VII - I can't fight it

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Tentei lutar, tentei negar. Mas como evitar o que está por vir se você não sai dos meus pensamentos, querida?

VII

Hades caminhava lentamente pelo palácio lembrando da conversa que teve com a deusa do amor e da beleza. As palavras de Ino ecoando em sua mente, como se quisesse tortura-lo.

"— Ela soube que você trouxe Perséfone para cá e está inquieta. Zeus disse que foi vê-la e se arrependeu. Disse que ela quase o mata. Você sabe a loucura que está fazendo, mas eu confio na sua inteligência. Você sabe o que tem que fazer."

Sim, eles estavam certos. Ele não queria admitir, e jamais admitiria que estava errado. Não sentia qualquer tipo de poder em Hinata, pelo contrário, sentia a mortalidade dela, a fraqueza de um mero humano. Ele só não queria admitir que perdeu Perséfone para sempre. Então, por que ainda insistia em deixar Hinata naquele lugar?

Sabia o porquê, e acabou lembrando das palavras de Karin para si.

Sem perceber, seus pés o levaram àquele quarto cheio de rosa e purpurina. Revirou os olhos com todas aquelas cores ridículas, mas sorriu internamente. Perséfone jamais escolheria cores assim, ela preferia verde e azul escuros. Mas Hinata, o contrário, preferia cores alegres e que demostrasse que a vida não era apenas escura, era feliz também.

Sentou-se lentamente na cama enorme observando o pequeno corpo embrulhado naquele monte de lençóis. Deslizou seus dedos longos e magros pelo rosto delicado e sensível. Era como estar tocando em uma porcelana; tinha medo que ela pudesse quebrar. Começou a fazer uma linha invisível pelo rosto da menina e se viu acariciando os lábios macios dela.

Seu coração doeu ao lembrar que Hinata estava com raiva de si, ou magoada, talvez? Tinha algum jeito de reverter? Tinha esperanças que sim, ou não saberia viver sabendo que Hinata jamais poderia perdoa-lo. Jamais admitiria em voz alta que apenas queria aproveitar ao máximo os momentos com a morena. Tinha medo do que poderia acontecer.

Não resistindo a tentação, se curvou no corpo da morena e roçou seu nariz ao dela, tentando não beijar àqueles lábios tão sedutores. Um suspiro escapou de seus lábios, ele só podia estar perdendo a cabeça. Soltou um pequeno grunhido e se ajeitou olhando para o teto.

Sentiu o pequeno corpo se remexer e olhou para ela, vendo seus olhos perolados o encarando. Os olhos de Perséfone eram um verde musgo, representando a agricultura e a vegetação. Já Hinata tinha os olhos brancos meio arroxeados, como as mais raras perolas. Tão intensos e hipnóticos que ele se sentia incapaz de desviar o olhar.

— Esperei por você para jantar, mas você não saía do quarto. — disse ele em voz baixa. Ele suspirou e olhou para as próprias mãos. Hinata sentou-se na cama e olhou para o deus do submundo, que parecia meio apático, fraco e confuso.

— Não sei se estava pronta para encarar você. — Hinata engoliu em seco. Sentia a confusão emanar daquele homem. Sentia carinho por ele e uma paixão genuína. Uma paixão que ela tentou – e ainda tenta – bloquear com todas as suas forças. Mesmo que aquela descoberta a tenha machucado, os sentimentos que tentava esconder parecia crescer mais e mais.

Por isso, resolveu deixar o orgulho de lado e demonstrar tudo o que tinha que demonstrar, e que se dane seu futuro. Preferia pensar no presente e no agora.

A menina estendeu sua pequena e delicada mão e virou o rosto de Sasuke para si. Encostou a testa na dele e inalou o aroma amadeirado e másculo que ele emanava. Se sentia atraída por ele. Sentia um desespero que jamais sentiu por ninguém. E sabia que aquilo era errado. Ah, como era. Mas quem ela queria enganar? Estava caindo como um patinho e ele não fez praticamente nada.

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