Capitulo 1

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— Eu tinha ido visitar meus pais no cemitério antes de cometer suicídio,apenas fazia um tempo que não os via desde o acidente de carro que ceifou suas vidas e na época por um descuido bobo acabei sendo a única sobrevivente apenas por estar de cinto de segurança,os jornais locais paulistanos me chamaram da criança do milagre,um apelo vivo de que a esperança e fé poderiam existir de alguma forma,agora?
             — Tinha acabado de colocar os joelhos sobre a terra batida e fria que ficava na frente de suas lápides e rezei por alguns minutos e nessas orações pedia que pudesse ser tudo rápido para que de alguma forma toda a culpa e vergonha pelo que tinha me acontecido antes tivesse sumido,não queria mais existir ou sentir nada,parecia que tudo havia se perdido com a violência que acabara de sofrer e por medo sai correndo da minha casa e do meu futuro marido,mesmo o amando não poderia esquecer que foi ele o meu primeiro,foi forçando de uma tal maneira que estava até agora sangrando e sei que não poderia ter sido dessa forma e minha tia tinha me avisado que a maneira que acontecia doía porém Alberto teve muito tempo para diminuir a forma que me feria enquanto implorava por gemidos e um choro até baixo que parasse,é óbvio que não parou.
             — Não conseguia deter as lágrimas porque pareciam serem mais condescendentes que a própia família dele que no melhor dos cenários apenas tolerava a futura esposa do seu filho mais novo e infelizmente tinha escolhido a filha adotiva da empregada para começar uma vida.
             — Só de pensar que meu sogro havia cometido o mesmo pecado que seu filho a poucos momentos depois que havia sido abusada por Alberto tenho vontade de vomitar porém não conseguia colocar nada para fora e o jantar de anúncio que iríamos nos casar em breve tinha sido no máximo desagradável.
            — Quando acredito não ser possível mais sofrer em seguida que aqueles crimes haviam acontecido comigo fugi pelo jardim tão temerosa com raiva e vontade de me jogar na frente de qualquer carro para que assim pudesse estar finalmente junto da minha família e quando chego até a árvore que ficava no centro daquele enorme lugar e dava as mais deliciosas maçãs que havia provado na vida acabaria por provar a mim mesma que era melhor ter ido embora e não retornado e infelizmente essa foi a opção que não tomei.
            — Quando adormeci embaixo daquela macieira pensei que pudesse ter sossego para não me preucupar mais com nada porém ao acordar pelo barulho de risadas e sussurros baixos me alarmei porque a única coisa que acreditava não ser mais possível de acontecer tinha acontecido comigo novamente,era o abuso de outros dois caras e se não me engano um deles era o melhor amigo do irmão mais velho de Alberto que tinha se ausentado mais cedo e partido para a empresa da família.
            — Ao passar um bom tempo apenas fugindo e tentando esquecer de todos esses monstros acabei por me sujar bastante com meu própio sangue e estava com os braços manchados e meu vestido branco de mangas longas que chegava na altura dos meus joelhos sujos também tinha sido bastante salpicado com gotas e até mesmo minha bochecha esquerda,droga!
              — Olhei ao redor e mesmo meu cabelo longo e castanho estando preso por uma única trança o comprimento caia como uma cascata por meu ombro direito,Alberto adorava quando ele os tocava e sentia a maciez e por ser um liso natural dizia que não era nunca para eu mexer neles ou fazer qualquer coisa que pudesse danificá-los.
      "— Que irônia."
            — Falei essa parte em voz alta e me arrependi no mesmo instante porque parecia que algo não estava completamente normal e era óbvio que começou muito antes de vim parar naquele lugar sombrio porém era mais do que isso.
           — O vento soprando e arrepiando cada pensamento meu e ainda por cima tinha a sensação desde o momento que cheguei de olhos estarem me observando e então na minha mente surgiu os rostos dos monstros que acabaram comigo e pensei que talvez tivessem voltado para se satisfazer novamente em mim.
       "— Não!"
            — Comecei a respirar com mais rapidez e parecia que estava correndo para salvar minha vida o que era loucura porque naquela noite iria terminar com tudo apesar de desejar morrer não queria ser novamente violada por mãos e forças de demônios que me mancharam para o resto da vida.
            — Acabei correndo como fiz antes e nesse momento escapava de um inimigo invisível porque não tinha ninguém além dos mortos descansando seu sono merecido e eu?Saia em disparada por uma colina que dava acesso a saída finalmente e poderia escapar de toda a neurose e sensação de perseguição e medo que pairavam sobre minha cabeça como o céu noturno e estrelado naquela madrugada.
            — Estava saindo pelo portão de ferro quando dessa vez escutei passos vindo cada vez mais rápidos e querendo ou não estou sozinha e precisava fugir novamente porém antes de pensar em qualquer outra coisa que não fosse o medo crescendo e se espalhando como minha paranoia escuto um barulho horrível e acabo perdendo os sentidos e dessa vez esperei apenas pela misericórdia final daquela sombra negra que estava chegando cada vez mais perto de mim e apaguei desejando que fosse a última vez.

           Santiago   — Querendo ou não precisava escapar da loucura que havia se tornado minha vida nas últimas semanas e por mais que entendesse que aquela mulher nunca me escolheu talvez tivesse esperanças que a levando para longe de tudo e tod...

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           Santiago
  — Querendo ou não precisava escapar da loucura que havia se tornado minha vida nas últimas semanas e por mais que entendesse que aquela mulher nunca me escolheu talvez tivesse esperanças que a levando para longe de tudo e todos pudesse enxergar o que estaria perdendo porque se tinha uma coisa que odiava era perder para alguém como ele só que no fim das contas meu irmão mais velho acabou levando a única pessoa que já desejei na vida então acabei por deixar a Itália por um tempo ou até as horas que durassem aquele trabalho porque tinha aceitado matar alguém no Brasil especialmente para não vê-los se casar e sei que todos naquela maldita mansão me odiavam e agora que tudo meio que foi resolvido confesso que até eu mesmo estou me odiando naquele momento.
          "— Por favor cara!Não faça isso!"
           — Tinha arrastado o coitado para um cemitério qualquer e mesmo com todas as formas que pediu clemência talvez estivesse tão endurecido pelas diversas matanças que cometi ao longo dos anos que já não sentisse qualquer tipo de pena por ele porém poderia lhe dar esperanças não é?
         "— Você está certo!"
           — Coloco minha mão sobre seu ombro e tento lhe dar uma breve acalmada como se de alguma forma aquilo pudesse lhe abrandar e tentar não o deixar mais apavorado do que estava.
         "— Me chamo Santiago meu amigo,você?"
          — Ele me disse seu nome porém como queria que aquele pequeno joguinho se encerrasse lhe pedi para se encaminhar a pé de volta para sua casa e mesmo com um enorme sorriso de satisfação e agradecimento senti que estava pronto,foi quando virou as costas e ainda contei cinco passos seus que mirei a arma com silenciador direto na sua cabeça e o vi cair no chão.
Santiago:– Pelo menos não o deixei aterrorizado.
            — Ia arrastar seu corpo até dentro do cemitério porém notei movimentação em seu interior e foi quando vi alguém e imediatamente fiquei sem reação por alguns segundos porque além de estar coberta de sangue parecendo uma aparição a garota tinha uma profunda tristeza no seu olhar porém não podia pensar muito naquilo porque não poderia deixar testemunhas pra trás,mesmo acreditando que não teria visto nada aquela garota parecia suspeita e antes de pensar em mais possibilidades dessa gostosa fantasma ficar aparecendo dessa maneira acabei atirando nela só que isso foi estranho porque não mirei na cabeça e mesmo sabendo que poderia ser um problema mais tarde não tive coragem o bastante para apenas acabar com seu sofrimento caso fosse ele grande e aos poucos fui me aproximando daquele corpo caído no chão e ao tentar enxergar melhor apesar da escuridão ao nosso redor pude perceber que era uma adolescente talvez?Não mais do que seus vinte e poucos anos ou até menos.
Santiago:– Merda!
            — Não ficava balançado por minhas vítimas ou pela maneira que pareciam em minhas mãos porém aquela moça tinha estado no lugar errado e hora errada,agora que percebi o tiro pegou no ombro e se deixasse poderia me ver livre dela também.
             — Me levantei e fiquei ali por alguns momentos tendo um embate comigo mesmo,até que comecei a caminhar para longe dela e de todo esse cheiro de morte porém meu celular tocou e pela maneira irritante que tocava já sabia quem poderia ser,antes que pudesse pensar na imbecilidade que tinha decidido fazer resolvo levá-la daquele lugar.
Santiago:– Sim sou eu apenas prepare o avião porque estaremos voltando para a Itália.

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