CAPÍTULO QUINZE.
Capítulo por JÚLIA.
📍RIO DE JANEIRO — RJ.
ALGUMAS SEMANAS DEPOIS...Durante essas semanas, muitas coisas aconteceram, assinei contrato com algumas lojas que me queriam pra fazer provador, eu me sentia mais animada com a vida, e todo mundo já tinha percebido isso.
Meus sentimentos confusos também se esclareceram, me deixando certa do que eu estava sentindo. Durante essas semanas, o Lennon e eu nos aproximamos muito, e com essa aproximação, eu entendi o que eram esses sentimentos confusos que eu sentia em relação a ele.
Mas eu precisava conversar com a pessoa que sempre me entendeu, com a pessoa que eu sempre dividi todos os meus sentimentos.
Sentei na minha cama pegando o quadro que tinha uma foto minha e do Yago, respirei fundo e tomei coragem pra começar.
— Cê sabe que eu nunca escondi nada de você, e tenho certeza que daí de cima você vê as coisas melhor que eu. — sorri passando o dedo na foto dele. — Você viu que eu tentei não ficar perto, tentei não ficar feliz, tentei não deixar ele ganhar espaço na minha vida, tentei não criar sentimentos, mas não deu... o Lennon chegou de repente me salvando, foi sendo ele, foi cuidando de mim e me ganhou. — sorri lembrando do Lennon, voltei a olhar pra foto. — Ele faz eu me sentir viva, ele me motiva com os conselhos, com as conversas... ele me faz bem. — olhei pra prateleira que tinha os ursinhos que ele me deu, mas olhei de volta pra foto. — Mas eu não quero e não vou deixar você morrer dentro de mim nunca, eu prometo. — termino de falar e um vento bate no meu rosto. — Eu amo você, obrigada por todos os momentos que tivemos juntos.
No mesmo segundo, ouvi batidas na porta do meu quarto, mandei entrar, abriram a porta e era o Lennon.
— Oi... vim te ver. — ele sorriu e entrou no quarto, veio até mim e deixou um beijo na minha cabeça.
— Oi, não sabia que você vinha.
— Cheguei de São Paulo cedo, e como eu já vou viajar amanhã, eu resolvi vir aqui te ver. — ele sentou do meu lado na cama e levantou uma sacola do mcdonald's. — Trouxe pra gente.
— Arrasou. — falo e ele ri. — Quer descer pra comer lá embaixo?
— Se você quiser, a gente pode comer aqui e assistir um filme.
— Ok. — pego a sacola e sento na cama indo pro canto, enquanto ajeitava o lanche na cama, ele sentou ali perto de mim pegando o controle.
— Sua mãe pediu pra avisar que foi pra confeitaria, e vai voltar pela noite porque vai sair com umas amigas. — ele avisa.
— Tudo bem. — respondo.
Termino de tirar as coisas da sacola, olhei pra ele que estava procurando algum filme. Ele percebeu que eu estava olhando, e me olhou, desviei o olhar olhando pra TV, mas eu conseguia sentir que ele estava me olhando.
Olhei pra ele, e ele deixou de lado a atenção para a TV e focou em mim. Prendi meu cabelo, e quando terminei de fazer isso, me arrependi.
— Por que tu tá nervosa? — ele pergunta, e eu disfarço balançando a cabeça em negação, mas antes de eu falar algo ele ri. — Tu tá toda inquieta, não consegue nem me olhar, e tu prendeu o cabelo...
— Eu não tô nervosa. — falo tentando passar certeza na voz, e ele apenas da os ombros voltando a olhar para a TV. — Tá bom, eu tô nervosa. — falo de uma vez, e depois de uns segundos em silêncio, ele desliga a TV e vira me olhando.
— Eu também tô. — ele fala e respira fundo. — E tô com medo também, medo de falar ou fazer alguma besteira e isso afastar a gente. — ele fala e coça a nuca. — A gente tem se dado bem pra caramba, tu me deu maior abertura na tua vida... e eu fico pilhado em vacilar em alguma coisa, ou dar a entender alguma coisa que... — ele para de falar e dá os ombros. — Não sei nem o que falar, não sei nem o que eu quero falar, de verdade mesmo.