Pinguim de Apoio 2

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Depois de me acalmar um pouco e depois de tomar cerca de 5 copos de água com açúcar, Jimin alisou a minha perna e todo o meu corpo arrepiou enquanto eu o olhava, tirando os olhos das palmas das minhas mãos, que tinham as linhas e marcas de quem um dia eu fui e de quem eu ainda sou.

Mancha de tinta azul, do quadro que eu pintei essa manhã, marcas de pequenos cortes que o Senhor Tamashida disse que eu fazia direto com as lâminas do patins quando os segurava sem proteção, sempre que ia girar em apenas uma perna.

Eu nunca patinei, eu nunca entrei em um ringue na minha vida, eu nunca...

Olho para Jimin que me olhava como se soubesse exatamente o que se passa na minha cabeça, ele segura a minha mão direita com carinho.

- Eu preciso que venha a um lugar comigo.

- Mais um lugar? O que vai revelar que eu tenho um filho perdido?

- Quase isso - ele fala e arregalo os olhos, mas meu pavor some quando ele sorri - Vem você precisa disso.

- Como você sabe disso?

- Eu só sei - ele fala dando de ombros.

Ele se levanta e me puxa com ele, nós passamos pelos ringues, que ainda me causam calafrios, mas quando eu vejo o número quatro fechado, com uma tranca e parecendo em nada com o restante do cenário do Halo eu paraliso, fazendo Jimin parar de andar e olhar para onde estou olhando.

- Por que ele tem o gelo quebrado? - pergunto e Jimin solta um suspiro longo demais.

- Porque algumas coisas merecem ficar quebradas e jogadas de lado - ele fala e tente me puxar, sinto meus olhos enchendo de lágrimas enquanto olho para o ringue todo quebrado, sentindo agonia, por vê-lo daquele jeito, como se algo estivesse quebrado dentro de mim, eu nem consigo entender como não o notei antes de vir - Sunny, qual é o problema? Por que está apertando a minha mão com tanta força assim.

- Porque ver ele assim é como sentir que algo está quebrado em mim, eu não sei quem a Sunny foi, mas ver esse lugar desse jeito faz algo dentro de mim se agitar e doer - digo e uma lágrima cai pelo meu rosto, olho para Jimin - Será que pode por favor reconstruir o ringue número quatro Jimin?

- Eu posso tudo por você Sunny - ele fala e estica a outra mão para enxugar uma lágrima que insiste em cair dos meus olhos - Vamos, vamos sair daqui, acho que teve o bastante de Halo por hoje.

- Eu não fiquei aqui nem por duas horas - digo enquanto ele me puxa, vou enxugando as lágrimas que insistem em cair.

- Mas o plano inicial não era te trazer aqui, eu só queria que você visse as crianças treinando para que você ficasse habituada ao ringue de patinação, não era o meu plano que lembra-se de algo...

- Foi só um lapso de memória.

- Já é um progresso- fala Jimin ele me arrasta porta a fora do Halo, me obrigando a dar apenas um aceno para Amy, que acena sorridente, solto a mão dele assim que chegamos do lado de fora e ele me olha confuso - Por que soltou a minha mão?

- Porque nós já saímos de dentro do ginásio, não vejo motivos de continuar segurando a sua mão - meu celular vibra dentro do bolso e eu não tenho dúvidas de quem é - Além disso eu tenho um noivo e ele deve estar muito preocupado comigo, já que eu não avisei ninguém que estaria aqui.

- Taehyung avisa, pode deixar - ele começa a andar e eu franzo o cenho, correndo atras dele.

- Você conhece o meu irmão?

- Sunny, eu e o seu irmão somos melhores amigos de infância, eu acompanhei toda a recuperação dele e tratamento, mesmo que por ligações de video chamada - fala Jimin ele caminha até um Jeep preto , ele abre a porta do passageiro, mas antes que eu entre ele me para - Gosta mesmo do seu noivo?

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