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CAPÍTULO UM.
CAPÍTULO POR LENNON.
📍 RIO DE JANEIRO — RJ.
ALGUNS MESES DEPOIS...

— Já tô chegando, marca um dez. — falo com o Léo e ele concorda encerrando a ligação.

Mais cedo os moleques e eu tínhamos combinado de ir sair pra jantar, mas eu acabei me atrasando. Já tava geral lá e eu ainda nem estava na metade do caminho.

Reduzi a velocidade por conta do radar, e meu olhar foi para um casal de idosos na beirada da pista fazendo sinais pra alguém que estava na passarela. Abaixei um pouco o corpo e vi que tinha uma mina parada de frente pra um buraco que tinha na grade da passarela.

Encostei meu carro no acostamento e desci indo até o casal, e quando cheguei perto percebi que os dois estavam orando. Daqui eu estava conseguindo ouvir o choro da mina, um choro doído, desesperado.

Meu corpo agiu por ele mesmo, e quando me liguei, eu estava subindo a passarela. Respirei fundo e segui, quando cheguei na parte reta da passarela onde ela estava, ela olhou na minha direção e segurou na grade.

— Calma. — peço.

— Sai daqui. — ela fala chorando e eu dou um passo pra frente, e no mesmo segundo ela põe o pé na parte que a grade estava quebrada.

— Olha, calma. Não precisa disso. — falo e dou um passo pra trás.

— Vai embora daqui.

— Eu tô querendo te ajudar.

— Não quero tua ajuda, não preciso. — ela desvia o olhar de mim e olha pro outro lado, aproveitei esse momento e caminhei bem rápido pra perto dela, porém mantendo uma certa distância.

— Se afasta daí. — falo e ela rapidamente me olha. — Cê não precisa fazer isso, pensa na sua famíl...

— CALA A BOCA. — ela grita chorando mais do que antes.

Ela sobe com os dois pés na parte quebrada da passarela e eu me aproximo.

— Desce daí, por favor. — ela continua chorando. — Desce daí, a gente conversa e você me conta o que tá acontecendo, talvez eu possa te ajudar de alguma form...

— EU NÃO QUERO SUA AJUDA. — ela grita me olhando, mas logo desvia o olhar. — Me deixa em paz e vai viver tua vida de celebridade, vai cuidar da tua carreira e dos teus shows, esses shows que podem destruir com a vida de alguém. — ela fala chorando muito, e eu fico sem entender.

— Eu não te conheço, não sei o que rolou ou o que tá rolando. — me aproximo mais dela, estico a mão pra ela. — Mas essa aí, não é a melhor opção, eu tenho certeza disso. Vem, deixa eu te ajudar, não faz besteira, vem. Eu prometo que vou te ajudar, mas desce daí, não faz isso contigo e nem com as pessoas que te amam, cara.

O choro dela se intensificou mais, me aproximei de vez pegando na mão dela e ajudei ela a descer, no automático abracei ela que não parou de chorar um segundo.

— Vem. — falo afastando o abraço.

Abracei ela de lado ajudando ela a andar, descemos a passarela, e passamos pelo casal.

— Vão com Deus, Jesus acompanhe vocês.

Agradeci, e fui até meu carro, abri a porta do carona e ajudei ela a entrar, fechei a porta e dei a volta entrando também. Ela ainda chorava, e eu não sabia o que fazer.

Peguei uma garrafinha de água que estava no banco de trás e entreguei pra ela que pegou e deu um pequeno gole.

— Tenta se acalmar. — falo e ela assente bebendo mais um pouco da água.

Minha cura | L7NNON.Onde histórias criam vida. Descubra agora