CAPÍTULO 03

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CAMILLO
🌘🌑🌒


   O meu chalé tem quatro cômodos; dois quartos, uma sala e a cozinha (além do meu banheiro, obviamente). Todos os cômodos são pequenos, mas eu sempre tento deixar tudo o mais aconchegante possível.

   Viro-me para Damian e observo-o em pé no meio da minha sala, olhando atentamente para a vasinho com flores em cima da batente da janela. Ele é tão alto que sua cabeça só não encosta no teto por míseros centímetros, e seus ombros largos preenchem o ambiente de um jeito que me agrada bastante.

    — V-venha, vou fazer café pra gente. — Digo, tentando controlar a minha vontade de ir até ele e agarrar a sua mão, para então puxa-lo comigo até lá. Damian ainda está com aquele olhar meio envergonhado no rosto, mas assente levemente com a cabeça e contorna o sofá cheio de almofadas simples que há contra uma das paredes (ele era dos meus pais, e as almofadas foi eu mesmo quem costurei).

     — Seu chalé é muito lindo. — Ele diz, caminhando logo à um passo atrás de mim. O calor e o cheiro que emanam do seu corpo me deixam um pouco entorpecido, e coro um pouco ao perceber que ele pode saber o que eu estou sentindo através do nosso laço.

     — Obrigado! — Abro um sorriso grande e feliz para ele, encarando o seu rosto lindo, enquanto saímos da sala e entramos na minha pequena cozinha. há uma mesa circular no pouco espaço que resta além da pia e do armário de madeira. Acho que ele deve ter percebido que eu gosto muito de flores, porque há um jarro com hortências, rosas e tulipas em cada metro quadrado desse lugar. Eu meio que não consigo me controlar quando o assunto é floricultura, além de que as flores deixam o meu chalé com um cheiro ótimo.

     Damian senta em uma das quatro cadeiras, então passo por ele, em direção ao forno à lenha que sempre deixo acesso. Uma estranha satisfação cruza o meu corpo ao saber que vou fazer café pro meu Alfa.

     — Você tem quantos anos? — Pergunto, enquanto coloco a chaleira no fogo, antes de me voltar para a mesa e sentar em outra cadeira, bem pertinho dele.

    — Vinte e oito. E você? — Damian toca gentilmente a pétala de uma das rosas do vaso que há sobre a mesa com a ponta dos dedos. Nossas pernas estão roçando levemente sob a mesa, e isso faz as minhas bochechas arderem um pouco, porque a sensação quente é maravilhosa.

    — Eu tenho dezenove. — Respondo, sem conseguir resistir ao impulso que toma conta de mim, me fazendo erguer a mão e tocar os seus dedos, fazendo-o arfar baixinho de surpresa. A sua mão é gigante se compararmos as duas, e sua pele morena é vários tons mais escura que a minha. Mordo o lábio com um pouquinho de vergonha, mas não tiro a mão da sua, entrelaçando os nossos dedos e saboreando a sensação da sua palma calejada contra a minha. Ergo o olhar e encaro os seus olhos escuros e lindos, encontrando-o me encarando de volta. Eu consigo sentir pelo laço uma onda de surpresa e felicidade vindo dele, e isso me deixa feliz também.

DAMIAN
🌘🌑🌒

   Olho para as nossas mãos unidas, sem conseguir controlar o meu coração, que bate de forma descompassada sem parar. O seu simples toque faz uma sensação que nunca senti antes despertar em mim, mas que é simplesmente extasiante.

     A mão pálida dele é minúscula se comparada à minha, e os seus dedos macios entram entre os meus e se entrelaçam neles, então faço o mesmo, devolvendo o aperto gentil.

    Camillo me quer.

    Esse ômega lindo e fofo quer ficar com alguém como... Eu. Ele me olha de um jeito que ninguém nunca me olhou antes, e isso me deixa feliz e nervoso ao mesmo tempo.

