação afetiva chegou ao fim. Tinha basicamente um ano ou talvez dois? Não podia ficar anos ali escondido. "Não posso complicar o hia..."

Pensou e pensou, tinha que achar uma solução. Klahan estava lhe ajudando, mas seu fim já tinha sido determinado ao nascer.

"É isso..."

Levantou e revirou a mochila encontrou os remédios. Alguns eram para ajudar quando ficava muito nervoso para não ter uma parada cardíaca. Foi para o banheiro e esvaziou esse vidro, substituiu por outro medicamento.

Deu a descarga e caiu sentado no chão sentindo seu coração bater rápido. O que acabou de fazer? Não ia voltar para casa, estava determinado, não ia complicar a vida do homem que estava tendo tanta gentileza e sentia pena dele nessa situação triste. Sem o remédio podia durar quanto tempo? Talvez duas semana? Nunca ficou sem a medicação mais de 3 dias.

O que importa é que quem controla agora seu prazo não é mais o destino. Ele podia escolher e ia fazer algo, quando Klahan tocou seu rosto com tanto carinho, por mais que o mais velho tivesse sentindo pena, aquilo mostrou a ele que nem todo mundo ia fazer ele passar por  humilhação ou socar seu rosto como o pai o irmão faziam... Seu coração ainda batia acelerado, mas levantou, lavou o rosto, arrumou o cabelo e voltou a descer dessa vez para a cozinha.

*****

- Não acredito em você, sabe disso não é meu irmãozinho?

- Que conversa é essa Mond? Ainda sobre eu e aquele garoto? Por favor ele é só uma criança...

- Ainda não acredito que não sinta nada, eu deveria ter fotografado você entrando em casa com aquele menino a tiracolo.

The two brothers Onde histórias criam vida. Descubra agora