CAPÍTULO QUATRO.
Capítulo por JÚLIA.
📍RIO DE JANEIRO — RJ.
UNS DIAS DEPOIS...— Filha vamos, por favor. — ela insiste subindo as escadas atrás de mim.
— Mãe, não quero. — entro no meu quarto.
— Júlia, a sua avó quer tanto que você vá. — nego e me jogo na cama. — Meu amor, é um almoço em família, sua vó está sentindo falta disso.
Respirei fundo, e depois de uns segundos pensando eu assenti e confirmei que ia. Ela saiu do meu quarto toda animada. Animação pra ir não tinha nenhuma, mas a minha vó sempre gostou de reunir a família, e eu também estava sentindo saudades dessas reuniões, mesmo sempre rolando uma tretinha com a mulher e a enteada do meu tio, as reuniões sempre são boas.
Levantei da cama, e fui tomar um banho, quando terminei fiz uma maquiagem leve, escolhi uma roupa, peguei minha bolsa colocando minha carteira, meu remédio e meu celular.
Sai do meu quarto e dei de cara com a minha mãe no corredor. Descemos chamando o uber que não demorou, fechamos a casa, entramos no carro, e não demoramos pra chegar.
Chegamos no local, e assim que entramos já avistei minha família. Fomos até a mesa, e eu fui direto na minha vó.
— Oi minha vida, que saudades. — ela fala apertando o abraço.
— Também estava com saudades, vó. — solto o abraço. — Oi gente, boa tarde. — falo com o povo acenando.
Eles responderam e eu sentei ali do lado da minha vó, ficando no meio dela e da minha mãe.
Conversnsdo um pouco com eles, mas sempre mais quieta na minha. Fizemos o pedido, meus tios conversando sobre futebol, minha vó, minhas tias e minha mãe em um assunto aleatório, mas não demorou para a Lauanda começar a querer puxar assunto.
— E aí, Júlia? Já voltou a trabalhar? — ela pergunta fazendo a minha mãe e a mãe dela olhar pra gente.
— Ainda não.
— O luto dura tanto assim? — tentei responder mas não consegui, simplesmente travei.
— Lauanda, por favor né? — a mãe dela fala. — Com certeza está sendo difícil pra Júlia, imagina ter culpa na morte do namorado.
Meu coração acelerado, minha garganta seca, minha respiração limitada, meu corpo tremendo, minha mente me trazendo flashes daquela noite, mas eu estava me controlando.
— A Júlia não tem culpa nenhuma.
— A dona Laura, até perece. Com certeza foi ela que chamou ele pra ir. A Júlia sempre gostou de farra, e o Yago parecia ser bem tranquilo.
— Cala a boca, Jussara. — meu tio Alberto fala com a esposa.
— Vocês não podem encobrir a Júlia só por ela ser parente de vocês. Não é normal uma pessoa sofrer tanto a morte de outra sem ter um mínimo de culpa.
— Olha só, eu tô cansada de você e sua filha ficarem pegando no pé da Júlia. — minha mãe fala irritada. — Eu acho bom isso acabar hoje.
— Ah pelo amor de Deus, quer defender sua filha, ela errada?
— A Júlia tem esse jeito de boa moça aqui na frente de vocês, vai saber a realidade por trás de vocês.
Eles continuaram batendo boca, mas agora minha mente não estava focando em nada além de tentar respirar normalmente. Eu já não escutava nada, minha visão estava turva, e eu só me deixei levar levantando dali. Sai do restaurante completamente perdida, sem saber pra onde ir e o que fazer. Não tinha tanto movimento na rua, então eu fui andando na calçada, me apoiando no muro, e quando acabou o muro, quando eu pensei em continuar andando senti alguém segurando meu braço.