Don't Stop ∞ l.h

t w e n t y - f i v e ∞ Só podias ser tu.

Afastei a minha almofada da cara apenas de maneira a conseguir olhar para o meu irmão que estava a acabar de se arranjar para sair. O dia mal tinha começado e eu já me sentia uma deprimida de cinquenta anos. Só faltavam os gatos.

- Vá lá. – pedinchei enquanto fazia beicinho – Ligas para o trabalho, dizes que estás doente e passas o dia comigo.

O Ashton olhou para mim por cima do seu ombro e sorriu-me – Lexi, eu adoro passar tempo contigo mas não posso faltar ao trabalho. Eu sou o único empregado do clube de vídeo por isso o dono conta comigo para estar lá sempre e além do mais, preciso do ordenado ou vamos acabar todos a voltar para casa dos nossos pais ou a dormir na rua.

- É só um dia. – bufei enquanto revirava os olhos completamente irritada por esta ser a minha rotina todos os dias nas duas últimas semanas uma vez que o Luke tinha finalmente arranjado emprego. Se eu tinha odiado passar os dias com ele atrás de mim como se eu fosse uma criança irresponsável, estar sem ele era muito pior. Não num sentido romântico e de contos de fadas, ew não, mas sim porque se até já o Luke trabalhava, isso queria dizer que eu simplesmente ficava em casa sem nada para fazer. O que era uma verdadeira seca.

- Desculpa mas não posso, maninha.

- És uma seca. – o meu mau humor tinha atingindo um novo pico e só de pensar que isto ia não ia ser uma coisa passageira mas muito pelo contrário, uma coisa bastante definitiva, ficava sem saber se era melhor estar aqui no apartamento com os rapazes ou voltar para casa da minha mãe.

- Quando eu voltar do trabalho vamos fazer qualquer coisa só os dois, prometo. Até logo.

Agarrei novamente na minha almofada e pressionei a mesma contra a minha cara com força.

Já tinha feito de tudo, tinha ido à praia, tinha estado com a Chris durante bastante tempo e até tinha ido fazer uma caminhada por Sydney e mesmo assim continuava a estar completamente aborrecida à medida que os dias se iam passando.

Eu, Alexis Irwin, que durante um ano inteiro tinha feito de tudo para sair de Itália e voltar para a Austrália, estava a começar a ficar farta da minha cidade natal. Bem, estava mais a ficar farta da minha vida do que do sítio onde morava mas enfim.

E foi então que a ideia que tinha demorado tanto tempo a chegar e que ia mudar a minha vida se iluminou na minha cabeça, tal e qual como nos desenhos animados em que aparecia uma lâmpada em cima da cabeça dos bonecos. É verdade que o Luke não podia passar os dias comigo mas isso não queria dizer que eu não podia passar os dias com ele. E porquê com ele? Porque quem é que era a pessoa que eu mais gostava de irritar? Luke Hemmings, claro.

Levantei-me finalmente da cama já a sentir-me bastante revigorada e depois do meu banho e de me arranjar, saí finalmente de casa.

Entrei no meu carro que tinha sido esquecido nestes últimos dias e conduzi até ao novo local de emprego do Luke. Ele tinha conseguido arranjar emprego num canil, segundo ele não recebia muito mas já conseguia contribuir para as despesas da casa e podia estar com animais, coisa que pelos vistos ele adorava. Também tinha mandado a boca que era melhor passar o dia a dar banho a cães do que a aguentar-me, mas já ambos sabíamos que ele não conseguia viver sem mim, ele é que não queria admiti-lo.

A viagem não era longa e por isso cheguei ao meu destino num instante. Estacionei o carro em frente à entrada do canil e mal saí do mesmo começou-se a ouvir todos os cães a ladrar.

Abri o portão verde e caminhei até ao edifício que se encontrava à minha frente. O espaço era bastante grande e parecia um sítio bastante decente. Eu estava quase no paraíso.

Sempre tinha adorado animais, gatos ou cães, nada de minhocas ou outros animais do mesmo género, e sempre tinha querido um mas claro que a minha mãe nunca tinha sido uma adepta desse meu desejo uma vez que para ela os animais serviam apenas para lhe estragar a casa e ocupar tempo. Como se ela é que fosse tomar conta do bicho.