Don't Stop ∞ l.h

n i n e ∞ Acho que o Luke está interessado em mim.

Ainda não tínhamos visto todos os animais apesar de já ser bastante tarde. Todo o percurso que fazíamos pelo Zoo era interrompido com piadas tanto minhas como do Luke para nos compararmos um ao outro com os animais que íamos vendo. E acabámos por parar para almoçar no McDonald's quando se aproximou do meio dia e meio. A sério, eu ia acabar obesa a viver com estes rapazes.

Agora estávamos sentados à espera do espectáculo dos golfinhos e como ainda faltavam uns quinze minutos mas estávamos perto e nenhum de nós tinha vontade de ir para longe para depois voltar, estávamos ali lado a lado em silêncio. Como acontecia muitas vezes portanto.

- Sempre vais sair hoje com o teu namorado?

Juntei as sobrancelhas por ter sido ele a quebrar o silêncio e porque aquela pergunta era um bocadinho estranha. Não percebia qual era o pânico dos quatro rapazes em relação ao Ricky. O meu irmão ainda se percebia mas os outros três não.

- Vou. - respondi enquanto me deixava escorregar pela cadeira até conseguir pousar a nuca - Vamos a um café beber qualquer coisa. - a vontade não era muita principalmente porque tinha que aturar os amigos estranhos dele mas o que é que eu podia fazer quando não tinha amigos para além do meu irmão, da minha melhor amiga com quem não falava há um ano e agora os amigos do meu irmão - Porquê?

- Por nada. - o Luke encolheu os ombros e olhou para mim - Era só uma pergunta.

- Querias levar-me a sair? - sorri-lhe e pisquei-lhe o olho - Não podes estar sempre comigo, Lukey. Já me trouxeste a um encontro ao Zoo e já passaste dois dias seguidos comigo.

- Infelizmente. - resmungou ele mas eu sabia que ele não estava assim tão chateado por passar o dia comigo. Sim eu era chata e conseguia tirar até um santo do sério mas tinha-me portado bem no dia anterior e hoje sempre que o provocava ele respondia de volta por isso estávamos quites.

O espectáculo dos golfinho começou e os primeiros minutos do mesmo foi passado comigo e com o Luke a provocarmo-nos mutuamente até que uma família atrás de nós pediu para pararmos quietos porque haviam ali crianças. Por amor de deus, elas tinham que aprender coisas para o futuro em vez verem golfinhos e leões-marinhos.

Eu e o Luke saímos um bocado antes do espectáculo chegar ao fim para depois não termos problemas com a quantidade de famílias que ali se encontravam. Passámos mais uma boa hora a ver os animais que nos faltavam antes de - o Luke (devia estar com medo da ameaça do meu irmão da noite anterior) - voltarmos para casa.

- Obrigada, Luke. - interrompi o silêncio que havia entre nós na viagem de regresso a casa.

- Pelo quê? - perguntou ele com o rosto a demonstrar confusão e desviou o olhar da estrada para mim por uns segundos.

- Pelo dia de hoje. - encolhi os ombros porque não ia dizer mais nada. Já lhe tinha agradecido! Isso é muito para mim!

Os cantos dos lábios do Luke subiram para um sorriso mas não era um sorriso qualquer, era um sorriso bastante convencido o que me fez arrepender de ter falado. Já devia saber que ele se ia armar em parvalhão loiro que era.

- De nada, Alexis. - abri a boca para resmungar mas ele não me deixou e o mais estranho de tudo foi ele comentar o que eu ia reclamar - E não, não vou parar de te chamar Alexis.

- És mesmo estúpido. - resmunguei de braços cruzados.

- Ficas tão engraçada amuada.

- Queres dizer gira? Podes admitir, Luke. Eu sei que sou gira, tu sabes que eu sou gira e ambos sabemos que me achas gira. - era a minha vez de ser convencida - Além do mais o meu irmão não está aqui para te bater por isso podes admitir.