Primeira vez outra vez

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Depois de ler 17 diários, onde eu conheci todas as minhas versões desde os meus 6 anos de idade e em todas, todas elas eu conhecia Jimin como a palma da minha mão, eu tinha algumas certezas, nós juramos ódio mas tudo que sentimos era amor.

Jimin e eu nos amamos desde  o momento que nos vimos, ele estava guardado em todas as páginas da minha memória, daquelas que eu escrevi, todas eram sobre nós. 

Eu e ele tivemos um relacionamento, demoramos a assumir o que sentiamos um pelo outro, mas quando assumimos tudo foi rápido demais, eu não era mais virgem e também já tinha beijado alguém, todas as minhas primeiras vezes foram com Jimin e todas as dele foram comigo. 

A última página tinha sido dois dias antes do acidente e a última frase foi a que me deixou mais pensativa.

"Eu sei que ele mentiu para mim e eu estou muito brava com ele, mas eu não consigo não pensar nele, eu não consigo imaginar minha vida sem ele, Jimin foi quem eu amei, ele foi o meu primeiro amor, foi a minha primeira vez, todas  elas e eu quero que ele seja o último, eu vou deixar ele achar que estou muito brava com ele, para depois ele vir atrás de mim, porque eu quero ter uma desculpa para perdoar ele e não apenas que ele é o amor da minha vida e quem sem ele eu nunca poderia me sentir completa, que ele estaria nos meus pensamentos mesmo que eu esquecesse toda a nossa história, ele ainda moraria dentro de mim, ainda teria um pedaço que é só dele, eu lutaria para voltar para ele. 

Porque eu o amo, eu amo o Park idiota"

Mas eu não tinha tempo de pensar isso, porque eu tinha demorado demais para ler os diários, por mais que eu quisesse perguntar para o Jimin, por que ele mentiu para mim? por que ele não me contou que eu era o amor da vida dele? por que ele não disse que eu era a namorada que ele dizia amar e que perdeu, eu não tinha tempo e eu não havia lembrado de nada disso, eram apenas memórias escritas em um papel que pareciam não pertencer a mim.

Ainda mais que agora eu estava sentada no meu quarto antigo vendo os convidados chegando sem parar, para o meu noivado, sentindo o meu coração ficar em agonia. 

Até que a minha porta é aberta e eu tenho quase certeza que é minha mãe me apressando para arrumar. 

- Eu já...

- Ah você leu - me viro assustada olhando Namjoon vestido de terno e gravata olhando para a minha escrivaninha, onde tem alguns dos diários, ele me olha e sorri, levanto da minha cadeira e corro para os braços de Namjoon que me pega no ar e me aperta em seus braços, ele passa a mão em meus cabelos - Oi Dango. 

Começo a chorar e dou um tapa nas costas dele que sorri.

- Por que você demorou tanto para chegar? 

- Ser o maior chefe da Coréia do Sul não é fácil, eu quase não consigo sair do restaurante - ele me coloca no chão e se afasta me olhando nos olhos e enxugando as lágrimas da minha bochecha - O que você precisa saber Dango? O que eu preciso te contar? 

- Você não vai falar que eu tenho que descobrir sozinha? que eu preciso encontrar quem eu sou, sem me importar com o que os outros vão me contar?

- Não, foda-se isso eu sou o seu melhor amigo, posso contar tudo que precisar ouvir, se precisa de ajuda por que eu não posso ajudar? - ele olha para os diários outra vez - Se bem que eu acho que você descobriu a maior parte do segredo.

- Mas o que aconteceu no dia do acidente, o que aconteceu? 

- Acho que a gente precisa sentar para ter essa conversa - ele fala e eu concordo com a cabeça, me sentando na minha cama e Namjoon puxando a minha cadeira rosa de rodinhas, a virando e sentando com as costas dela em seu peito, deixando a cena um pouco engraçada, um homem enorme, de terno preto e cabelo arrumado, sentado em uma cadeira rosa de rodinhas, me fazendo dar risada, Namjoon aponta para mim sério - Nunca ria de um homem sentado em uma cadeira cor de rosa.

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