Um cavalo se fazendo de peão.

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Shinjiku, Japão - 02 de dezembro de 1999

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Shinjiku, Japão - 02 de dezembro de 1999.

Hanma Shuji não conhecia seus pais. Quem eram, o que faziam, se morreram ou o abandonaram, foram obrigados ou apenas não queriam filhos, nada disso importava. Sua primeira e mais antiga memória é daquele lugar, nos arreadores de Shinjiku. Um prédio caindo aos pedaços com uma cuidadora que pouco se importava com as crianças do orfanato que era responsável. Saiu daquele inferno aos quatro anos, apenas para entrar em outro. O homem que o adotou era um quarentão amargurado e alcoólatra que só queria alguém que pudesse descontar sua raiva. A única coisa que lembrava do homem era sua voz lhe dizendo uma frase: o mais forte sempre vai bater no fraco, e eu sou mais forte que você.

Foram dois anos até que ele voltasse essas palavras para o homem e o deixasse no chão de casa desmaiado após uma surra.

Com seis anos Hanma Shuji começou a morar nos becos de Shinjiku.

Sempre foi grande para sua idade, aparentando ser dois ou três anos mais velho do que realmente era, e isso o ajudou nas ruas. Acabou tomando as palavras do seu tutor como verdade absoluta já que ali o mais forte era quem ficava no lugar mais seguro, quente, ou que conseguia a comida. Bater em outros para sobreviver se tornou sua rotina. Ficou tão viciado nesse modo de vida que a primeira vez que conseguiu colocar as mãos em um dinheiro significativo aos oito anos não se preocupou em conseguir comida ou qualquer coisa que qualquer outro morador de rua tentaria. Foi até um estúdio clandestino e fez sua primeira tatuagem. O Kanji de pecado nas costas da mão direita.

Nesse momento seu desejo era se encontrar com os tão falados Reis dos delinquentes. E o Imperador. Eles certamente lhe renderiam boas lutas, e se derrotasse os Reis poderia ter escravos para fazer tudo por ele. Sem mais se preocupar com ter que procurar comida. Ou garantir que o beco estava seguro para tirar um cochilo. E teria uma moto extravagante, todos saberiam quem ele é.

Se ele matasse os reis, então ele seria um deus!

Foi aos dez anos que ele viu o grupo de adolescentes. Não sabia quem eram, mas ele estava espancando dois caras pelo almoço deles quando passaram. Eram cinco com roupas escolares, um cara musculoso, um albino, um moreno com cicatriz que estava fumando e outros dois morenos que estavam abraçados enquanto andavam. O mais alto estava gritando, e por isso chamou sua atenção.

Não conseguiu identificar o que ele estava falando apesar do tom alto, mas era para o musculoso julgando como ele parecia se encolher a cada palavra nova que saia. Patético. O moreno que estava gritando, além de parecer irritante, era obviamente mais fraco do que o musculoso.

Hanma voltou a bater no cara de antes, até que soltou-o vendo o corpo ensanguentado cair no chão, alguns dentes escapando de sua boca. O idiota era certamente novo na área por ter tentado confrontar ele.

— Parece ter 12 anos — Hanma olhou para cima, o grupo de antes olhando para ele. O moreno mais baixo com a cabeça tombada, os olhos azuis brilhantes.

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