O Doutor Spencer Reid, embora seja um gênio, não conseguia se sair tão bem em sua vida pessoal, ter uma namorada morta na sua frente tinha o abalado profundamente, mesmo que já tivesse se passado anos desde o ocorrido, esse acontecimento ainda o ato...
O dia todo tinha me deixado no meu limite. Tentar ser forte não tinha ajudado, tentar não chorar, não tinha ajudado. Chorar, não tinha ajudado. Nada tinha ajudado. A conversa com Rossi foi ótima, em vários motivos. Embora eu não tenha revelado praticamente nada, o pouco que de fato me abri foi ótimo, me senti como se fizesse parte de algo em que as pessoas realmente se importassem e se preocupassem. Fazia tempo que eu não sentia isso. Talvez porque eu não deixasse ninguém se aproximar, levantava todas as armaduras possíveis, mas falar com um perfilador era diferente, toda vez que tentava armar minhas defesas, Rossi percebia.
Eu até que estava me sentindo bem quando chegamos no escritório, mas aquelas flores... aquelas flores tinham me derrubado.
Quando deu o horário de irmos embora, não consegui dirigir até minha casa. Era para ter pegado a saída à direita da rodovia, mas eu segui em frente. Segui até a casa de Oliver, e parei o carro do outro lado da rua e observei sua casa. Metade das luzes estavam acessas, pude ver pela janela que Emma brincava na sala.
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Aperto as mãos no volante.
Depois do que aconteceu comigo e Oliver, eu tinha prometido que entraria para o FBI principalmente para proteger a minha família, e agora era a hora de fazer isso.
Uma coisa era ameaçar a mim, mas outra muito diferente era a minha sobrinha. Seja lá quem estivesse fazendo aqueles jogos mentais comigo iria se arrepender, eu só ia sossegar quando enfiasse uma bala no meio da testa, seja lá quem fosse essa pessoa. Ninguém ameaçava a minha família e saia impune.
"Tum-tum"
É o barulho que escuto a janela do meu carro fazer. Me fazendo pular.
Olho para o lado do carona e vejo Oliver sorrindo, fazendo sinal para abaixar a janela.
Ainda tremendo devido ao susto, aperto o botão e a janela abaixa.
- Achei que estivesse em Boston - ele diz sorrindo.
- Chegamos um pouco mais de uma hora - respondo, tentando controlar meus nervos. Se tinha mais uma pessoa que conseguia identificar boa parte das minhas mentiras, essa pessoa era Oliver. Não podia demonstrar preocupação, ainda mais quando essa preocupação era referente a filha dele. Meu irmão, assim como eu, faria o impossível para proteger a família dele. Mas essa luta não era dele, seja lá quem quisessem me afetar, queria fazer isso por meio de Emma, e eu não ia deixar.
- Que ótimo, chegou bem a tempo, pode jantar conosco - ele diz animado - Vem, Emma e Karen vão ficar felizes em te ver.
- Ah, eu não... - começo um pouco sem graça. Eu nem sabia ao certo porque tinha vindo até aqui. Só não tinha conseguido ir para casa - Eu não vou ficar - continuo - Eu só passei, nem sei ao certo porque - falo com sinceridade - Só fiquei mal por cancelar nosso jantar, eu acho...
