DESTINADOS [COMPLETO]

CAPÍTULO 09

CAMILLO
🌘🌑🌒

    Quando volto para o nosso chalé, encontro-o vazio e silencioso, mas há alguns sons vindo lá do quintal, então coloco a pilha de roupas (duas camisas e duas calças) em cima do meu sofá e saio pela porta da cozinha, mas não sem antes já colocar uma penela com água no fogão, para já ir adiantando à nossa comida.

    Há um pequeno banheiro do lado de fora do meu chalé, a pouco mais de uma 10 metros de distância e ligado à porta dos fundos por uma calçada de cimento. Eu costumo tomar banho aqui porque é mais fresco e a água melhor, enquanto uso o lá de dentro apenas à noite ou quando estou com preguiça de sair. Eu contorno o banheiro e sigo em direção aos fundos da nossa propriedade, passando pelas rosas e tulipas plantadas por todos os lados.

    Já consigo ver Damian daqui, mesmo que ele esteja à uns cinquenta metros de distância. Meu Alfa enorme está arrancando todas as ervas daninhas e arbustos espinhosos da plantação, fazendo uma pilha enorme de plantas (já murchas por terem sido arrancaram à algum tempo) perto da pequena área de bosque que há no limite da propriedade.

    — Você voltou. — Damian diz, abrindo um pequeno sorriso ao me avistar. Ele está todo suado, e ainda com o cabelo grande amarrado num coque bonito.

     — Sim. Vou preparar o nosso almoço daqui a pouco! — Me aproximo dele e observo o trabalho. A plantação está tão bonita e limpinha que nem parece a mesma de horas atrás. — Eu não arrancava a maioria desses matos porque não achava que poderia atrapalhar. — Murmuro, apontando para a pilha de plantas que ele juntou.

    — Ervas daninhas fazem as outras plantas ficarem mais fracas. — Damian aponta para as cinco fileiras longas que eu plantei com pés de tomates. — Tá vendo as folhas e os tomates podres?

    — Sim. — Confirmo, observando as folhas meio escuras e os tomates. Isso sempre aconteceu, e a maioria dos tomates estraga sem nem estarem maduros ainda, mas a outra metade ainda me dá um pouco de lucro, e por isso nunca deixei de plantar.

    — Eles apodrecem porque há muitos pés numa área muito pequena. As plantas também precisam de ventilação e sol, mas como estão desse jeito, elas ficam abafadas e úmidas por mais tempo quando chove, e é isso que tá causando o apodrecimento. — Ele explica, indo até lá e jogando fora vários tomates verdes que já estão começando à apodrecer.

    — Entendi. — Vou até lá e começo a jogar fora junto com ele os que não prestam mais, precisando de um grande esforço para desviar o olhar das suas costas largas e musculosas. Acho que além de tarado, já está bem óbvio que eu sou muito burro quando se trata de plantações.  — O que você acha se arrancarmos tudo e plantarmos de novo do jeito certo? Vai demorar dois ou três meses pra crescer e voltar à dar frutos, mas é muito melhor do que continuar assim e ficar apenas tendo prejuízo.

    — É uma boa ideia. — Meu Alfa confirma, abrindo outro pequeno sorriso e mostrando aquelas presas longas e lindas. Eu fico um pouco orgulhoso por finalmente ter tido uma ideia boa, então continuo:

    — Quais outras plantações à gente precisa começar do começo pra produzir mais? — Pergunto, enquanto nós dois olhamos ao redor e observamos a horta com calma.

     — podemos plantar as cenouras e beterrabas num lugar aerado e com terra macia dessa vez. Os pés de tomate vão ser plantados no mesmo lugar, só que mais afastados uns dos outros. Os pés de abóbora e melancia tomam muito espaço, então é melhor plantas nas bordas e nas áreas com mais pedregulho... — Damian vai explicando, enquanto eu ouço atentamente, completamente admirado com o quanto ele sabe sobre isso.

    — Bom... Vamos começar, então. — abro um sorriso para o meu alfa, antes de atacar os pés de tomate e começar à arranca-los do chão (e colocar os tomates bons separados numa cesta).

🌘🌑🌒

 

    A gente meio que passa a manhã inteira arrancando todas as plantas que não estão com algum tipo de praga ou plantadas em lugares errados, colocando as verduras e legumes que estão bons em caixas e cestas. Meio-dia nós fizemos uma pausa pra comer, tomar banho e descansar (além de trocarmos vários e vários beijos), para então voltarmos para o nosso trabalho.

     São quase quatro da tarde quando finalmente acabamos e observamos a pilha gigante de galhos, ramos e vinhas no canto mais afastado da nossa horta, perto do fim daquela antiga cerquinha de madeira.
   
    — A gente pode queimar amanhã, quando tiver mais seco. — Damian explica, enquanto eu observo atentamente o meu Alfa lindo e finjo estar focado na nossa horta e não nele. Eu confirmo levemente com a cabeça e limpo o o suor da testa. A gente também já levou as verduras boas pra casa, onde vamos ter que lavar e tirar toda a terra depois.

     — O que você acha de irmos tomar um banho no mar daqui a pouco? — Pergunto meio sem jeito. Adoro ir para a praia, e esse é um dos motivos pelo qual quis vir para cá.

    — Claro! — Meu Alfa confirma, entrelaçando nossos dedos e sorrindo para mim. O meu coração palpita sem parar, e eu não consigo parar de encarar esse homem maravilhoso.

🌘🌑🌒

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