CAPÍTULO 22

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VINSMOKE SANJI

Coloco o décimo cigarro na boca enquanto olho para o mar frio do lado de fora. Ainda estamos atracados na ilha anterior. Durante toda a noite, eu tive esperança de que Zoro voltasse pelo menos para dormir, mas ele não fez isso.

Eu continuo esperando.

Mesmo que tenha se passado dois dias.

Olho para o relógio vendo que ainda são 6 da manhã. Preciso preparar o café da manhã para meus companheiros, não posso deixar o desânimo tomar conta de mim.

Toco as flores pálidas que ele plantou em nosso quarto.

Nosso quarto...

Nem mesmo sei se isso aqui ainda é nosso.

Saio do quarto tentando ao máximo não chorar. Caminho em direção a cozinha lentamente enquanto toco minha orelha na esperança de ainda poder tocar o brinco, mas ele não está mais ali e... É vazio.

Abro a porta e respiro fundo me preparando para longas horas de trabalho.

***

Fatio as frutas frescas e suculentas para preparar uma deliciosa salada de frutas. Meus companheiros já estão devorando tudo, mas a única que pessoa que falta aqui é ele.

— Onde está o Marimo? — pergunto.

— Treinando — Perona responde baixinho enquanto come seu café.

— Ele comeu alguma coisa antes?

Ela nega com a cabeça e suspira. Pego uma bandeja começando a colocar um café da manhã para aquele imbecil.

Saio da cozinha segurando a bandeja em um mão e um cigarro em minha boca para conter o nervosismo. Abro a porta do Ninho do Corvo e o vejo em cima de uma barra fazendo seus exercícios.

Deixo a bandeja com o café da manhã em cima da mesinha. Ele pula de onde estava e caminha em direção a bandeja.

— Não deveria se exercitar sem comer nada, seu cabeça de grama!

— Tsk! — estala a linha e toma um gole de água da garrafa que dei a ele — Não vou morrer por causa disso.

Reviro os olhos e pego a toalha de cima do sofá e me aproximo para secar o suor do seu corpo como eu sempre fazia todas as vezes que ele treinava.

Suas mãos agarram meus pulsos me impedindo, ele pega a toalha das minhas mãos e me olha sério.

— Eu faço isso.

— Ah... — deixo escapar e respiro fundo estalando os dedos — Certo... entendi — sussurro — Desculpe.

Ele fica em silêncio e continua a secar seus braços. Comprimi os lábios e pego um elástico de dentro do bolso, algo que sempre carrego comigo por causa de seus cabelos grandes.

— Eu posso? — pergunto e ele me olha desconfiado — Por favor... eu só vou... prender.

Ele não diz nada e eu apenas me aproximo tocando seus cabelos úmidos pelo suor, uso o elástico para amarrar seus fios em um rabo de cavalo. Isso é um costume que eu peguei; cuidar dos seus cabelos.

— Bom... bom treino — desejo me afastando.

— Valeu.

***

Me sento no chão do quarto e cubro minha boca enquanto choro. Tento ao máximo conter os soluços que insistem em escapar.

Respiro fundo tentando me controlar.

EM SEUS BRAÇOS - ZOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora