Capitulo 30

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Santiago
           — Eu não deixei que meu irmão viesse comigo porque ainda tinha Carmosita e Ursula que seriam alvos fáceis para qualquer um dos seguranças tirar proveito e simplesmente sumir com elas.
Santiago:– O que está fazendo aqui?
          — Mesmo falando em outro idioma podia sentir o veneno em cada palavra que falava em italiano,em como ironizava aquele lugar.
Santiago:– Então você se lembra?
         — Esse era um dos pontos que costumavam traficar estrangeiras e também foi assim que consegui ganhar Angelina e nesse dia as coisas mudaram de uma forma muito forte e assombrosa.
Antônio:– Angelina.
         — Então estava certo porque o maldito ainda se lembrava daquela manhã.
(PASSADO)
         — Era ainda muito cedo em um dos hotéis de Vernazza e conseguia sentir a brisa fresca da manhã tocando minha pele que mesmo muito suada e o sangue de uma das vítimas respingava como uma segunda roupa apesar do terno negro estar sem a gravata cinza já que quando cheguei para matar o segundo mafioso meio que caímos em briga corporal e quase fui enforcado por aquela parte da minha roupa que parecia sempre complementar meu corpo e mesmo entendendo que precisava deixar ela para trás não conseguia imaginar um destino pior do que aquele que escolhi quando fiz o maldito engoli-lo de tal forma que acabou morrendo com seus olhos arregalados e uma garganta estufada pela maneira que o tecido teimava em não ser engolido.
Antônio:– Parece que o trabalho foi bem executado não acha?
          — Nunca entendi completamente o motivo de Marcelus Caccini trazer sempre para seu lado ou muito perto esse desgraçado do filho que parecia mais interessado em uma taça de vinho barato do que negociar mercadorias que chegavam pelo àr ou muitas vezes por barcos de pescadores que estavam sempre interessados em ajudar do que atrapalhar e nesse caso aquela bela pescaria se tratava de vidas humanas.
            — Escutei vozes no outro quarto e pareciam todas femininas e por um lado aquilo cheirava a tráfico e mesmo sabendo o destino que cada uma iria ter eu ainda não me importava porque na época só me importava com o trabalho feito e o dinheiro que isso ia me dar.
Nikolas:– Por que não acabamos de uma vez!?
           — Meu irmão por outro lado ficava desconfortável e não me importei tanto porque cada um cuidava do que achava melhor porém se soubesse o quanto aquilo lhe afetava não o deixaria tão perto de assuntos delicados.
Antônio:– Por que não escolhe uma?
Nikolas:– O que?
           — A risada dele é curta porém cruel e imagino que entenda o quanto aquilo estava mexendo com o psicológico do meu irmão.
Santiago:– Posso fazer isso.
Nikolas:– Do que está falando!?
          — As sombrancelhas levantadas e o tom de surpresa faziam com que ele não imaginasse que tomaria uma decisão como aquela porém ninguém negava nada para o pai ou o filho daquela máfia e já que o trabalho foi bem feito era esperado a recompensa que além do dinheiro iria incluir uma vida e na cabeça dele era mais do que justo.
Marcelus:– Tenho certeza que assim ficará satisfeito assassino.
Santiago:– Imensamente.
             — Me levanto e ajeito um pouco os botões do meu paletó que teimavam em se abrir como se nem mesmo eles quisessem estar naquela hora e naquele lugar porém a situação pedia para me manter firme e de alguma maneira com a cabeça fria porque se o maldito suspeitasse que aquela troca deixava meu irmão insatisfeito tenho certeza que algo seria feito com nossas cabeças.
Santiago:– Por que não me leva até elas?
Marcelus:– Meu filho fará isso e enquanto resolvem esses detalhes me acompanha numa taça de vinho?
           — Enquanto travava uma batalha de olhares com meu irmão e pensando que a qualquer momento ele poderia recusar e fazer de nós o principal alvo daquele desgraçado para minha surpresa Nikolas concorda e com um sorriso apenas confirma.
Antônio:– Espero de verdade que goste das belas mulheres que conseguimos fisgar porque apesar de termos algumas crianças no meio talvez goste do resultado final.
         — Quando aquele lunático fala aquela palavra parecia que tinha me dado um soco no estômago.
Santiago:– Não sabia que pegavam crianças também.
        — Dessa vez o vejo tirar o óculos khatton negro e me observar por alguns segundos e de alguma forma tinha chegado em uma parte delicada e para até um tipo como ele achar que tinha passado do limite acredito que tinha mexido com coisas que deveriam ser além então achei melhor ficar em silêncio.
Antônio:– Meu pai acha melhor ampliar o mercado e sempre vai haver uma família rica atrás de um filho.
Santiago:– Claro.
Antônio:– Bem aqui estão.
           — Quando ultrapasso a sala onde estavam sendo mantidas vejo acima de qualquer outro sentimento além de medo também choque e tristeza.
Antônio:– "Stronza!"
          — Não sabia até aquele momento que uma possivel escrava poderia fazer tanto estrago na cara de uma pessoa porém Angelina além de dar um soco na cara de Antônio tinha quebrado um copo de vidro em sua cabeça e mesmo achando aquilo divertido porque primeiro a moça estava em um momento totalmente desprovido de qualquer ajuda e desvantagem além disso tinha o ódio e fúria naqueles olhos marejados que mesmo estando triste parecia não querer aceitar seu destino.
Antônio:– "Maledetta stronza!"
           — Antes que os ânimos pudessem ficar ainda mais exaltados fico na frente da arma que Antônio coloca na cabeça de Angelina que respirava rapidamente e dessa vez o pânico veio em seu olhar praticamente amedrontado e sua boca em formato de coração quase que formando a letra O por completo e se afastando dele e ficando aos poucos atrás de mim.
Santiago:– Você parece não estar bem.
Antônio:– Saia da frente!
Santiago:– Eu ficarei com essa.
Antônio:– O que!?
Marcelus:– Todo esse barulho,nenhum prêmio?
Santiago:– Seu filho parece estar um pouco louco no momento senhor Marcelus e eu escolhi essa daqui.
            — Apesar de ter quase provocado sua própia morte e ainda por cima me olhar com vontade de me matar com suas próprias mãos se pudesse a jovem estava firme em não se mexer enquanto a segurava e puxava para fora.

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