EPILOGO

66 14 5
                                    


4 anos depois

- Quanto tempo entre as contrações? - pergunta Jimin no banco da frente, enquanto Taehyung dirige loucamente pela cidade e Crystal e Agatha seguram a minha mão, quer dizer eu seguro a mão delas, aperto a mão delas com força e faço a respiração que havia treinado por meses. 

- Em base da forma que ela está apertando a minha mão com uma força capaz de quebrar os meus ossos - fala Crystal gemendo de dor - Uns 5 minutos entre uma contração e outra. 

- Mas ela não tá falando -  fala Taehyung de uma forma genial, claro que eu não estou falando estou focada em não sentir dor, enquanto um BEBÊ CABEÇUDO QUER SAIR PELA MINHA... -  Falei que não deveríamos ter ido ver a exposição, falei que era esforço demais para ela mas ninguém me ouve.

Olho para Agatha expressando como estou me sentindo com o que ele está falando, ela devolve o olhar e arregala os olhos. 

- Amor com todo o respeito, cala a boca antes que sua irmã te mate, com a força que ela tem agora ela poderia facilmente fazer isso.

Depois do nosso casamento a quatro anos atrás e muitas sessões de terapia, eu e Jimin resolvemos tentar começar a nossa família, minha mãe achava que devíamos ter começado antes pois estávamos velhos para dar todos os 10 netos que ela queria, toda a experiência da gravidez havia sido maravilhosa e cheia de esperança, mas aquele medo de não saber como eu me sentiria quando visse o meu próprio filho me deixava paralisada as vezes. 

Crystal, que havia sido mãe no ano passado de uma linda menininha, Gorya, disse que eu saberia na hora que eu o visse que esse era um medo bobo. 

Olho para Taehyung que me olha pelo o retrovisor, ele parece aflito e por um momento eu me arrependo de desejar querer mata-lo, nós havíamos vencido o câncer mais uma vez no ano passado, mas antes disso ele passou por um tratamento muito rigoroso e difícil, que trouxeram para ele muitos dias ruins, mas mesmo nos seus piores dias ele segurou a minha mão e foi o irmão maravilhoso que sempre foi. 

O câncer podia voltar, foi o que o médico disse, nenhum tratamento é uma garantia 100% de que ele está livre disso, mas mesmo que ele volte nós vamos lutar outra vez, para que ele possa ver o bebê que está na barriga de Agatha crescer, para que ele possa ser um bom tio e um bom pai, tanto quanto ele é um bom irmão. 

- Nós estamos quase lá linda, quase lá - fala Jimin mexendo no celular, provavelmente falando com o hospital. 

O nosso menino resolveu nascer antes da hora, duas semanas para ser exata, então Park Dong, nossa pequeno inverno, está nos obrigando a adiantar tudo no hospital, eu vou precisar fazer uma cesariana, porque apesar de os meus pensamentos de que a qualquer momento ele vai sair da minha vagina nesse carro, ele não vai. 

Jimin se vira me olhando e nossos olhos se encontram, ele está nervoso, mas eu nunca vi ele tão feliz, sorrio para ele em meio a dor e ele sorri de volta, nós sabemos tudo que passamos para chegar aqui. 

Tudo valeu a pena. 

-----------------------

Estou deitada da mesa de cirurgia sem sentir metade meu corpo, sinto os meus braços por isso consigo sentir Jimin segurando a minha mão apertado enquanto ele assiste a cirurgia, mesmo que ele morra de medo de sangue, atento a cada movimento que o médico faça. 

O silêncio me deixa nervosa, não escutar nada além do som dos médicos me deixa nervosa.

- Jimin - chamo ele que me olha, aperto os dedos dele, desde que entrei em trabalho de parto - Me distrai, por favor. 

Ele pensa por uns instantes e então segurando a minha com suas duas mãos. 

- Dango, dango, dango, dango, dango daikozoku, dango, dango, dango, dango, dango daikazoku  ( a grande familia dango) Yancha na yaki dango yasashii an dango ( um dango malvado e irritado, um gentil e doce dango) - ele canta de forma gentil e fofa, fazendo meus olhos encherem de lágrimas - Minna, Minna, awasete hyakunin kazoo  ( coloque todos juntos para fazer uma família de cem) Akachan dango wa itsumo shiawase no naka de ( o bebê dango é sempre embalado em felicidade).

Ele para de cantar e eu ouço os médicos sorrindo, Jimin fica sem jeito fechando os olhos envergonhado.

- Aprendeu a minha música - digo sorrindo e ele me olha sorridente. 

- Parte dela, a parte que você sempre cantava, enquanto trabalhava e quando ia para casa de carona e o Namjoon te obrigava a cantar ela, meus olhos estavam sempre em você Sunny. 

Sorrio pensando no que ele havia acabado de fazer, Jimin olha para onde os médicos trabalham e então, de uma hora para outra eu escuto, o choro agudo e assustado, ressoando por todo o cômodo, Jimin começa a chorar tanto quanto no dia do nosso casamento, o choro continua, fazendo meu coração apertar e as lágrimas cairem pelo meu rosto. 

- Tudo bem pequeno, você vai ver o papai e a mamãe agora - fala a enfermeira trazendo ele para além do lençol que me impede de ver o meu corpo, o fotografo que Jimin chamou para fazer os fotos, trabalha sem parar mas não fica no caminho da enfermeira que surge me dando a visando dele pela primeira vez, ainda todo sujo, mas tão lindo, ela aproxima ele de mim, dando ele para Jimin que o coloca perto do meu rosto. 

Então ali, quando meus olhos encontram os dele, todos os medos, todos os receios desaparecem, tudo desaparece.

- Park Dong oi meu amor - digo chorando acariciando o seu rostinho e vendo enquanto o seu choro dolorido vai diminuindo - A mamãe tá aqui, tá tudo bem, tá tudo bem. 

- Ele é perfeito, perfeito - fala Jimin e eu concordo olhando para o pedaço do nosso amor.

Os olhinhos dele encontram os meus, sei que ele está assustado e com medo, eu sei como ele se sente vendo um mundo novo, cheio de coisas que ele nunca viu, com medo do que pode acontecer. 

- Vai ficar tudo bem a mamãe e o papai vão proteger você e nada nesse mundo vai te machucar. 

Eu nunca o machucaria e só de olhar para ele eu tenho certeza que todos os meus medos ficaram para trás. 

Jimin me olha e dá um beijo rápido, apenas tocando os meus lábios, a nossa pequena família nascendo aqui, o para sempre parece um lugar muito feliz. 


                                                    FIM 



Oi gente desculpa a demora para postar os últimos capítulos, acho que parte de mim não queria terminar e parte não sabia como, eu amei escrever essa história, assim como amo todas, espero que tenha gostado, vejo vocês nas próximas histórias. 

O Rei Do Gelo Onde histórias criam vida. Descubra agora