Capitulo 31

8 0 0
                                    

Ursula
          — Depois que as coisas ficaram resolvidas ou pelo menos era o que desejava já que Santiago tinha conversado com aquele louco e não esperava vê-lo tão cedo perto de mim e só de pensar na maneira que me observava me dava calafrios.
          — E quando entramos naquele quarto de hotel posso dizer que fiquei no mínimo de boca aberta com aquele lugar já que era bem mais espaçoso que o quarto que dormia com Santiago na mansão.
Santiago:– Por que não fecha a boca querida?
           — Precisava manter meu controle porém era difícil não olhar para aqueles móveis tão finos que estavam espalhados como a mesa da penteadeira com um espelho oval a frente e um pequeno banco de madeira acolchoado da cor vermelha,talvez fosse veludo?Como os outros sofás espalhados e também tinha a enorme cama de casal.
Ursula:– Nós vamos dormir juntos?
           — O vejo me olhar da cabeça aos pés e em seguida dar um meio sorriso como se vários cenários diferentes aparecessem em sua mente conturbada.
Ursula:– O que está olhando?
Santiago:– Você quer?
Ursula:– O que?
          — Enquanto me fazia perguntas ele tinha retirado seu paletó e agora afrouxava a gravata.
Santiago:– Que compartilhemos a cama?
         — Realmente estou pensando na mínima possibilidade disso acontecer?E porque continuo em silêncio!?
Ursula:– Eu não sei.
Santiago:– Boa resposta.
         — Dessa vez o vejo sair pela porta e não me dizer mais nada,será que de alguma maneira ele queria que falasse sim?Eu não entendo mesmo o que estava acontecendo com minha cabeça e meus pensamentos porém mesmo tendo a razão para me guiar ainda existia meu coração teimoso que estava cada vez mais perigosamente perto dele e gostava dessa sensação.
Ursula:– De sentir tranquilidade.
          — Tinha encontrado uma bandeira de hidromassagem e não pude resistir aquilo já que por mais que tentasse não me misturar aquele mundo e pessoas definitivamente este era um luxo que não tinha pretensão alguma de negar a mim mesma.
Ursula:– Meu Deus que delicia.
           — Enquanto me sentia envolta por aquela água e tranquilidade ao mesmo tempo também ficava sem saber o que devia fazer com meus sentimentos e o fato de estar ficando próxima de Santiago parecia não melhorar em nada meu humor.
Ursula:– Era para ser mais fácil.
          — E quando foi que fiquei uma perita em conversar sozinha?E além disso compreender aquela loucura como a coisa mais sã do mundo?
         — Joguei mais água no rosto e acabei me lembrando do celular que mesmo depois de ter sido devolvido para mim ainda sim nem havia tentado ligar para casa ou saber sobre a minha tia.
        — Lágrimas quentes descem pelo meu rosto e percebo o céu acima de mim escurecido e as estrelas brilhando forte e acabo colocando a nuca sobre a barra da banheira e observando aquela imagem como se pudesse congelá-la e de alguma maneira ficaria protegida naquela segurança momentânea e acabo fechando os olhos em seguida.
Ursula:– Mesmo tendo saudades de casa não sinto mais que aquele seja meu lar.
"— É porque seu canto agora é ao meu lado."
           — Por alguns segundos imaginei que talvez fosse coisa da minha mente e Santiago não estivesse na porta me observando tão cauteloso e ao mesmo tempo tão bonito.
Santiago:– Você parece estar se segurando para dizer alguma coisa.
Ursula:– Você se dá muita importância não acha?
Santiago:– Apenas um pouco.
           — E lentamente o vejo se aproximar como uma cobra,pronto para dar o bote quando menos pensasse em revidar e precisava ter muito cuidado já que quanto mais tentava me afastar dele mais parecia que estava ao meu redor.
Ursula:– Acho que apenas pensei alto.
Santiago:– Tudo bem.
           — Então observei seus olhos tão fixos em mim que parecia mesmo não haver nada entre nós que já não pudesse acontecer porque mesmo quando falava para mim que odiava tudo que fez comigo eu ainda queria conhecer o assassino por trás de toda aquela névoa espessa que tinha ao nosso redor.
Ursula:– Vamos jantar?
           — Havia anoitecido desde o momento que saiu do quarto e não sabia quanto tempo se passou,Santiago olha no relógio negro do seu pulso e não fala que horas seriam.
Santiago:– Está me convidando?
             — Levanto um pouco as sombrancelhas e dou um leve sorriso em sua direção que me imitando sorri de volta e não sei dizer se foi a forma presunçosa que fez aquela pergunta ou até mesmo por estar imaginando aquele fato concreto em minha mente que me fez levantar da banheira completamente nua.
Ursula:– Pode pegar a toalha para mim?
           — Seu embaraço e a maneira que coçava a parte de trás da sua nuca enquanto pensava em formas de não me observar faziam com que agisse daquele jeito ousado e para ser sincera comigo mesma estava adorando aquilo!
Santiago:– Provocadora.
            — Minha risada dessa vez veio alta e precisei de mais do meu controle que parecia sempre vacilar ao redor dele.
Santiago:– Tem alguma preferência de comida?
          — Ele acabara de colocar a toalha branca ao meu redor enquanto sussurrava aquilo tão perto do meu ouvido que conseguia sentir sua respiração e meus cabelos estavam se arrepiando como se a qualquer momento fosse me incendiar com seu toque e era bem provável que aquilo acontecesse se não tomasse a iniciática e me afastasse dele porém antes de dar o primeiro passo sinto sua mão segurar meu braço e assim sou virada até ter seu olhar sobre mim.
Santiago:– Sabe que não precisa ter medo de mim não é?
         — Não queria admitir aquilo em voz alta porque nem mesmo eu entendia de onde surgia aquela tranquilidade quando ficava do seu lado porém era real e então fiz a única coisa em que era mesmo boa pelo menos ultimamente que é me afastar.
Ursula:– Estou com fome apenas isso porém não vou reclamar se tiver bolo de chocolate.
Santiago:– Já entendi tudo minha senhora.
             — E novamente aquele arrepio e então veio como um belo golpe na minha cabeça de que estava mesmo fodida quando o assunto era aquele assassino.

TraumatizadaOnde histórias criam vida. Descubra agora