Capitulo 12

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Santiago
- Ainda não conseguia acreditar no que tinha acontecido,mesmo que tivesse sido a mais de uma hora conseguia sentir o peso me invadir como uma bala.
- Estou observando a única mulher que conseguiu me fazer parar com uma execução e aquilo nunca aconteceu antes e mesmo estando apaixonado por Angelina me lembro da primeira vez que ficou na frente do meu irmão implorando para que não o matasse porém estava tão cego de paixão e especialmente ciúmes que acabei puxando o gatilho e com aquilo algo dentro de mim quebrou como um ponteiro de relógio e tudo ao redor pareceu parar e apenas alguns segundos depois que fui compreender o tamanho absurdo que havia cometido contra meu própio sangue.
Santiago:-"Accidenti!"
- Ursula até agora ao lado do passageiro enquanto eu dirigia de volta com o desgraçado vivo no assento de trás com uma fita cinza colocada na boca para que não falasse qualquer gracinha e mesmo assim continuava com a sensação de estar ficando enferrujado e ter deixado de alguma certa forma ela ter controlado a situação com aquele olhar doce e assustado parecendo até mesmo estar com medo de mim e aquilo não poderia suportar!
Santiago:– Não vai falar mais comigo?
           — Tentei puxar assunto desde o momento que saímos da casa de Julian e estranhamente o cara ficou do meu lado quando contei a situação de Ursula porém Carmosita não foi tanto assim e também ameaçou de contar tudo caso eu não contasse e era claro que algum momento teria que contar a verdade para ela sobre o que aconteceu naquela noite no cemitério e a relação da sua tia com a morte de certas pessoas na sua cidade.
            — Apenas um breve olhar e sem nenhuma palavra com seus braços cruzados vestida com terno escuro e cinto preto com uma camiseta branca por dentro e os longos cabelos caídos sobre os ombros quase como se estivesse me atiçando e mesmo não querendo que fosse o ponto ela tinha ficado tremendamente atraente com essa versão um pouco menos feminina.
Santiago:– Está tremendamente sexy com essa roupa.
             — Nesse momento sinto seu olhar reprovador sobre mim e uma maneira nova de instigá-la a revelar qualquer coisa sobre como se sentia através dos olhares mortais que me enviava foi desbloqueado.
Ursula:– Não quero mais falar com você.
Santiago:– Você já está falando.
           — Dou uma risada em sua direção para entender que poderia me fulminar se desejasse com aquele olhar mortal porém decidi manter sobre cautela tudo já que aquele imbecil estava ouvindo e mesmo sabendo que só falava italiano poderia muito bem guardar alguma carta na manga ou talvez até mesmo entender o português.
           — Quando entramos na entrada principal já era noite e pelo menos não enfrentaria o peso de vê-la deitada em uma caixa pronta para ser enterrada e esquecida por todos porque não suportaria aquilo e se já estava sendo um puta de inferno para mim imagino como meu irmão estaria passando por aquela loucura toda.
Ursula:– Por que não desce?
            — Tinha perdido alguns segundos apenas pensando nisso e minhas mãos continuavam no volante com um olhar fixo e até mesmo perdido.
Santiago:– Ainda não.
           — Ursula olha para mim e em seguida para a mansão e entende de alguma forma.
Ursula:– Entendo.
Santiago:– Pensei que não estivesse falando mais comigo.
Ursula:– Você é tão babaca mesmo!
Santiago:– Desculpa velhos hábitos e tal.
          — Queria apenas descer e não me importar mais com esse assunto porém me deixava com raiva saber que a pessoa que estava por trás disso ainda não tinha sido punida.
Santiago:– Melhor acabar com isso!
Ursula:– O que?
            — Antes de pensar mais no assunto desço do carro e abro a porta de trás e retiro com brutalidade o imbecil que estava protegendo seu chefe e ele sabia e eu também já entendia que o culpado era aquele desgraçado do Antônio Giuzeppe e ainda por cima o desgraçado tinha sido convidado para a cerimônia porém não poderia ter feito a declaração em público de que estava trabalhando para essa máfia porque Ursula tinha ficado no caminho só que agora era diferente,não seria afrontado por qualquer pessoa e mesmo adorando aquela recente garota audaciosa gostaria de ensinar algumas boas maneiras a ela em nosso quarto.
          — Quando as portas são abertas e vejo Serafina e Ivete saindo juntas como uma bala sei que meu objetivo foi cumprido de uma certa maneira.
Serafina:– Espero rapidamente que me explique o que está acontecendo.
           — Ao ver o imbecil desabar de joelhos e respirar pesadamente em minha frente sinto como se tivesse nadado por um longo tempo e quase ter morrido na praia porque ainda não tinha acabado com ele.
Ivete:– Ursula?O que aconteceu!?
          — Ivete tinha abraçado ela com uma grande urgência enquanto ela lhe dava um sorriso tímido porém sincero.
Ursula:– Eu estou bem depois conversamos.
            — Fiquei olhando para ela sem entender muito bem qual era o dia que me trataria melhor?Já que fui eu quem acabou levando um tiro só que consigo entender seus sentimentos porque era a Ursula a pessoa que tinha sido arrastada para esse mundo obscuro e não poderia culpá-la por isso.
Serafina:– E então não vai reclamar?
Santiago:– Não mesmo.
           — Então ela nota meu olhar fixo para Ursula que sobe as escadas junto de Ivete que está no momento lhe fazendo várias perguntas,o que era ótimo já que cuidaria melhor da minha convidada quando estivesse no quarto em nossa privacidade.
Serafina:– Espero que tenha trazido respostas"giusto"?
Santiago:– Eu iria matá-lo porque parecia que quanto mais tentava retirar a verdade mais protegia o desgraçado do seu chefe!
Serafina:– Tudo bem, rapazes?Levem nossso prisioneiro para a sala entenderam?
          — Acredito que ela tenha entendido tudo quando falou sobre a sala principal de métodos de tortura que foi usada para principalmente abrir a boca dos principais chefes da máfia sobre o contrabando ilegal de pessoas que trouxeram para a nossa área e na época o tio de Antônio foi o cara que estreou aquele lugar feito sobre medida para arrancar confissões dos bastardos que acreditavam serem durões o suficiente para não ter um pau arrancado ou até mesmo as próprias bolas.
Santiago:– Vai ser interessante isso.
Serafina:– Você adora uma tortura não é!?
          — Serafina mesmo com toda a pose de diretora e arrogância eu sabia o quanto estava arrasada pelo que tinha acontecido.
Santiago:– Ela já foi enterrada?
          — Dessa vez sua cabeça baixa e um brilho balança aquele olhar e entendo que deveria parar enquanto tenho a chance porque estava mexendo em um vespeiro quando mencionava a morte de Angelina.
Serafina:– Deixe quieto entendeu?
Santiago:– Sim senhora.
             — Antes de entrar junto dos outros ela menciona meu irmão e sobre como ainda estava sentado ao lado do túmulo dela.
Serafina:– Deveria ir vê-lo.
Santiago:– Vou cuidar disso,sobre a Ursula...
Serafina:– Não se preucupe com ela já que a Ivete meio que a adotou por enquanto então não se preucupe tanto com isso agora porque tenho planos para ela também.
         — Aquela última parte despertou minha curiosidade e até mesmo preocupação já que quando colocava alguma idéia na cabeça era impossível de tirar.
Santiago:– Devo me preucupar com isso?
        — Dessa vez Serafina me dá um sorriso até mesmo generoso como se não tivesse qualquer cartada na manga.
Serafina:– Vá falar com ele primeiro e depois falaremos sobre meus planos"tutto bene"?
         — Apenas confirmei com a cabeça e sai pelo jardim principal até os fundos onde ficava o cemitério que era enterrado nossos principais atiradores e pessoas relacionadas à família como irmãos,tios,mães e esposas também e foi um lugar feito para abrigar as almas daqueles que nunca seriam aceitos a serem enterrados em lugares normais para civis ou normalmente seriam profanados por pessoas que não entendem a natureza do tipo de trabalho que fazemos e para ser bem sincero tem dias que nem mesmo eu entendia esse tipo de loucura que praticavamos.

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