CAPÍTULO DOZE.
Capítulo por JÚLIA.
📍RIO DE JANEIRO — RJ.
UMS DIAS DEPOIS...Hoje foi um dos dias que eu acordei na pior. Tudo remetendo lembranças, as melhores e as piores. Sentimentos confusos e eu não conseguia organizar minha mente.
Meu celular notificou e eu peguei ele vendo que era mensagem do Lennon, e depois de muito pensar, abri a mensagem pra responder.
Lennon
Visão.
Tô pela rua, os moleques animaram um churrasco na casa do Martins.
O Pedro e a Karina vão, tá afim de ir?Oi, quero.
Então eu te busco aí.
Papo de dez minutos e eu chego.Tá bom.
Acho que eu estava precisando distrair, ocupar minha mente.
Levantei, tomei um banho, me ajeitei e quando eu terminei de me arrumar, o Lennon avisou que tinha chegado. Sai de casa trancando tudo, e fui até o carro dele depois de trancar o portão.
— E aí? — ele fala assim que eu entro, me abraça. — Como tu tá?
— Não sei te falar, mas sei lá. — dou os ombros.
— Não tá nos seus melhores dias?
— Não. — confirmo.
— Se tu quiser ficar em casa...
— Talvez sair de casa, distraia minha cabeça.
— Certeza? — ele pergunta, assenti e ele ligou o carro saindo dali.
— Vou ter que passar em casa rapidão.
— Tudo bem. — respondi e em seguida fiquei em silêncio.
Durante o caminho, a minha mente apertou mais com meus pensamentos. Olhei pro Lennon que também estava quieto e minha mente já criou diversos pensamentos. Queria conseguir entender porque ele entrou na minha vida, entender o motivo das palavras dele conseguirem me confortar, o fato das palavras de apoio me fazer pensar em realizar as coisas que ele me apoia.
O fato da presença dele me desligar por algum momento do Yago, da tristeza que é não ter o Yago comigo. E mais uma culpa bate quando isso acontece, porque eu não quero deixar acontecer isso. Não quero esquecer o Yago.
— Vamos lá em cima. — ele fala, e então eu percebo que estávamos em um estacionamento.
Sai do carro junto com ele e pegamos o elevador indo até a casa dele. Assim que chegamos ele abriu a porta, entrou e eu fui seguindo ele. Ele parou no quarto pegando uma mochila e arrumou pegando algumas roupas.
— Pegar logo as minhas coisas, mas tarde tem show. — ele fala mas eu não respondo. — Não sei que horas os moleques vão encerrar lá, qualquer coisa eu me arrumo, te deixo em casa e dep...
— Eu não quero ir, mas Lennon. — falo cortando ele que me olha.
— Aconteceu alguma coisa? — ele pergunta.
— Eu só não quero ir pra lugar nenhum.
— Mas tu tá b...
— Você entende que nem aqui eu queria estar? — falo interrompendo ele que me olha sem expressão nenhuma, ele só assentiu.
— Você não precisa ficar, tu não é obrigada. — ele fala colocando algumas coisas na bolsa. — Eu só te chamei porque achei que tu fosse gostar, já que a Karina e o Pedro vão estar lá, e também tu mostrou gostar da companhia dos moleques, mas suave. — ele fecha a bolsa e me olha. — E eu ainda perguntei se tu tinha certeza que queria vir.
Ele pega o celular, a chave do carro e a bolsa, passando por mim.
— Bora, eu te deixo em casa. — ele fala.
Fiquei ainda tentando agir, e me repreendendo por ter falado de forma grosseira com ele.
— Lennon... — chamo ele indo atrás.
Fui atrás dele e ele estava perto da mesa, chamei ele de novo, e ele encostou na mesa, parei na frente dele e ele focou o olhar em mim.
Fiquei olhando pra ele, mas ele logo cortou o contato desviando o olhar. Respirei fundo sentindo um nó na garganta.
— Desculpa... — falo baixo e ele me olha.
Senti meus olhos querendo marejar.
— Desculpa ter sido grossa com você. Desculpa. Eu não queria ser grossa, e muito menos fraca... — minha voz embarga. — Mas eu não consigo parar de sofrer. — encosto a testa no peito dele quando choro que eu estava prendendo sai. — Isso não é bom pra mim, e nem para as pessoas que convivem comigo, mas dói... — sinto ele me abraçar. — Não consigo aceitar que o Yago morreu... — me afasto pra olhar pra ele que não desfez o abraço. — Dizem que eu tô viva, meu coração bate, eu respiro, eu como, eu falo, eu converso, às vezes eu até dou risada... mas eu acho que é tudo sem vontade. — ele faz um carinho no meu rosto e tira alguns fios do meu cabelo. — Eu tô viva, Lennon?
— Claro que tá, e tu precisa focar nisso.
— Eu tô tentando, mas quando eu lembro dele... eu me sinto culpada.
— Você não tem que se sentir assim.
— Tô tentando mudar isso.
— E tu vai conseguir. — sorri vendo que ele sempre está me dando força, me encorajando. — Vou tá aqui pro que você precisar.
— Muito obrigada por isso. — ele sorri e me puxa, me abraçando.
+70comentários p desbloquear o próx.🔐
Só vale comentários SOBRE A HISTÓRIA.