CAPÍTULO 35

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VINSMOKE SANJI

Tento conter Sora em meu colo para que ele possa tomar seu café da manhã. Enquanto eu luto com o meu próprio filho para fazê-lo comer uma única fruta, Zoro está dando a mamadeira de Kuina com uma tranquilidade absurda.

Que inveja...

— Sora! — repreendo quando ele empurrou meu rosto e pulou no colo de Franky. Minha boca se abriu em indignação em ver o garotinho escalar o carpinteiro, deslizar pelo seu ombro e cair em cima do colo de Robin. Tudo isso para chegar até Luffy. — Meu filho acabou de me trocar...

Abaixo a cabeça me sentindo totalmente miserável, posso sentir uma aura depressiva saindo do meu corpo. Zoro deu leves tapas em minhas costas, me entregando Kuina.

— Relaxa, ele gosta do nosso capitão — fala.

— Por que será? — pergunto irônico, vendo Sora e Luffy comendo sem parar.

Ainda me surpreendo em como Sora pode ser tão parecido com nosso capitão. Ele é comilão, hiperativo, dramático e faz uma birra enorme.

— Ah, bom dia Ace! — cumprimento o rapaz que acabou de se sentar ao lado de Marco.

Não consegui ver sua expressão por causa do chapéu, mas quando ele ergueu a cabeça e encarou o Trafalgar eu senti arrepios.

— Como foi sua noite, Ace? — Robin pergunta.

— Dormiu bem? — Nami o questiona.

— Cara, que olheiras... — Usopp comenta.

— Foi uma... porcaria — Ace respondeu em um tom sério.

— Vamos lá, Ace — Marco suspirou entregando um prato de comida para o namorado — Não é como nunca tivéssemos feito a mesma coisa.

— Marco, cala a boca — o moreno murmura colocando a mão no rosto e suspirando.

— Feito o quê? — Luffy pergunta com a boca cheia de comida.

— Ignore essa conversa, Capitão — Robin o aconselha.

Ri olhando para o meu prato. Pego o pequeno frasco de remédio que Chopper produziu e ingeri o líquido sem gosto algum. Espero alguns segundos para finalmente comer.

— O quê é esse líquido? — Marco pergunta.

— É um remédio que o Chopper fez — explico comendo um pedaço de bolo.

— Ajuda no paladar dele — Zoro explica — cigarros comprometem o paladar.

— Entendo — ele sorriu.

— Iupi! — Chopper exclama pulando no colo de Zoro.

Sorri deixando Kuina sentada em meu colo e entregando um morango silvestre em sua mão. Acaricio os pelos de Chopper vendo ele sorrir enquanto come suas panquecas de chocolate.

— Ah, Marco! — Zoro o chama e posso ver a expressão extremamente maliciosa em seu rosto — Sabia que eu quase arranquei a cabeça do seu namoradinho quando ele ressuscitou?

Contenho uma risada ao ver Ace engasgar com o suco.

— Hum, por quê? — pergunta parecendo interessado.

— Ele estava olhando para a bunda do meu namorado — Zoro explica fazendo meu rosto corar.

— Ei! — aponto o dedo em sua direção — Ele estava olhando para os seus peitos também!

— Ah... É mesmo? — Marco sorriu fechando os olhos, logo ele os abriu e encarou Ace que está ao seu lado; seu olhar era intenso e sério.

Tenho um pequeno sobressalto ao ver o Portgas cair de cara em uma tigela de cereal. Luffy soltou uma gargalhada antes de fazer a mesma coisa com o irmão e enfiar o rosto em uma prato cheio de comida.

— Sinceramente... — Law suspirou enquanto segurava Sora em seu colo.

— O que é isso que o pequeno Sora está comendo? — Brook questiona.

— Como isso veio parar aqui!? — Law questiona irritado tirando o que estava na mão do meu filho.

Olho para a mão de Law e paraliso por completo, sentindo todo o sangue do meu rosto se esvair.

— Por favor não me diga que isso é a...

— Kiri Kiri no Mi — ele respondeu suspirando.

— Dá! — Sora praticamente grita pegando a fruta da mão de Law e comendo os restos dela.

— Zoro... — chamo o esverdeado ao meu lado.

— Eu desisto — disse suspirando.

— Franky, você não tinha guardado a fruta do Sora? — Robin pergunta.

— Eu guardei — ele deu de ombros.

— Como já foi dito — Law suspirou pesadamente — frutas escolhem seus donos não importa onde eles estejam.

Que maravilha!

***

Começo a guardar nossas roupas dentro das malas após Nami anunciar que estava na hora de voltar. Claro que isso antes do tempo mudar completamente, agora o clima chuvoso indica uma tempestade.

Robin e Franky foram os primeiros a irem para o Sunny, então eles devem ter guardado o navio em algum local seguro e ficado por lá mesmo.

— Notou alguma coisa de diferente neles? — pergunto para Zoro.

Meu namorado está sentado em cima da cama brincando com os bebês que parecem bem animados em escalar seu corpo o usando de escorredor as vezes. Zoro negou com a cabeça enquanto segurava Kuina pela fralda, impedindo que ela caísse.

— Estão normais — responde.

Toco meu brinco me sentindo inquieto. Movo meu corpo de um lado para o outro enquanto escuto o som de trovões e raios do lado de fora. Mordo meu lábio inferior enquanto deslizo meu dedo pelo brinco tentando a todo custo não ficar paranóico.

— Ei — O Marimo me chama — Deita aqui.

Não demoro muito para acatar seu pedido. Me deito ao seu lado e sinto Sora se jogar em cima de mim quase me tirando o fôlego, meu filho riu abraçando meu pescoço e beijando minha bochecha a deixando toda babada.

— Você é um pestinha — falo virando seu corpo e o deixando no colchão, uso a ponta dos meus dedos para fazer cócegas em sua barriga o vendo gargalhar.

— Papai! — riu enquanto se encolhe no colchão.

Sua mãozinha se estendeu para Zoro que apenas sorriu de lado e ao invés de socorrer nosso filho, apenas usou sua mão livre para fazer mais cócegas nele.

Kuina resmunga baixinho e usa suas mãozinhas gordinhas para segurar as nossas. Ela abraça Sora parecendo muito irritada. Solto uma risada alta ao perceber que ela é bem protetora.

— Ora, sua pestinha! — Zoro resmunga e puxa ela fazendo cócegas na sua barriga minúscula.

A risada dos bebês se tornam altas e ecoam pelo quarto todo, isso abafa o som dos trovões e me deixa com uma sensação reconfortante em meu peito.
Me jogo ao lado de Sora abraçando seu corpinho pequeno, beijo sua testa várias vezes. Zoro se deitou do outro lado e abraçou Kuina que estava dormindo após ficar cansada.

— Desncasa um pouco — Zoro sussurra tocando meu rosto.

Beijo a palma da sua mão e sorri fechando meus olhos.

Nunca pensei que teria uma família.
Não depois de sofrer tanto nas mãos daqueles que deveriam ser a minha. Nunca imaginei que um dia eu amaria tanto assim uma pessoa.

E é por isso que eu tento ao máximo não pensar nisso. Porque o medo de perder tudo que eu tenho agora é imenso.

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EM SEUS BRAÇOS - ZOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora