58- Sequestro

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Qual não é a surpresa de todos na sala quando o mais desequilibrado entre todos faz outra maluquice?

Mond simplesmente pula sobre a mesa para encurtar o caminho entre ele e Jhony e pega o rapaz pela nuca, virando o corpo dele e travando ele sobre a mesa a cara contra o tampo de vidro da mesa novíssima de Bean, com a outra mão ele toma o celular e joga sobre a mesa para ter a mão livre e prender os braços de Jhony nas costas.

Agora se lembra claramente do dia em que Jhony levou ele para um trabalho na ilha, ao voltar para o escritório de Klahan depois de ir na farmácia achou alguns detalhes na arrumação do escritório estranhos, conhecia o irmão perfeitamente bem, Klahan era a criatura mais chata e meticulosa com a arrumação no mundo inteiro. Na época não se atentou a isso, achou que era coisa da sua cabeça. Mas agora não. Agora tinha certeza de que Jhony estava com algum problema com Klahan.

- Seu bastardo maluco o que está fazendo?

Foi Bean quem gritou com o primo.

- Não se preocupe não vou estragar sua mesa- Mond fala agora sorrindo, daquele jeito maluco que ninguém gosta, já que depois desse sorriso algo realmente ruim pode acontecer. - Não quero te machucar Jhony, então abra a porra da boca e diga o que diabos está acontecendo aqui?

- Calma Mond ele não...

Gear tenta vir em defesa de Jhony mas suas palavras congelam no ar com o olhar que Mond lança em sua direção.

- Eu não sou idiota, e se Kla não estivesse tão perturbado com esses problemas ele teria percebido também Gear, então é bom alguém aqui, ou você ou esse bastardo comecarem a falar. Agora todos se entreolham assustados e desconfiados uns dos outros.

Phat que tinha levantado e está ao lado de Gear, desaba na cadeira novamente suspirando em frustração.

- Estava bom de mais pra ser verdade. Se algum de vocês levar um tiro eu mato vocês...- Fala enquanto alterna o olhar entre Gear e Kan.

Voltar para Tailândia foi um péssimo negócio.

*****

Um pouco antes desses eventos, ainda pela manhã no escritório de Korapat um dos subordinados vem lhe entregar as informações que ele pediu no dia anterior.

- Senhor as crianças que me pediu para investigar, tem registros da saída deles do país, mas não do retorno, ou eles nunca voltaram ou se voltaram foi com outro sobrenome.

Korapat pensa um pouco sobre isso, não tem mais ninguém do passado que podia estar atrás da história daquele político morto. A poucos dias fizeram um atentado contra Klahan e pelo que soube o ataque foi frustrado um de seus homens infiltrado nos subordinados de seu filho bastardo, informaram sobre a suspeita de que quem  orquestrou o ataque ser uma mulher. Desde então tem investigado dentro de seu próprio pessoal para encontrar essa mulher, ela provavelmente estava entre eles.

- E a outra coisa que pedi?

- Das novatas nenhuma parece realmente suspeita, mas uma delas está afastada a alguns dias do trabalho. Temos a localização dela, e uma foto.

O subordinado passa a foto para o chefe, a moça não lhe parece familiar de forma alguma, a não ser pelos olhos, quanto uma pessoa pode mudar em quase 20 anos? Mas aquele pequeno detalhe bastava, ela podia ter mudado muita coisa em sua aparência física para passar despercebida, mas os olhos não mentiam.

- Ela parece suspeita. E não está se escondendo provavelmente para não levantar essas suspeitas é esperta, mande alguns homens, não nossos, não podem vincular meu nome nisso. Primeiro façam com que ela fale, descubra os motivos, depois se livrem dela.

- Sim senhor.

O subordinado sai, Korapat está irritado, deu o assassino que ela procurava nas mãos da mulher e ela nem pra fazer o trabalho direito. Agora ia morrer, esperava que a outra criança ainda esteja fora do país, não quer ter mais nenhum incômodo com esse assunto, a única vantagem é que o idiota do filho estava sem base nenhuma para investigar o motivo da emboscada que sofreu.

Algumas horas mais tarde em um bairro não muito longe Taeng está próxima ao hotel onde está hospedada, tinha ido almoçar e ao voltar percebeu que estava sendo seguida.
Não vai conseguir despistar a tempo, na verdade não tem tempo. Pega o celular e envia uma mensagem rapidamente para o sobrinho.

"Estou sendo seguida, meu disfarce deve ter sido descoberto. Não temos poder suficiente para lutar contra. Se eu desaparecer, não me procure, saia do país, esqueça a vingança, eu te amo."

Tinha que tirar o sobrinho disso, ela mesma meteu ele nessa teia a anos atrás, mas agora estava arrependida, se arrependeu no momento em que viu seu sobrinho chorando. Queria fazer ele viver pela vingança e esqueceu que ele era apenas uma criança na época. Não era justo com ele, não foi junto com ela crescer assim também.

Mas pelo visto tudo ia acabar agora. Pediu perdão mentalmente ao irmão por não ter conseguido nem ao menos limpar o nome dele, que morreu com aquela fama horrível.

Assim que virou a esquina do hotel viu mais dois homens vindo na sua direção agora de frente. Um carro parou na esquina, podia lutar, sabia lutar. Mas se resistisse podia de alguma forma ser pior, podiam chegar até Jhony. Jogou o celular no chão e pisou nele até a tela estar totalmente destruída, foi o tempo dos homens alcançá-la, então entrou no carro com eles sem maior alvoroço.

The two brothers Onde histórias criam vida. Descubra agora