t h i r t y - f i v e ∞ Achas que também posso ir?

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Aqueles últimos dias tinham sido simplesmente para esquecer. Tinha-os passado a ignorar o Luke, limitando-me a ser bem-educada e a passar algum tempo com os rapazes quando eles não estava a trabalhar mas até isso se tornava estranho quando eu e o Luke não nos falávamos.

O ambiente tinha mudado drasticamente e era impossível não perceber isso ou fingir que não estava a acontecer. E isso só me fazia sentir ainda pior porque sabia que aquilo era tudo por causa de mim. Porque é que eu não conseguia dizer o que sentia? Resolver as coisas de uma vez e acabar com aquela situação?Estava novamente sozinha em casa, com os rapazes nos seus respectivos empregos. Sempre que uma manhã começava em só conseguia pensar que o Luke ia trabalhar com a outra, com quem agora tinha encontros e que estava bastante interessada nele e era bem capaz de dizer o que sentia ao contrário de mim.

Olhei para o meu saco desportivo onde já não havia muita roupa e apesar de ter algumas gavetas do armário do meu irmão preenchidas com a minha roupa, não chegava, o que significava que precisa de ir a casa reabastecer o stock.

Levantei-me da cama que partilhava com o meu irmão, dirigi-me à cozinha e depois de colocar comida no prato amarelo da Éris, fui ao frigorífico para tirar a embalagem de leite e encher um copo. Assim que fiquei pronta para sair, agarrei nas chaves de casa e do carro e dirigi-me até ao corredor, olhando por cima do meu ombro ao ouvir o som das patinhas da minha cadela a bater no chão do apartamento.

- Sim, tu vens comigo. – agarrei nela e dei-lhe um beijinho no alto da cabeça. Sempre tinha querido ter um animal de estimação e não podia estar mais feliz por ter a Éris. Era graças a ela que os meus dias não eram um verdadeiro tédio. Quer dizer, eles eram na mesma mas eram menos – Até porque assim a minha mãe vai querer expulsar-me de lá depressa.

Entrei para o meu carro, pousei a Éris no banco do passageiro ao meu lado e depois de colocar o cinto de segurança arranquei em direção a casa da minha mãe. Aquele lugar mesmo em frente à porta parecia estar sempre livre para mim e foi exatamente ai que estacionei.

Toquei à campainha e esperei impacientemente até que a minha mãe viesse abrir a porta. Claro que a minha expressão chateada não suavizou assim que ela o fez, muito pelo contrário.

- Credo, Alexis! O que é isso que traz nos braços? E porque raio é que vem assim vestida? Parece que está só de cuecas!

A verdade é que não me tinha dado ao trabalho de me vestir e por isso tinha vindo apenas de pijama, pijama este que consistia num top e nuns calções escuros. Estava longe de parecer que vinha só de cuecas mas a minha mãe estava ali para dramatizar toda e qualquer situação.

- É uma cadela, a minha cadela. Chama-se Éris. – apresentei apesar de saber que ela não queria saber, já devia estar a pensar em maneiras de me pedir para a deixar ali fora enquanto eu estava dentro de casa – E se achas que isto parecem cuecas, ainda bem que eu não vim com as minhas cuecas. – respondi secamente e sem grande paciência.

As sobrancelhas da minha mãe juntaram-se enquanto o seu olhar se encontrava fixo na minha cara. Parecia que estava a tentar perceber o que é que se passava de errado comigo, como se me conhecesse na perfeição e conseguisse perceber que estava longe de estar no meu humor normal.

- Não me diga que se fartou de viver com o seu irmão e os amigos. Pode muito bem ficar cá, se quiser. – acrescentou ela num tom mais comedido, de certeza já a prever uma das minhas respostas carregadas de ironia – E por favor, não meta a cadela no chão, vai sujar e estragar tudo.

- Não te preocupes, vim só buscar mais roupa. – disse simplesmente enquanto passava por ela e me dirigia ao fundo do corredor onde se encontravam as escadas que davam para o andar superior.

Don't Stop ∞ l.hOnde histórias criam vida. Descubra agora