     Encaro o seu rosto fofo, resistindo à vontade de tocar os seus cachos dourados para saber se são tão macios quanto aparentam ser. O seu cheiro é simplesmente maravilhoso. É doce, fresco e cítrico ao mesmo tempo, mas não de um jeito enjoativo, como o de alguns ômegas.

     — Onde você mora? — Camillo pergunta, com curiosidade brilhando nos seus olhos verdes e enormes. Eles são como imãs, e eu não consigo (e nem quero) desviar o olhar.

     — Em uma vila à centenas de quilômetros daqui. — Respondo, sentindo a minha perna roçar na sua por baixo da mesa.

    — P-pretende voltar pra lá?

    — Não. — Nego levemente com a cabeça. Não tenho mais nada que me prenda àquele lugar. Nenhuma pessoa ou lugar para morar.

     — B-bom... Por que você não fica aqui comigo, então? — Camillo inclina a cabeça um pouquinho para o lado, expondo a sua garganta branca e indicando para o seu chalé fofo e organizado. Acho que meu coração não poderia bater mais rápido do que está batendo agora.

     — Você quer isso? — Pergunto, sem conseguir acreditar. O cheiro de Camillo é doce e intocado, sem a miscigenação de qualquer outro aroma de outra pessoa, o que indica que ele nunca foi tocado por qualquer alfa, Beta ou o que quer que seja. Então porque ele iria me querer? Falta de opção com certeza não é.

     — Claro que quero! V-você é a pessoa mais linda que eu já vi! — Ele exclama, fazendo suas bochechas coragem instantaneamente e ele ficar tão fofo que eu não consigo sequer respirar direito. Abro a boca para dizer alguma coisa, mas as palavras não saem, principalmente quando ele levanta timidamente da cadeira e dá um passo na minha direção, ficando na minha frente.

     Camillo ergue a mão que não está entrelaçada na minha e toca minha bochecha, me fazendo soltar um grunhido de prazer e surpresa. Seu toque quente e macio me faz inclinar um pouco a cabeça na direção da sua palma, sentindo os seus dedos tocarem algumas mechas escuras do meu cabelo. Mesmo em pé, ele fica apenas alguns poucos centímetros mais alto que eu.

     — N-não quero que você pense que eu tô desesperado por alguém. Eu só... Não consigo explicar. Assim que coloquei os olhos em você na praia... Foi como se... A coisa pelo qual eu esperei durante toda a minha vida estivesse logo alí. — Ele gagueja, se atrapalhando um pouco com as palavras. Eu cubro a sua mão que está na minha bochecha com a minha, ainda meio atordoado com as suas palavras, enquanto nos encaramos por longos segundos.

     A chaleira apita, indicando que a água já está quente, então Camillo solta um suspiro e caminha até o fogão à lenha, dando-me uma bela visão do seu corpo lindo. Ele veste uma calça justa que evidencia as suas curvas e uma camisa branca dobrada até os cotovelos.

     Eu sequer penso direito antes de levantar da cadeira e tomar cuidado para não bater a cabeça no teto, para então cruzar a distância que nos separa e agarrar a sua cintura fina, puxando o seu corpo pequeno contra o meu e fazendo-o ficar pressionado contra o meu peitoral.

     — Eu quero isso. Com você. — Digo, ainda sem conseguir acreditar que tudo isso é realmente real.

🌘🌑🌒

ESSA HISTÓRIA É UMA DAS QUE EU MAIS TÔ GOSTANDO DE ESCREVER, GENTE 🥺 (P.S. NÃO ESPEREM UM PLOT TWIST GRANDE OU ALGO ASSIM, SÓ VAMOS TER ESSES DOIS SE AMANDO O LIVRO TODO. ALÉM DE MUITO HOT RSRS)

NÃO SE ESQUEÇAM DE VOTAR, EIN 🔪


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DESTINADOS [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora