Capitulo 15

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Ursula
- Alberto e eu fomos feitos um para o outro ou pelo menos era assim que imaginava aquele cara desde o momento que tinha me pedido em casamento ainda lembrava da cena como um filme romântico que se passava mil vezes em minha mente e na época o pai fez uma cara tão feia que até tinha perdido a vontade de me assediar enquanto trabalhava na cozinha junto da minha tia e todas as vezes que me encontrava servindo seu café da manhã ou almoço e até mesmo o jantar sua cara era ameaçadora e de poucos amigos e pensei que aquilo sim era o paraíso porém algo no tom do meu futuro marido parecia sempre um sinal de que precisava caminhar sobre ovos para conversar ou até mesmo dizer algo sobre nosso relacionamento.
Ursula:- Você sabe o motivo Alberto!
- Novamente aquela bendita conversa sobre a minha primeira vez e como não gostava de ser pressionada para fazer algo de que deveria ser natural e até esperado ansiosamente por mim só que cada vez mais que lhe falava que não queria me entregar a ele até o casamento me chamava de infantil e tinha até me culpado pela maneira como fui criada.
Ursula:- Não vou mais discutir com você me entendeu!?
- Ainda era meu horário de almoço e pensei que estivesse na empresa da sua família porém ele tinha aparecido na cozinha de surpresa enquanto terminava de comer meu hambúrguer de queijo e tomava o resto de refrigerante de uva que tinha deixado na geladeira dos funcionários e achei tão romântico quando chegara com uma única rosa nas mãos e me entregou dizendo que aquela seria a primeira das muitas flores que encheria nossa casa,a minha vida droga!
- Tinha chamado pelo nome dele enquanto me deu as costas e saiu pela porta dos fundos me deixando com tanta raiva naquele dia que parei de falar com Alberto por um certo tempo já que toda vez que chegava perto para poder ter uma conversa decente com aquele miserável sempre me ignorava ou apenas me deixava falando sozinha.
- Aos poucos senti a maciez me cobrindo e ao abrir meus olhos e entender onde estava me levantei quase que imediatamente como um bandete retirado com rapidez da pele e ao olhar para a cama percebi que Santiago não se encontrava mais ao meu lado,não que aquilo fosse importante porque nem de longe estou preucupada com que horas vai voltar ou se ficará do meu lado porque estou mesmo a fim de voltar para casa,esse é o plano desde o início.
Santiago:- Sonhou muito com ele?
Ursula:- Droga!
- Se tivesse sido mais observadora e cautelosa teria percebido a sombra dele enquanto observava algo da janela e ainda por cima braços cruzados como se estivesse me esperando acordar e me lembrei de como tínhamos acabado na cama,não que fosse algo que me deixasse balançada porém me sinto diferente e era como se existisse partes de mim que se adequassem de alguma maneira a ele só gostaria de entender aquilo antes de enlouquecer e jogar aquele vaso de flores que estava perto da cama em sua cabeça.
Ursula:- Que horas?
Santiago:- Por que quer saber?Tem algum lugar para ir?
Ursula:- Idiota!
Santiago:- Já passa das três e meia querida.
- Tentei levar aquilo numa boa porém nunca tinha dormido até tarde e desde que era mais nova tinha aprendido a levantar cedo já que precisava ajudar minha tia com os hóspedes da casa que trabalhava e com o tempo parei de dormir um pouco a mais e aquilo significava estar de pé antes das seis da manhã.
Ursula:- Poderia ter me acordado não acha?
Santiago:- Precisava de você na cama comigo,você pelo que estou vendo amor só dorme razoavelmente bem se eu estiver do seu lado então é uma troca justa.
- Algumas mechas teimosas estavam sobre meu rosto e acabei as colocando para trás da orelha e em seguida esfreguei os olhos e o olhei e dessa vez além da calça social e sapatos pretos vestia também uma jaqueta marrom e sua sombra estava por quase toda a janela.
Ursula:- Estou com fome.
Santiago:- Tudo bem.
- O vejo fazer uma ligação e não imaginava para quem poderia ser então acabo me levantando porém não estava preparada para o que Santiago iria me contar e quase foi um soco em meu estômago porém permaneci firme e cautelosa enquanto imaginava as razões por trás daquela loucura.
Ursula:- Como disse?
Santiago:- A gente vai se casar amanhã.
- Não estava preparada para nada de ruim que me aconteceu naquela noite e não estou pronta para ouvir tanta besteira como estava ouvindo nesse instante.
Ursula:- Santiago você bebeu?
- Ele faz uma cara pensativa enquanto continuava com a mesma postura e tentei não quebrar sua cara no processo porque apesar de estar com ambas as mãos colocadas nos bolsos da calça tenho plena noção que seria apenas questão de segundos para que pudesse me pegar e trazer até perto dele e não estou pronta para qualquer enfrentamento que fosse nem com nenhuma dessas pessoas e muito menos com aquele assassino misterioso que parece sempre ter uma face diferente mantida apenas para si e poucos conhecidos seus.
Santiago:- Eu vou contar antes que alguém tente distorcer as palavras doçura.
Ursula:- Por favor apenas pare de me chamar assim!

TraumatizadaOnde histórias criam vida. Descubra agora