Me odeie

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Eu estava sentada em uma cadeira na cozinha, com o meu pai, minha mãe e meu padrasto, meu irmão também de um lado, Kiara e JJ, a mãe dela, do outro, Jimin havia ido pegar uma água para a minha mãe que não parava de chorar a trinta minutos. Taehyung me olhava com uma feição como se não entendesse o motivo de eu não ter contado para ele antes.

Mas eu entendo o motivo e o motivo é esse, exatamente esse, a dor que eu causei neles agora, minha mãe era consolada pelo meu padrasto e eu sabia que ela não ia parar tão cedo, as palavras minha "meninha" não paravam de sair da sua boca, como se eu tivesse morrido, meu pai encarava as suas mãos de uma forma tão séria que parecia que fosse fura-las com os seus olhos.

A pequena mão de Kiara segurou a minha por baixo da mesa e eu olhei para ela que parecia assustada da mesma forma que eu, sorri para ela, mesmo querendo chorar.

- Aqui senhora Kim - fala Jimin que está com um olho roxo e as costelas também, mas que ainda continua lindo, ele entregou a água para ela, ele se senta do meu outro lado.

- Eu vou matar ele - fala Taehyung se levantando, mas meu pai puxa ele pelo braço.

- Não filho, eu que vou - ele fala se levantando - Aonde o filho da puta tá JJ?

- Cadeia, ele tá na cadeia - fala Jimin e eu coloco a minha outra mão por dentro da sua, que a segura perfeitamente - O plano era ele se entregar sem fazer alarde, os senhores nem precisariam saber.

- Quer dizer que se o filha da puta não tivesse me mandado uma mensagem pedindo desculpas eu nunca saberia? - fala o meu pai, Senhor Clay, papai ele olha para mim - Como acha que eu me sinto Sun? eu não consigo olhar para você, sabendo que eu sou culpado disso, eu que trouxe ele para essa casa, eu que deixei ele ficar em volta de você, ele é seu padrinho Sun.

- Não é sua culpa papai - digo olhando para ele e vendo quando seus olhos desviam para o lado - Eu não queria contar porque eu não queria que isso acontecesse, que olhasse para mim com outros olhos, como se eu fosse suja e quebrada.

- Sun, eu não estou te olhando como se você fosse suja, eu não consigo te olhar porque eu me sinto culpado - fala ele voltando a me olhar - Eu devia te proteger, sou o seu pai, mas o mostro da sua vida tem o mesmo sangue que o meu e fui eu que o trouxe para sua vida, então se quiser odiar o papai, pode me odiar.

- Pai - digo suavemente e olho nos olhos dele cheios de lágrimas - Eu nunca odiaria o senhor.

- Por que não nos contou ? achou que não íamos acreditar em você? - pergunta a minha mãe - Eu sempre disse que tinha que me contar se algo ruim acontecesse com você.

- Quando alguém fala para uma criança que ela tá errada e que nenhum adulto vai acreditar nela, essa criança fica em silencio mesmo que doa, mesmo que machuque ela fica em silêncio.

- Eu também achava mamãe não gosta mais de Kiara - fala a pequena do meu lado e as lágrimas caem ao pensar que o meu silêncio pode ter colocado outra pessoa na mesma posição que eu, ela olha para os meus pais que a olham como se vissem uma versão minha - Desculpa Kiara.

- Você não precisa pedir desculpa - fala Taehyung e estica a mão para ela, que olha desconfiada por alguns segundos até pegar a mão dele - Nós vamos cuidar de você e ninguém nunca mais vai te machucar - ele olha na minha direção - Você vai ficar bem, tem uma família que te ama e tudo que ele disse é mentira, não é sua culpa, você não fez nada de errado.

Me levanto e caminho até onde Taehyung está e abraço ele apertado, ele retribui o abraço, seu abraço que sempre confortava quando eu caia de bicicleta e quando eu ralava o joelho, também ajudava com dores mais fortes.

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